5 carros que viraram marcas próprias
Carros icônicos ou com nomes muito forte acabam ganhando vida própria dentro da montadora, esses acabaram se emancipando
Carros icônicos ou com nomes muito forte acabam ganhando vida própria dentro da montadora, esses acabaram se emancipando
Alguns carros são tão marcantes que ficam mais importantes que a própria marca, como foi com o Fusca. Algumas montadoras percebem isso e resolvem capitalizar em cima disso, usando nomes de modelos icônicos para fundar uma nova marca.
Quando o carro é de um segmento bem diverso do habitual, fica até mais fácil para ele virar uma marca. Algumas divisões de luxo ou esportivas nasceram dessa forma. Confira na lista:
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Após a Segunda Guerra Mudial a Europa estava destruída, incluindo na economia. As montadoras passaram seus esforços para produzirem carros populares: a Alemanha teve o Fusca, a França teve o Citroën 2CV, a Itália teve o Fiat 500 e a Inglaterra teve o Mini.
O período pós-guerra foi marcado por carros de projeto antigo sendo requentados. O Mini foi o primeiro carro popular britânico realmente novo e foi um projeto tão genial que a fórmula moderna de carros compactos é a dele.
Por trás desse projeto estava o Sir Alec Issigonis, que buscou otimizar ao máximo o espaço de um carro compacto. A principal inovação introduzida por ele foi o motor transversal, dando prioridade ao espaço na cabine.
A ideia era criar um carro que levasse quatro adultos e bagagens. Ele também precisava ser barato. Um exemplo de sua simplicidade eram as rodas de 10 polegadas e a suspensão que usava cones de borracha no lugar das molas.
Esse carro é conhecido hoje apenas como Mini, mas ele foi lançado com o nome de Morris Mini Minor. Ele foi produzido de 1959 a 2000, ganhando fama como ícone cultural, campeão em corridas e carro popular. Seus nomes ao longo dos anos foram:
Nos anos 90, os direitos do Mini pertenciam a Rover. A montadora britânica pretendia lançar um sucessor dele, mas respeitando o conceito original de fazer um carro pequeno, espaçoso e revolucionário.
Isso mudou quando a BMW comprou a montadora britânica. Ela transformou o carro Mini em uma marca, pegando carona na onda retrô que estava em alta no início dos anos 2000.
O Mini moderno projetado pelos alemães focou na parte divertida da história do modelo: as vitórias em corridas. Ele era um hatch esportivo e com dinâmica apurada. Já o interior, era apertado.
Essa fórmula segue na marca Mini até hoje, seus carros são sempre divertidos de guiar e estilosos. O espaço interno e o uso como carro popular ficaram no passado.
Antes de ser marca, Jeep era o apelido de um carro militar leve e com tração 4×4. Ele foi desenvolvido pela Willys-Overland a pedido do exército estadunidense, virando uma ferramenta importante na Segunda Guerra Mundial.
Esse modelo militar, chamado de Willys MB, agradou aos soldados. Após a guerra eles queriam um veículo assim para usar no lazer ou na fazenda. A demanda foi atendida com o CJ-2A em 1945, nome que significa “Civilian Jeep” (Jeep civil).
A linha cresceu em 1946 com a Willys Jeep Station Wagon, uma perua com carroceria metálica e percursora dos nossos SUVs modernos. Ela usava a base do CJ e foi vendida no Brasil como Rural.
A Jeep começou a ser tratada como marca no início dos anos 60, quando a Kaiser se fundiu com a Willys e formou a Kaiser Jeep. Ela considerava a linha fora de estrada como o principal produto, ao ponto de transformar esse carro em uma marca.
Em 1970 a American Motors Corporation (AMC) comprou a Kaiser Jeep. Os carros da Jeep, mais uma vez, fizeram mais sucesso que os carros de passeio.
A AMC chegou aos anos 80 com apenas um carro e diversas variações dele, mas os Jeep Wagoneer, Cherokee e CJ seguiram com boas vendas. A Chrysler comprou a AMC em 1987 com a clara intenção de ficar apenas com a Jeep.
Hoje a marca focada em carros fora de estrada é está nas mãos da Stellantis, conglomerado que junta os antigos grupos Chrysler, Fiat e PSA. Ela é a única divisão dessa gigante que é sucesso no mundo todo, sendo tratada com carinho maior.
A Citroën é uma marca que sempre inovou, tanto nos carros compactos quanto nos de luxo. Antes da Segunda Guerra Mundial ela fez o primeiro carro de tração dianteira com grande volume de vendas, o Traction Avant.
O seu sucessor foi o um carro igualmente inovador, o DS. Esse sedã foi lançado em 1955, mas suas formas aerodinâmicas fazem ele parecer mais moderno. Ele trazia inovações como a suspensão hidropneumática e faróis direcionais.
