Douglas Mendonça 5.0: os melhores carros dos anos 1970
Confira os melhores carros que dirigi em minha carreira de jornalista automotivo, começando pelos modelos dos anos 1970
Confira os melhores carros que dirigi em minha carreira de jornalista automotivo, começando pelos modelos dos anos 1970
Foram mais de 1.300 carros diferentes avaliados em minha carreira como jornalista automotivo ao longo de cinco décadas. Muita coisa, incluindo um monte de tipos de carroceria, diferentes portes e dimensões, movido por inúmeras motorizações (gasolina, etanol, diesel, gás, GNV e eletricidade), pelos quatro cantos do mundo. Claro, tiveram carros totalmente insossos, mas outros foram inesquecíveis, tamanho o acerto mecânico ou as suas qualidades.
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O som de um motor (ou a falta dele), respostas ao comando do volante e pedais de freios, reações do acelerador, a rapidez ou bom casamento entre motor e transmissão, ou até mesmo o quão confortável, silencioso, seguro, espaçoso, ou modular um modelo é, tudo conta. Um carro bom não é necessariamente rápido, enquanto outro divertido pode ser mais lento do que se imagina. Há qualidades e qualidades.
Para facilitar essa lista, os separei por décadas (1970, 1980, 1990, 2000 e 2010), escolhi o carro mais legal e marcante daquele período, seu coadjuvante (aquele que chegou perto de ser o melhor), além do modelo com um conceito moderno ou inovador. Por enquanto, vamos falar dos nacionais, mas os importados virão em uma segunda “leva” de matérias.
Sem dúvidas quem mais me marcou nos anos 1970 foi o Passat TS, de 1976. Um esportivo que fez renascer a Volkswagen brasileira, que até então só fazia carros de motor a ar e tração traseira. O Passat, derivado dos Audi sem esconder sua origem, já tinha motores com refrigeração líquida e tração dianteira. Um outro mundo, muito bem explorado nessa versão TS: era leve e bom de performance, mantendo o design que fazia brilhar os olhos de muita gente na época. Seu motor 1.6 com comando no cabeçote e carburador duplo já era um AP, e ia bem além do 1.5 “tradicional”. Em números de potência eram 96 cv, mas o carro era leve, tornando-se um verdadeiro demônio nas mãos de quem o soubesse usar, inclusive nas pistas de competição. Iniciei minha carreira de piloto no começo dos anos 80 a bordo de um Passat TS!
Aqui não temos um, mas um poderoso trio coadjuvante: Chevrolet Opala 250S (171 hp), Dodge Charger R/T (215 hp) e Ford Maverick V8 Quadrijet (257 hp). Eram grandes, faziam bastante barulho e eram bons de estrada, conseguindo elevadas velocidades médias e alto nível de conforto. Porém, consumiam bastante gasolina e não eram os melhores nas curvas ou frenagens fortes.
O Opala, com comando especial, carburador de corpo duplo e taxa de compressão aumentada, era o “melhorzinho” dos três nesses parâmetros, mas era um trio bom mesmo nas retas. O Charger tinha um V8 com taxa alta (8:1) e sistema de escape individual, enquanto no Maverick Quadrijet havia uma receita parecida com a do Chevrolet, e seu “kit esportivo” era vendido nas concessionárias Ford. Mas o Passat TS dava trabalho aos três…
Já como melhor conceito dos anos 1970, sem dúvidas o Fiat 147. O carro, primeiro da marca no país, chegou em 1976 trazendo uma ideia inédita aqui no Brasil. Era pequeno por fora e espaçoso por dentro, com disposição transversal de seu diminuto motor 1050 e transmissão manual de quatro marchas para melhor aproveitamento de espaço interno.
Nunca havíamos tido um modelo assim no Brasil, pequeno, leve, espaçoso e com projeto mecânico moderno (comando no cabeçote, correia dentada etc.). Primazias dos italianos. Além disso, o 147 era o carro mais econômico do país no final dos anos 1970, percorrendo os 14 km da ponte Rio-Niterói com quatro a bordo, bebendo apenas 1 litro de gasolina. Um teste de sucesso que virou propaganda.
Na próxima semana, não perca os melhores carros dos anos 1980 nesses meus 50 anos como jornalista automotivo!
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