‘Au revoir Les Bleu!’ 10 Carros franceses que fracassaram no Brasil
Os azuis perderam a final da Copa do Mundo do Catar; aproveite e relembre modelos do país europeu que também se deram mal
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A França perdeu a Copa do Mundo para a Argentina. No Brasil, contudo, o sofrimento de franceses é mais famoso no segmento automotivo. São vários os carros franceses que fracassaram no nosso mercado. Relembre 10 deles.
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Talvez o mais emblemático dos carros franceses que fracassaram e presença certa em qualquer lista de micos automotivos. Em 2010, a Peugeot lançou a Hoggar, uma aposta ousada em um segmento muito disputado e com marcas estabelecidas.
Feito sobre a base do 207, que usava a plataforma do velho 206, também partilhava das mesmas opções de motores 1.4 e 1.6. Teve até versão aventureira Escapade, mas foi uma decepção nas vendas. Para se ter uma ideia, em seu penúltimo ano de vida, 2013, vendeu 744 unidades, contra 122 mil da Fiat Strada.
Justiça seja feita, quando começou a planejar o C3 Picasso as minivans estavam em ascensão no mercado brasileiro. Mas quando chegou, em 2011 – um ano após sua variante aventureira Aircross -, as montadoras já apontavam para os utilitários esportivos e os monovolumes começavam a perder espaço.
Para complicar a vida da C3 Picasso, ela era pesada e pouco aerodinâmica. Os motores – seja o 1.5 8V ou o 1.6 16V – não davam conta de desempenho e ainda tinham consumo elevado. Em 2014, teve menos de 4 mil unidades emplacadas e a produção foi encerrada – a Aircross ainda perdurou por mais seis anos.
Renault Grand Scénic
Em 2007, a Renault ainda produzia a Scénic no Paraná, mas para ter uma opção mais requintada na linha, começou a importar a versão sete lugares europeia do modelo. Com desenho atualizado e diferente da minivan nacional, a Grand Scénic também trazia mais equipamentos e acabamento diferenciado.
A cabine seguiu o padrão de quadro de instrumentos central e manopla do câmbio automático elevada no console central. Com 33 cm a mais no comprimento, a Grand Scénic usava o 2.0 16V de 135 cv, mas o surgimento de uma nova geração na Europa em 2009 e as vendas baixas – menos de 500 unidades – fizeram a marca francesa deixar de importar o monovolume.
O 207 foi um dos muitos equívocos da Peugeot no fim da década de 2010. Isso porque a marca francesa fez do 206 um sucesso comercial e carro desejado no mercado. Mas na hora de colocar o seu sucessor, optou por economizar e pôs sua linha de compactos no rol de carros franceses que fracassaram.
O ano era 2008 e a montadora decidiu por manter a base do 206 (de 2009) e usar a casca do 207 europeu para produzir um “206,5” em Porto Real (RJ). Não repetiu nem de longe as boas vendas do antecessor, teve variantes sedã (Passion) e perua (207 SW), mas queimou o filme até dos sucessores do 207.
Esse é um dos carros franceses que fracassaram nos planos, isso porque sequer chegou a ser vendido aqui. Porém, em 2017, a Renault anunciou que iria importar o Koleos já de olho no atraente segmento de SUVs médios – inclusive levou um grupo de jornalistas brasileiros para dirigir o carro na França.
O utilitário esportivo seria importado da Coreia do Sul, onde é vendido como Samsung QM7 e fabricado sobre a plataforma do Nissan X-Trail. O motor é o 2.5 16V de 170 cv, porém, a valorização do dólar em relação ao real fez a Renault adiar a venda do SUV por aqui por duas vezes e depois desistir de vez do modelo.
A linha de três dígitos iniciada pelo número 4 sempre foi para definir os modelos médio-grandes da Peugeot. Mas na década passada a marca francesa resolveu reposicionar sua gama e o 408 se tornou o sedã derivado do 308. Felizmente, com um desenho próprio e não um hatch com terceiro volume como tinha feito com os antecessores 307 e 307 Sedan.
