Processos convencionais podem comprometer componentes eletrônicos que em sua maioria têm valor e sensibilidade elevados
O carro eletrificado já é uma realidade nas ruas brasileiras, podendo ser adquiridos com preços semelhantes aos modelos convencionais somente a combustão. E assim como os movidos somente a queima de inflamáveis, os tipos tracionados por baterias também estão sujeitos a acidentes e necessidades de reparos. Só que aí vem uma diferença: o cuidado no processo de funilaria de um carro eletrificado requer ainda mais atenção.
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O questionamento a essa diferença foi motivado por nosso publisher, Boris Feldman, que em uma conversa cotidiana ouviu de um motorista que “reparos especiais” eram necessários em veículos elétricos.
Nossa redação apurou com alguns fabricantes se estes “cuidados diferenciados” são necessários, não apenas em carros elétricos, mas em todo tipo de eletrificado, abrangendo os tipo híbrido também.
A japonesa Honda foi quem nos atendeu e explicou as diferenças entre a funilaria de um carro eletrificado e um tipo somente a combustão.
Segundo a fabricante, existem sim diferenças para reparar um carro eletrificado e um modelo a combustão. Os processos podem parecer semelhantes, mas é no detalhe que a situação muda.
Para garantir a segurança dos profissionais e a integridade dos sistemas elétricos durante os reparos, o manual técnico orienta a desconexão da bateria de 12V pelo borne e da bateria de alta tensão (conhecida popularmente como bateria de tração do sistema híbrido) por meio do interruptor de serviço. Essa etapa é considerada essencial para evitar descargas elétricas e preservar os componentes sensíveis do veículo.”
O primeiro ponto de atenção é no momento da proteção das baterias dos modelos eletrificados. Por mais que carros a gasolina, etanol ou flex também precisem desta ação, os elétricos e híbridos, por possuírem mais componentes eletrônicos, ficam mais sujeitos a danos nestes equipamentos naturalmente mais sensíveis.
Aqui sim um cuidado especial no reparo da carroceria de carros eletrificados. É fundamental a Desenergização do sistema de alta tensão para o uso de ferramentas energizadas.
Esse cuidado se aplica especialmente ao uso de equipamentos que podem gerar curto-circuito na carroceria, como: Ferramentas de arco elétrico (soldas MIG/MAG, corte com plasma), solda de ponto de alta potência e repuxadeiras elétricas (Spotter).”
A Honda completa frisando que a remoção do conector de serviços, conforme previsto na literatura técnica, é uma etapa obrigatória antes da utilização desses equipamentos.
Nos processos de repintura o principal cuidado com o carro elétrico está relacionado à temperatura da cabine de pintura ou estufa.
A Honda recomenda que o ambiente não ultrapasse os 65 °C durante a cura e secagem dos materiais aplicados, pois temperaturas acima desse limite podem comprometer a integridade da bateria de alta tensão.”
Outras fabricantes ainda recomendam temperaturas menores na faixa dos 50 ºC. Todo varia de acordo com o modelo.
Por mais que o carro eletrificado já seja uma realidade, como já afirmado, os cidadãos comuns ainda têm muitas dúvidas sobre ele. Para evitar transtornos e danos inesperados nesse tipo de veículo é fundamental a busca por especialistas qualificados, que além de treinamento possuem ferramentas adequadas (o que também é indispensável para este tipo de serviço).
Os procedimentos específicos para modelos híbridos contemplam desmontagem de componentes até processos de solda e repuxo mecânico da carroçaria, exigindo atenção redobrada dos profissionais envolvidos”, finalizou a japonesa Honda.
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