Ele só não foi ainda mais ousado por falta de verba, havia um motor boxer de 6 cilindros nos planos. Essa verdadeira nave espacial acabou sendo lançado com o antigo motor do Traction Avant. Sua modernidade o manteve em produção por 20 anos.
Vindo para o presente, a Citroën reviveu o nome DS para uma linha de carros premium. De início, todos traziam o duplo chevron na grade, mas em 2014 ela virou uma marca separada.
Hoje a DS é a alternativa francesa para quem procura um carro premium. Sua gama traz desenhos fora do habitual, tanto na carroceria quanto no interior. A mecânica é familiar com a linha Peugeot e Citroën, com o onipresente 1.6 THP aparecendo junto de sistemas híbridos.
A Hyundai havia uma boa relação com a Mitsubishi, por isso seus sedãs grandes eram projetos japoneses rebatizados. O ápice foi com o Equus, um carro de luxo irmão do Mitsubishi Proudia.
A marca coreana fazia esse modelo com foco no mercado interno. Sua ambição era de competir com as marcas premium europeias em pé de igualdade em todo o planeta, por isso começou a desenvolver o Genesis.
A Hyundai nos anos 2000 estava em franca expansão, seus carros eram conhecidos por serem baratos e passaram a ter qualidade similar a dos europeus mais renomados. O Genesis chegou em 2008 para mostrar tudo que a marca era capaz de fazer.
O sedã de tração traseira tinha porte de Mercedes-Benz Classe E, motores V6 ou V8 com injeção direta, interior com as tecnologias mais recentes e um sistema de som com 17 alto-falantes da Lexicon. A Hyundai dos EUA decidiu posicionar o modelo com uma pegada mais esportiva, por isso colocou a britânica Lotus para acertar a suspensão do carro.
Assim como a Lexus fez em sua estreia, a Hyundai ofereceu o Genesis com qualidade de carro alemão por um preço menor. E, assim como a japonesa, não chegou a destronar os alemães, mas conseguiu seu próprio público.
O Genesis foi acompanhado do Equus, um sedã maior e feito para competir com o Mercedes Classe S. Todo esse luxo e prestígio era vendido na mesma rede de concessionárias que o Elantra e outros carros mais baratos.
Em 2015 a Hyundai transformou a Genesis em sua marca premium, o carro com esse nome virou G80. Essa divisão conta hoje com seis modelos, sendo três sedãs e três SUVs.
A marca Genesis foca no luxo mais voltado ao conforto, priorizando materiais de qualidade na cabine e deixando as suspensões esportivas apenas para alguns modelos
A espanhola Seat faz parte da Volkswagen desde meados dos anos 80. Desde então seus carros são baseados em plataformas da alemã, mas trazendo desenho mais esportivo e um preço menor.
Começando pelo León, o irmão do Golf, veio o nome Cupra para as versões esportivas. Muitas vezes esses carros apimentados da Seat traziam motores mais fortes que os irmãos feitos pela Volkswagen.
Para quem só quer desempenho e dispensa outras firulas, a linha Cupra da Seat oferecia sempre um bom custo/benefício. O que era apensa o nome dos carros esportivos virou uma marca em 2018.
Com isso, as versões mais fortes dos carros perderam o nome Seat. Por exemplo, o hatch médio esportivo agora se chama Cupra León. A nova divisão também cuida agora dos carros de competição.
O sucesso do Porsche Cayenne abriu os olhos das montadoras para o filão de SUVs esportivos. Os carros esporte propriamente ditos são produtos nichados e de baixo volume, com um utilitário é possível ter parte desse entusiasmo e o consumidor paga caro pela marca.
Hoje em dia, até a Ferrari tem um SUV. A General Motors tem como marca de luxo a Cadillac, desde o lançamento do CTS ela tenta dar mais esportividade para essa divisão que sempre foi sinônimo de conforto.
Mesmo fazendo sedãs esportivos muito competentes, a Cadillac não consegue rivalizar com a BMW e seus principais produtos são SUVs sem preocupação com a dinâmica. Durante alguns anos surgiram os rumores de que a GM queria usar o nome Corvette para criar uma nova marca premium.
A ideia de transformar seu tradicional carro esportivo numa marca era para criar algo similar ao que a Porsche tem hoje: produzir os esportivos tradicionais junto de SUVs e sedãs com tempero similar.
O problema disso é que vai contra a proposta do Corvette. O esportivo de plástico norte-americano tem a tradição de oferecer desempenho dos supercarros europeus por uma fração do preço.
Transformá-lo em premium tem o risco de perder o público tradicional e ainda ser esnobado pelos clientes de carros premium. Afinal, o Corvette sempre foi o esportivo do trabalhador.
Apesar disso, notícias veiculadas em abril de 2013 dizem que o Corvette pode virar uma marca em 2025, com um SUV sendo seu primeiro carro. Pelo menos a base parece ser boa, vão usar a plataforma Alpha do Camaro atual.
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