Douglas Mendonça 5.0 e os melhores carros importados dos anos 2000
Douglas Mendonça recorda os melhores (e mais fascinantes) carros importados lançados no Brasil durante os anos 2000
Douglas Mendonça recorda os melhores (e mais fascinantes) carros importados lançados no Brasil durante os anos 2000
Foram mais de 1.300 carros diferentes avaliados em minha carreira como jornalista automotivo ao longo de cinco décadas. Muita coisa, incluindo um monte de tipos de carroceria, diferentes portes e dimensões, movido por inúmeras motorizações (gasolina, etanol, diesel, a gás, GNV, eletricidade), pelos quatro cantos do mundo. Claro, tiveram carros totalmente insossos, mas outros foram inesquecíveis, tamanho o acerto mecânico ou as suas qualidades.
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O som de um motor (ou a falta dele), respostas ao comando do volante e pedal de freio, reações do acelerador, a rapidez ou bom casamento entre motor e transmissão, ou até mesmo o quão confortável, silencioso, seguro, espaçoso, ou modular um modelo é, tudo conta. Um carro bom não é necessariamente rápido, enquanto outro divertido pode ser mais lento do que se imagina. Há qualidades e qualidades.
Para facilitar essa lista com os importados, os separei por décadas (1990, 2000 e 2010), escolhi o carro mais legal e marcante daquele período, seu coadjuvante (aquele que chegou perto de ser o melhor), além do modelo com um conceito moderno ou inovador. Vamos lá:
Depois da febre de várias marcas e modelos aportando em nosso país na década de 1990, tivemos uma década de 2000 mais “tranquila”, digamos assim. Muitas marcas se estabeleceram melhor, outras caíram fora, enquanto boa parte dos produtos nacionais já estavam praticamente à altura dos que chegavam do exterior. Foi a época de uma maior popularização de itens como airbags, freios ABS, rádios com telas coloridas (quem não lembra dos DVD Player retráteis de painel?), sem contar que já tínhamos Audi, Mercedes e BMW como carros avistados no cotidiano.
E meu escolhido como principal da década foi justamente um modelo da tríade alemã. Falo do BMW M3, geração E46 de 2001, um cupê que era esportividade pura! Seu motor seis-em-linha 3.2 tinha nada menos que 343 cv a 7.900 rpm, rotação que ele produzia um som deliciosamente ensurdecedor, que apaixonava qualquer entusiasta de esportivo. Já imaginaram um “seis canecos” a quase 8 mil giros? Pois é. Sem contar que esse M3 já podia vir com a transmissão sequencial, aquela que aceitava mudanças das seis marchas por borboletas atrás do volante. Era como nos Fórmula 1, e fazia bonito na aceleração de 0 a 100 km/h: levava apenas 5,2 segundos de acordo com a BMW, número chocante para um sedan bonitão e estiloso como aquele.
Aliás, me agrada muito todas as gerações do BMW M3, que, de certa forma, tem proposta mais ou menos parecida. Tanto que tive uma 1995, da geração E36. Essa E46 durou até o início da segunda metade dos anos 2000, e chegou até a ter uma versão com motor V8 de 355 cv, que, infelizmente, nunca chegou a ser importada oficialmente pela BMW brasileira.
Os esportivos estavam em alta na época, e outro que me “sacudiu” foi Audi R8, meu escolhido como coadjuvante. Ele só não se saiu vitorioso porque não era escandaloso como o M3, que berrava, esperneava, escorregava e dava mais emoção. Lembro de ter dirigido esse esportivo, o primeiro na pegada de Lamborghini’s e Ferrari’s na Audi, em duas ocasiões: no lançamento, ainda com o V8 4.2 de 415 cv (que equipava vários RS da época), e quando ele já vinha com o espaçoso V10 (525 cv). Essa segunda ocasião foi em 2011, quando, sob chuva fraca, cheguei aos 315 km/h numa pista de aviões no interior de São Paulo. Poucas vezes senti um carro tão comportado em uma velocidade tão alta quanto o R8.
Além disso, era virtude do Audi sua carroceria inteira em alumínio e liga de carbono, ou seja, o baixo peso também era aliado desde seu lançamento inicial em 2006. Até recentemente, um pouco antes de sair de linha mundo afora (março de 2024), era importado pela Audi brasileira em sua segunda geração, com brutais 610 cv.
Polêmico, mas interessante, o Chrysler PT Cruiser entra aqui como conceito dos anos 2000. Ele foi baseado nos carros clássicos americanos dos anos 1940, e não era dos mais bonitos, mas tinha linhas únicas e modernizadas. De qualquer forma, causou alvoroço, com alguns amando e outros odiando a novidade. Seu capô afilado e mais estreito não permitia um V8 no cofre, por isso o PT sempre usou motores de quatro cilindros, geralmente de 2.4 litros, o que não agradava muito os norte-americanos.
Desde que o conheci no Salão de Detroit no início de 2000, não era muito fã do seu visual, e nem daquele motor 2.4 que equipou as unidades importadas para o Brasil (bebia muito e entregava pouco), mas sempre reconheci que aquele era um conceito pra lá de legal, tanto que mereceu o espaço nessa lista.
Na próxima semana, não perca os melhores importados dos anos 2010!
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