Pelé e os carros: conheça as carruagens do Rei
Apesar de não ser muito ligado ao meio automotivo, garagem do rei já contou com Mercedes, Volkswagen e até Romi Isetta
Apesar de não ser muito ligado ao meio automotivo, garagem do rei já contou com Mercedes, Volkswagen e até Romi Isetta
Na tarde desta quinta-feira, Edson Arantes do Nascimento, conhecido também como Rei Pelé, veio a óbito aos 82 anos após perder a batalha contra um câncer no cólon.
Pelé, único a vencer três Copas do Mundo, marcou 1282 gols em 1.364 partidas e é considerado o maior jogador de futebol da história.
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Esse status fez com que o Rei fosse um dos atletas mais bem pagos de sua época o que, naturalmente, lhe rendeu muita fama e dinheiro.
Muitos jogadores nessa condição destinariam rios de dinheiro na aquisição de carros esportivos ou coisa do tipo – como faz Cristiano Ronaldo, por exemplo – mas Pelé nunca foi muito ligado aos automóveis.
Ele já até teve alguns carros, é verdade, mas a maioria ele recebeu de presente como forma de agradecimento pelos seus feitos no futebol.
O primeiro de todos ele ganhou aos 16 anos, quando estava iniciando a sua caminhada junto ao Santos. O ano era 1956 e a fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), estava começando a ser construída. O jogador recebeu um Fusca de Walter Herbert, gerente de um galpão da Volkswagen em Santos.
Já como uma estrela do futebol, o segundo modelo entregue ao Rei foi um Romi-Isetta, aquele carro minúsculo que a porta fica posicionada na parte da frente. Em 1958, e com apenas 17 anos, Edson havia se tornado um dos protagonistas da seleção brasileira na conquista da Copa do Mundo.
Quando chegou ao Brasil, Pelé foi recebido por jornalistas e fãs na cidade de Bauru, em São Paulo. Representantes da Romi-Isetta, que tinham uma fábrica próximo dali, em Santa Bárbara d’Oeste, aproveitaram a oportunidade e deram ao Rei um exemplar.
A garagem do jogador também já contou com um Aero Willys 2.600, sedan de luxo que marcou época no Brasil. O exemplar que estava em posse do craque, inclusive, foi a primeira unidade do país.
O presente veio junto com a conquista do segundo título na Copa do Mundo, em 1962, mesmo a participação do Rei sendo curta naquela edição.
A primeira apresentação do Aero Willys foi feita no parque do Ibirapuera e marcaram presença, além de Pelé, o boxeador Éder Jofre e a Miss Brasil da época Olívia Rebouças. O sedan foi lançado alguns meses depois durante o terceiro salão do automóvel de São Paulo.
Um dos carros do rei também está envolvido em uma polêmica. Não exatamente por culpa do jogador, mas sim de quem o presenteou.
Na ocasião, a seleção brasileira tinha acabado de conquistar a terceira Copa do Mundo. Como forma de agradecimento, o então prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, fez uma festa no parque do Ibirapuera e comprou, com dinheiro público, 25 Fuscas na cor Verde Musgo e os entregou à delegação brasileira.
A compra foi aprovada por 10 dos 17 vereadores da cidade 12 dias após o Brasil vencer a final contra a Itália. Ao todo, foram investidos CR$ 315 mil na aquisição.
Os exemplares acabaram fazendo parte de uma ação judicial que durou cerca de 36 anos e Maluf foi indiciado por “lesar o erário” ao usar dinheiro público sem oferecer qualquer benefício para a cidade.
A relação Pelé-Mercedes teve início após alcançar o milésimo gol da carreira. Com o feito, Roland Endler, empresário alemão e que também foi presidente do Bayern de Munique, deu ao Rei uma Mercedes-Benz 250 W114, sedan que se tornou um dos modelos mais raros do Brasil na época.
Passados dois anos do gol nº 1000 a Mercedes trocou o 250 W114 por um 280-S novinho e que acabou rendendo uma história interessante.
Alguns anos depois o jogador decidiu vender o carro. Mas em 2004, quando a marca histórica de Pelé completava 35 anos, a Mercedes decidiu reencontrar o carro e, novamente, presenteá-lo.
A tarefa foi complicada, já que o exemplar alemão havia passado por nada menos que outros 18 donos. No fim das contas, a Mercedes conseguiu encontrar o modelo, que passou por uma restauração recebendo peças originais.
Segundo a Mercedes-Benz, um time de dez técnicos foi convocado para o restauro do automóvel, que abrangeu 95% de suas peças. A equipe tirou a pintura, funilaria, mecânica – somente a parte principal do monobloco não foi restaurada. Refizeram algumas partes na própria oficina, como a caixa de ar lateral abaixo das portas, feita a mão.
A cor verde metálica é a original, assim como o rádio. Revestimentos internos e a antena foram trazidos da Alemanha. O serviço levou cerca de um ano e o automóvel foi devolvido ao Pelé como um zero-quilômetro. Gracejos que são dispensados apenas para o rei.
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