Carros que fizeram hora extra: esses 5 deveriam ter saído de linha antes
O mercado automotivo está se movimentando constantemente, mas esses cinco modelos ficaram parados no tempo fazendo hora extra
O mercado automotivo está se movimentando constantemente, mas esses cinco modelos ficaram parados no tempo fazendo hora extra
Os fabricantes lançam carros novos já com um ciclo de vida planejado, com cerca de oito anos. Nesse meio tempo vêm atualizações e um face-lift. Mas esse plano pode ser alterado dependendo da aceitação do mercado, com alguns modelos fazendo hora extra.
O problema desses carros ficarem mais tempo no mercado é que o fabricante se acomoda, tornando mais difícil a atualização do produto. Trocar um carro com mais de 10 anos por algo totalmente novo pode causar estranheza ou até mesmo espantar o consumidor. Por outro lado, existe a dificuldade em preencher essa lacuna.
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Um exemplo disso é a Volkswagen Kombi. Ela era um projeto bastante datado e inseguro, porém não existia outro modelo tão capaz quanto pelo mesmo preço. Quando saiu de linha, não deixou um sucessor direto. As vans chinesas tentaram pegar esse segmento, mas não tinham a robustez da Kombi.
A Caoa conseguiu alavancar, no Brasil, um sucesso estrondoso para para a Hyundai nos anos 2000. O grande volume de publicidade e preços agressivos fizeram o I30, Azera, Elantra, Sonata e Tucson virarem figuras recorrente no trânsito das cidades brasileiras.
Na mesma época, o Ford EcoSport estava popularizando os SUVs no imaginário do brasileiro. O Doutor Caoa sempre quis produzir carros no Brasil e conseguiu realizar esse sonho com a fábrica de Anápolis (GO), que teve o Tucson como primeiro carro de passeio feito por lá.
A nacionalização em 2010 ajudou nas vendas do SUV, a ponto da Caoa optar por deixar ele em linha quando a segunda geração chegou. Para não existir confusão, o modelo novo veio em com o nome usado na Europa: IX35.
O Tucson fez hora extra sendo produzido até 2019. Para aumentar a confusão, em 2017 já vinha importada a terceira geração do modelo utilizando o mesmo nome e o IX35 era produzido no Brasil. Tivemos três gerações distintas desse SUV sendo vendidas aqui ao mesmo tempo.
A primeira geração do Volkswagen Santana estreou no Brasil alinhada com a Europa. Com o preço caro da gasolina nos anos 80, ele se tornou uma opção de carro executivo para quem não queria lidar com os gastos maiores de um Chevrolet Opala.
A segunda geração foi criada no Brasil fazendo uma grande reformulação no estilo, mas sem mudar a plataforma. O carro estreou em 1991, logo após a abertura das importações. A chegada de concorrentes mais modernos fez o Santana envelhecer mais e evidenciou as deficiências da plataforma antiga de motor longitudinal.
Concorrentes modernos feitos no Brasil complicaram a vida do Santana, como o Chevrolet Vectra e o Honda Civic. Em 1999 o sedã da Volks ganhou mais uma reestilização, que não foi páreo para a competição. A solução foi simplificar o carro e focar nas vendas diretas nessa hora extra.
A Volkswagen só foi ter um sedã médio moderno com a chegada do Bora, que foi discreto no mercado. O Santana saiu de linha em 2006, com fama de ser táxi e viatura policial. Uma imagem bastante diferente do luxo dos CD e Executivo da primeira geração.
Os primeiros carros 1.0 do Brasil eram modelos de origem antiga e bastante simples, como o Volkswagen Gol 1000 e o Fiat Uno Mille. A Chevrolet tentou emplacar o Chevette Júnior, mas as perdas mecânicas causadas pela tração traseira fizeram dele um dos piores 1.0 do país.
Mas o sofrimento durou pouco, a General Motors tinha na manga o moderno Corsa, que estreou causando rebuliço no mercado. Além do design atual, ele trazia injeção eletrônica em todas as versões e fez os concorrentes parecerem trogloditas.
Com a chegada da segunda geração em 2002 (na Europa era a terceira), o Corsinha original continuou com o nome Classic. A geração nova durou até 2012, mas o antigo fez hora extra indo até 2016.
O mais estranho é que o Corsa deveria ser substituído pelo Celta como carro de entrada, enquanto seu sedã poderia ser substituído pelo Prisma mais tarde. Mas a Chevrolet preferiu mantê-los todos em linha. A Chegada do Onix pôs um fim a essa salada e unificou a linha de compactos.
Os SUVs compactos estouraram na década de 2010, criando um segmento bastante competitivo. A Mitsubishi importou por um tempo o ASX até começar a produzi-lo no Brasil. Esse modelo foi lançado em 2011 e foi produzido por aqui até 2022, com o nome Outlander Sport após a quarta e última reestilização.
Ele não está apenas fazendo hora extra no Brasil como também no exterior. O Outlander Sport continua sendo produzido no Japão e exportado para vários mercados. Uma nova geração foi lançada na Europa, mas trata-se de um Renault Captur com mudanças discretas no visual.
Infelizmente não existem mais peruas produzidas no Brasil. A última foi a Fiat Palio Weekend, que foi um bom carro em seu tempo. A falta de uma sucessora e de concorrência fez com que esse carro continuasse fazendo hora extra até 2020.
Nos últimos anos a gama foi racionalizada em duas versões: a Attractive 1.4 e a Adventure 1.8. A primeira vendia bem como táxi enquanto a segunda era popular como viatura e em frotas públicas.
Hoje o sedã Cronos e, por incrível que pareça, o SUV Pulse atendem aos taxistas. Já os policiais tiveram que pular fora da Fiat, o verdadeiro sucessor fardado da Palio Weekend vem sendo o Renault Duster.
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Tive um Corsa 1996 de 1,6-l que foi o máximo.
Depois comprei um Novo Corsa 2002 de1,8-l, que foi o mínimo.
A diferença entre os dois era gritante. Enquanto o primeiro era legal, gostoso de dirigir e se esquivava de problemas, o segundo foi tal e qual uma gaiota, horrível e de mecânica problemática.
Naquela época eu dizia que minha vida tinha ido do céu ao inferno e não é exagero.