Crescimento das marcas chinesas já bateu no sino?

Indústria chinesa produz nada menos que 30 milhões de veículos por ano, mas com fechamento de mercado e escalada tributária, muitas delas podem sumir

cargueiro de automoveis atracado em porto shutterstock
Indústria chinesa produz cerca de 80 mil carros por dia atualmente (Foto: Shutterstock)
Por Fernando Calmon
Publicado em 09/02/2025 às 17h00

Situação que merece atenção é o que acontece na China. Difícil saber se a atual produção em torno de 30 milhões de unidades anuais (incluídos caminhões e ônibus) continuará a se expandir, como se projetava. Há previsão de que apenas sete grandes grupos fabricantes sobreviverão até 2035.

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As portas se fecharam para exportações chinesas de automóveis aos EUA e à União Europeia com altas tarifas impostas pelos dois blocos econômicos. Nos EUA, nem produção interna de carros chineses, hoje, é possível. Quanto à Europa, não se sabe se a estratégia de produzir em países periféricos para escapar dos custos trabalhistas e industriais dos grandes mercados dará certo.

BYD é a empresa escolhida pelo governo centralizador e interventor chinês como campeã nacional e a marca mostrou crescimento exponencial ao se tornar a maior no mercado interno e de exportação. Basta a ver a frota de navios ro-ro (exclusivos para veículos) colocada à sua disposição, inclusive usados no Brasil para driblar o impacto do aumento (aliás, bem camarada) do imposto de importação sobre elétricos e híbridos.

Para complicar há rumores de que, possivelmente, a Anfavea iniciará ação antidumping (comercialização de produtos a preços abaixo do custo de produção) por concorrência desleal de marcas chinesas. Assunto é delicado porque nem todas estas agem da mesma forma. Stellantis passará a importar (previsão abril) a marca chinesa Leapmotors, enquanto a GM escolheu a Baojun. No entanto, a primeira também anunciou 1.500 novos empregos no Brasil, 90% Betim (MG) e 10% Porto Real (RJ).

Fusão sem caldo

Notícia vem da Nikei, prestigiosa publicação japonesa de negócios, porém o alcance terá que aguardar. A fusão estimada em US$ 60 bilhões, que criaria o terceiro grupo automobilístico mundial (atrás de Toyota e VW), teria azedado porque a Nissan não gostaria de ser tratada como simples subsidiária. Mitsubishi, por sua vez, entrou em compasso de espera. No meio do imbróglio, a Renault também quer ser ouvida, pois detém 36% do capital da Nissan. Honda já havia superado a Nissan no Japão (terceiro maior mercado doméstico do mundo).

Claro que há rusgas, todavia a Nissan permanece em posição bem frágil, inclusive passa por severo processo de enxugamento de atividades e corte de funcionários. Se for atingida de forma profunda pelas tarifas de importação que o novo governo americano colocou sobre o México, onde tem posição industrial muito forte, pode sofrer ainda mais.

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2 Comentários
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Antonio Pereira 10 de fevereiro de 2025

Ué, mas onde está o livre mercado dos liberais, só vale quando é para eles?
Aham, sei!!

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Antonio Pereira 10 de fevereiro de 2025

Neoliberal é assim, livre concorrência e livre mercado para mim, porque se alguém fizer melhor, mais barato e com escala superior aí é protecionismo na veia.
Democracia é quando eu mando em você, quando você manda em mim é ditadura.
Hipocrisia bate o sino no acidente!!!

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