Desgaste do motor: como evitar gastos ‘pesados’ com seu carro

Algumas atitudes dos motoristas podem parecer inofensivas, mas acabam resultando em um desgaste considerável do motor do carro. Saiba como evitá-las

Alguns motores modernos não podem receber retífica
Desgaste do motor pode ser amenizado em algumas situações (Foto: Montagem AutoPapo | Ernani Abrahão)
Por Bernardo Castro
Publicado em 19/06/2023 às 08h02

Tem muito motorista por aí que diz ter muito zelo com seu automóvel, que o utiliza apenas para deslocar em pequenas distâncias, mas que também ‘pisa fundo’ assim que liga o veículo. No entanto, ao contrário do que muitas pessoas pensam, essas atitudes apenas aceleram o desgaste do motor do seu carro.

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Essa afirmação pode parecer contraditória, uma vez que o carro realmente foi feito para ‘acelerar’ e se deslocar. Porém, existe uma explicação para isso.

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O malefício dessas duas práticas é praticamente o mesmo, e estão relacionados com a lubrificação do carro, uma vez que não ‘azeitar’ o motor do carro da forma correta pode implicar no aumento do desgaste. E tem muito motorista que reduz a vida útil dos componentes por não saber deste princípio.

Como reduzir o desgaste do motor do seu carro

Vamos imaginar um cenário em que o veículo ficou parado no carro durante toda a noite, depois que você chegou do trabalho. Com o passar do tempo, o óleo escorre para a parte mais debaixo do veículo, no cárter.

Ao acordar pela manhã, você liga o carro para ir ao trabalho e, assim que o motor começou a funcionar o motorista pisa fundo no acelerador para chegar mais rápido ao destino. Nos primeiros minutos o óleo ainda não subiu, pois a bomba ainda não puxou todo o líquido para cima para lubrificar as partes móveis, como pistões, contra-cilindros e outros.

Como esses componentes começam a trabalhar sem a lubrificação necessária, o atrito entre elas é consideravelmente maior. Por isso, sempre que o carro tiver passado algumas horas parado, é importante dosar o pé no acelerador ao ligá-lo.

Outra dica para evitar o desgaste prematuro é dosar a força do pedal direito nas saídas dos semáforos – ainda que o carro esteja devidamente lubrificado. Tal prática gera uma sobrecarga desnecessária em todo o conjunto mecânico, causando folgas nos componentes internos.

Rodar com o motor frio também é um problema

é importante se atentar à temperatura do carro para evitar desgaste no motor
Foto: Reprodução

Outro problema que pode aumentar o desgaste do motor é forçá-lo quando ele ainda está frio. Certamente você já notou que no painel do seu carro tem um termômetro similar a esse da imagem logo a cima.

O propulsor vai estar na temperatura ideal de funcionamento quando chegar no centro, como mostra a imagem. O tempo para chegar a esse ponto pode variar de acordo com o carro ou com a temperatura ambiente, mas não costuma ser mais do que alguns poucos minutos.

Porém, é importante se atentar a uma coisa. Em condições normais, esse ponteiro não deve pender para o H, de “HOT” (ou quente, em ingles). Se isso acontecer, seu motor pode estar superaquecendo e pode até fundir. Por isso, é importante parar imediatamente o carro e checar, por exemplo, o líquido de arrefecimento.

Se o motor estiver frio demais, também é um problema, visto que os gases da combustão podem contaminar o óleo lubrificante e, consequentemente, atrapalhar o trabalho das peças móveis.

Outras dicas para evitar o desgaste no motor

Um ponto importante, mas que muitas vezes é negligenciado, é respeitar os prazos para a troca do óleo lubrificante. Falando especificamente do motor, geralmente essa manutenção é recomendada a cada 10 mil km, mas o manual do proprietário te dará, com precisão, o prazo necessário para a troca no seu veículo.

No caso de carros um pouco mais ‘velhos’ com cerca de 7 anos ou mais, existe uma recomendação por parte de engenheiros de fazer a troca a cada 7 mil km.

Também é importante usar as especificações sugeridas pela montadora – que também está escrito no manual. O óleo com a configuração errada vai fazer o motor trabalhar com mais atrito e em temperaturas mais altas, o que vai acelerar o desgaste e pode até aumentar o consumo de combustível.

Rodar em estradas também é aconselhável

Rodar menos de 10 km com o automóvel em trajetos curtos se enquadra no que os engenheiros consideram como uso severo, visto que o motor não chega a atingir a temperatura ideal de funcionamento.

Durante viagens, com distâncias muito longas, o motor trabalha sempre na temperatura e lubrificação ideal, e o motorista esta quase o tempo inteiro em uma velocidade constante.

Nas rodovias, ainda é recomendado que alterne acelerações (sem exageros) e, de vez em quando, dê uma esticada de leve e em rotações mais altas. Essa prática pode expelir impurezas da câmara de combustão e do sistema de exaustão.

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1 Comentário
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Felipe Cunha 26 de junho de 2023

Na realidade, o óleo lubrificante atinge as partes mais altas do motor em fração de segundos, e assim que a luz espia de pressão de óleo apaga-se no painel do carro, Este é o tempo para que o lubrificante faça o seu papel antes de o motor obter a ignição de combustível, ocorrendo a queima inicial. O que ocorre neste período é que a têmpera de funcionamento ainda está baixa, e a dilatação termica de seus componentes ainda não foi atingida fazendo com que a folga entre as partes esteja maior que o projetado e a exigencia do motor nestes primeiros 02 ou 03 minitos nao é recomendada. Ao contrário do que era recomendado na época dos carburadores, o correto é ligar o motor e sair rodando em rotação baixa onde a temperatura ideal será alcançada de forma mais rápida e eficiente.

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