Com bom comportamento dinâmico e acabamento superior para a categoria, o 408 era um ótimo carro, mas que vendeu pouco. Ainda mais por disputar espaço em um mercado dominado pela dupla Honda Civic e Toyota Corolla. Mesmo assim, durou de 2011 a 2019.
Outro sedã médio que não vingou. Mesmo depois do relativo sucesso do C4 Pallas, a Citroën não conseguiu fazer do Lounge um concorrente valente para a dupla Corolla e Civic. E olha que o novo sedã médio tinha design bem melhor resolvido, farta lista de equipamentos e acabamento primoroso.
Importado da Argentina de 2013 a 2020, teve séries especiais, versões diferentes, mas sempre ficou à sombra dos japas na categoria.
Em 2012 a marca francesa resolveu trazer para o Brasil um dos seus sedãs mais sofisticados. Estiloso e equipado, o 508 queria ser uma alternativa aos modelos mais “básicos” das marcas premium alemãs, como BMW Série 3 e Mercedes-Benz Classe C. Para tal, tinha recheio bastante interessante e motor turbo.
Head-up display colorido, chave presencial para abertura e travamento das portas e partida por botão, central multimídia com GPS, teto solar, bancos dianteiros com regulagens elétricas, faróis bi-xenon autodirecionais e ar automático com quatro zonas de regulagens estavam entre os itens de série. Porém, durou só dois anos e não vendeu nem 300 unidades.
Aqui foi um dos carros franceses que fracassaram em diferentes esferas. Vamos começar pelo sedã produzido no Paraná entre 2006 e 2010, um automóvel de qualidades inegáveis e que a imprensa adorou, mas que foi muito ruim de vendas. Mais uma vez sob a pressão da dupla japonesa líder da categoria de médios.
Teve também o Mégane CC, o cupê-cabriolet importado junto com a Grand Scénic entre 2007 e 2009. Se você tiver ou avistar algum na rua, conta para a gente!
Para completar, em 2014, a então terceira geração do modelo europeu foi apresentada no Brasil em uma divertida versão hatch RS, em uma pista de aeroporto do interior de São Paulo. Com motor 2.0 turbo de 265 cv, jamais foi vendido para valer.
Outro que nem foi lançado, mas já fracassou? Na verdade, fracassou a vontade de a Peugeot ter uma picape média para chamar de sua no mercado brasileiro. Projeto chinês, a Landtrek foi anunciada em 2019 e lançada em 2020 na América Latina para ser a representante da marca francesa no segmento de Toyota Hilux e Chevrolet S10.
O modelo foi prometido para o Brasil em 2021. Depois, adiado para 2022. Aí descobriu-se o motivo da demora. Após a consolidação do Grupo Stellantis (fusão entre PSA Peugeot Citroën e FCA – Fiat Chrysler Automóveis), a montadora segurou o lançamento e decidiu mudar a estratégia.
Ao tirar a Landtrek da francesa e colocar o símbolo da italiana lá na grade para se valer da expertise da Fiat no segmento, a Stellantis também quer garantir uma ampla rede de concessionárias para a picape média não naufragar no segmento. A Peugeot ficou chupando o dedo.
Aqui, um caso de carros franceses que não só fracassaram, mas de marca que não vingou no Brasil. Em 2012, a Citroën começou a trazer sua divisão de luxo para o Brasil. Os modelos DS3, DS4 e DS5 nada mais eram que as variantes sofisticadas de carros como C3, C4 Lounge e C5, sempre com motor turbo e alto nível de equipamentos e acabamento.
Não deu certo. Mesmo dentro de sua proposta, a linha DS era cara, com preços próximos a modelos da Audi, BMW e Mercedes. Para piorar, em 2017, a matriz da Citroën decidiu tornar a DS uma marca independente. As baixas vendas – foram menos de 130 unidades emplacadas em todo o ano de 2016 – só corroboram a decisão da filial brasileira de encerrar a importação dos modelos de luxo.
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Tenho um Mégane Sedan Dynamique 2.0 AT 16V 2007/2008 desde 0km. Excelente veículo.
Tenho um 408 2014 6 marchas e acho muito bom em vários quesitos. Testei Civic e Corolla de mesmo ano e o Peugeot não deixa nada a desejar.Já o 508 é uma nave, realmente Premium.