Douglas Mendonça 5.0 e os melhores carros nacionais dos anos 2000
Douglas Mendonça relembra quais foram os carros nacionais que marcaram os anos 2000, seja pela performance, inovação e proposta de mobilidade
Douglas Mendonça relembra quais foram os carros nacionais que marcaram os anos 2000, seja pela performance, inovação e proposta de mobilidade
Foram mais de 1.300 carros diferentes avaliados em minha carreira como jornalista automotivo ao longo de cinco décadas. Muita coisa, incluindo um monte de tipos de carroceria, diferentes portes e dimensões, movido por inúmeras motorizações (gasolina, etanol, diesel, a gás, GNV, eletricidade), pelos quatro cantos do mundo. Claro, tiveram carros totalmente insossos, mas outros foram inesquecíveis, tamanho o acerto mecânico ou as suas qualidades.
VEJA TAMBÉM:
O som de um motor (ou a falta dele), respostas ao comando do volante e pedal de freio, reações do acelerador, a rapidez ou bom casamento entre motor e transmissão, ou até mesmo o quão confortável, silencioso, seguro, espaçoso, ou modular um modelo é, tudo conta. Um carro bom não é necessariamente rápido, enquanto outro divertido pode ser mais lento do que se imagina. Há qualidades e qualidades.
Para facilitar essa lista, os separei por décadas (1970, 1980, 1990, 2000 e 2010), escolhi o carro mais legal e marcante daquele período, seu coadjuvante (aquele que chegou perto de ser o melhor), além do modelo com um conceito moderno ou inovador. Por enquanto, vamos falar dos nacionais, mas os importados virão em uma segunda “leva” de matérias. Vamos lá:
Na mesma toada de Chevrolet Vectra GSI e VW Gol GTI 16v, nacionais com motores importados vistos no texto anterior, a Honda fez algo bem parecido com o Civic em 2007: instalou nele um motor 2.0 16v e a transmissão manual de seis marchas, ambos japoneses, emprestados do S2000, dando vida ao famoso New Civic Si: uma fera sedan com 192 cv de potência que adorava altas rotações, porém seu torque não surpreendia tanto assim (19,2 kgfm). Seu 2.0 era “agudo”, com força máxima a elevados 6 mil giros, mas delicioso de ser ouvido, ainda mais junto daquela curta transmissão manual. Até o ronronar da máquina mudava nas rotações acima de 5.000 rpm, por conta do comando variável.
Na época, curtia tanto o Si que cheguei muito perto de adquirir um zero km para meu uso pessoal, mas pretendia deixá-lo original, diferente do que faz a maioria dos proprietários desses carros. Há exemplares modificados por aí com mais de 600 cv, e outros já bem castigados pelo uso severo nos track-days, competições e por aí vai. Por isso, encontrar um íntegro e com mecânica “limpa” já têm se tornado tarefa difícil.
O VW Polo Bluemotion, lançado em 2009, quase ficou para a próxima década, mas coube aqui como coadjuvante. Mesmo sendo um carro comum, me agradou já no lançamento pelas soluções aerodinâmicas e foco na redução do consumo de combustível. Ele tinha reprogramações da eletrônica do motor 1.6 8v, uma relação alongada das cinco marchas manuais, menor altura em relação ao solo, direção eletro-hidráulica (acionamento da bomba hidráulica através de um motor elétrico) e uma série de acessórios externos para reduzir seu arrasto: aerofólio, grade mais fechada, saias laterais, pneus de baixo atrito, parachoque traseiro reformulado e rodas especiais. Até o interior, com forração especial dos bancos e laterais de portas, remetiam a algo mais “eco”.
Na época, há quinze anos, essas soluções me chamaram a atenção, ainda mais quando analisava suas médias de consumo pelo computador de bordo. A VW prometia mais de 21 km/l na estrada com gasolina, número que não ficava muito aquém da realidade. Carrinho muito bacana com proposta valiosa até os dias atuais: economizar combustível, poupar seu bolso, reduzir a poluição e diminuir os danos ao meio-ambiente.
Como conceito dos anos 2000, não poderia deixar de falar do Honda Fit, hatch meio monovolume lançado em 2003, que de início era feito em Sumaré (SP). Pequeno, prático e com alguns predicados de projeto (altinho, espaçoso, com posição de guiar ereta), era ainda um legítimo projeto japonês, com muita robustez mecânica e baixo consumo de combustível, ainda que o desempenho ficasse em segundo plano. Sua pegada era mais ou menos como a de um Renault Scènic ou Mercedes Classe A.
E, sem dúvidas, o Fit ainda é um dos carros mais modulares que já tivemos em nosso mercado: dava, por exemplo, para levantar o assento traseiro e dobrar o encosto, permitindo que todo o habitáculo ficasse livre para acomodar objetos grandes, da mesma forma que os bancos dianteiros se rebatiam para trás, criando uma espécie de cama.
Eram várias configurações internas, possibilitando o transporte de bastante coisa. Muito prático e macio, especialmente nas versões com câmbio CVT, tanto que, depois dessa primeira, ainda recebeu mais duas gerações com a mesmíssima proposta. Ele deixou nosso mercado em 2021, mas segue firme e forte na Ásia, ainda nos mesmos moldes de monovolume.
Na próxima semana, não perca os melhores nacionais dos anos 2010!
👍 Curtiu? Apoie nosso trabalho seguindo nossas redes sociais e tenha acesso a conteúdos exclusivos. Não esqueça de comentar e compartilhar.
TikTok | YouTube | X |
Ah, e se você é fã dos áudios do Boris, acompanhe o AutoPapo no YouTube Podcasts:
Podcast - Ouviu na Rádio | AutoPapo Podcast |