DTC delete: a tecnologia que esconde os defeitos dos carros
Essa prática foi criada para ajudar na preparação de carros, mas também é usada por vendedores picaretas na hora de vender um usado
Essa prática foi criada para ajudar na preparação de carros, mas também é usada por vendedores picaretas na hora de vender um usado
Antigamente o processo de “maquiar” um carro usado era mais simples: bastava voltar o hodômetro, utilizar um óleo mais grosso e trocar a capa dos pedais. Hoje com a eletrônica, existem várias salvaguardas para evitar isso. Mas o vendedor mal intencionado também evoluiu, um dos recursos usados hoje é o DTC delete.
A central eletrônica dos carros mais recentes registra as falhas apresentadas. Cada uma possui um código, chamado de DTC (Diagnostic Trouble Codes, ou códigos de diagnóstico de problemas em português).
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Isso foi feito para facilitar a vida do mecânico, já que o próprio carro indica qual é o problema de forma mais precisa. As luzes do painel já faziam isso, mas um ícone pode indicar diversas falhas em sistemas mais complexos, como o de injeção.
O gerenciamento eletrônico dos carros cuida para que tudo trabalhe dentro dos parâmetros definidos pelo fabricante. Assim, o veículo terá o desempenho, consumo e emissões estipulados pelo projeto original.
O DTC delete foi criado por preparadores, com a intenção de fazer que o carro aceite os parâmetros alterados para extrair mais potência. Uma modificação comum é retirar o catalizador, o que causa alterações nas leituras da sonda lambda e faz a centralina alterar os parâmetros da injeção para tentar remediar a situação.
A remoção desses códigos de erros fazem que a injeção trabalhe da forma que foi acertada pelo preparador. O carro deixa de achar que está trabalhando fora da normalidade.
Infelizmente, esse recurso não é usado apenas pelos preparadores. Vendedores mal intencionados realizam o DTC delete para esconder defeitos nos carros usados e vendê-los como se estivessem com a manutenção em dia.
Realizar o DTC delete apaga da central do carro as linhas de código que servem para identificar os erros. Mesmo passando em um scanner, não será identificado se há alguma falha.
Sem identificar que há algo de errado, o carro não entra em modo de emergência quando acontece uma anomalia. A longo prazo, isso pode resultar em quebradas e despesas grandes. Se o código deletado for relacionado com segurança, o resultado poderá ser um acidente.
O carro pode estar com uma falha no módulo da injeção, nos sistemas de segurança como o ABS e controle de tração, na ignição ou em qualquer outra parte que é controlada eletronicamente.
Após os códigos serem deletados, eles não são restaurados por conta própria. Para arrumar isso é preciso restaurar a centralina para as especificações de fábrica. Para o azar do comprador, as luzes do painel seguem acendendo normalmente na hora da partida.
Se você está avaliando a compra de um carro usado e ele está funcionando de forma estranha sem acender as luzes de falha ou apontando problemas no scanner, ele pode ter recebido DTC delete. Fique esperto!
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