Ford Escort: uma história de tecnologia além do seu tempo (Parte II)
O Escort ficou em linha por 20 anos e teve três gerações; ele foi um dos principais produtos vendidos pela Ford no mercado brasileiro
O Escort ficou em linha por 20 anos e teve três gerações; ele foi um dos principais produtos vendidos pela Ford no mercado brasileiro
No Salão do Automóvel de 1992, a grande novidade da Ford era a apresentação da nova geração do Escort, a família MK5 que havia sido lançada há apenas alguns meses na Europa. Um verdadeiro banho de tecnologia em um produto que o europeu começava a comprar e já estava sendo oferecido por aqui. Esse novo carro tinha como grande novidade um design arrebatador: carroceria de dimensões mais generosas (só o entre-eixos crescia 12 cm) e formas delicadamente mais arredondadas.
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Esse novo Escort, que no mercado brasileiro ficou conhecido como “Sapão”, por causa da sua frente arredondada e boa entrada de ar frontal, que mais parecia uma boca, era oferecido inicialmente apenas na carroceria de duas portas, como de praxe no modelo da Ford. Mas, apesar disso, era cômodo e fácil entrar e sair mesmo no banco traseiro, já que as portas eram grandes. Eram quatro versões (L, GL, Ghia e XR3), e muitas novas tecnologias, como equalizador no sistema de áudio ou ajuste de profundidade do volante, um pioneirismo.
Sua plataforma era totalmente nova. Pela primeira vez, o Escort trocava as suspensões independentes pelo esquema convencional com McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, além de uma nova calibração completa na direção e freios, que, nas versões mais caras, poderiam ser a disco nas quatro rodas. O carro, no geral, continuava bom de guiar e bastante comportado, como esperado.
Seus motores eram conhecidos, e foram apenas aperfeiçoados. Nas versões de entrada estava o 1.6 CHT, com mais potência, torque e economia, ou, para as mais caras, o requisitado VW AP 1.8, que também ganhava melhorias. Outro que estava disponível era o AP 2.0, carburado na versão Ghia e injetado no XR3 com sua proposta esportiva. Todas as versões contavam com câmbio manual de 5 marchas, com escalonamento diferente para cada motorização.
Curiosamente, apesar da carroceria moderna mostrada no Salão de 1992, permanecia em produção o antigo Escort com o sobrenome Hobby, mas agora com motor 1.6 CHT menos potente, e, depois, o famigerado 1.0. Ele vinha na onda dos populares no início dos anos 90, mesma época da estreia de Fiat Mille, VW Gol 1000 e GM Chevette Junior, todos sob o guarda-chuva de uma menor tributação para que fossem vendidos a preços mais atraentes. E, claro, eram todos bem básicos e simples.
Com o motor 1.6 CHT reduzido para 1.0 litro, graças a um virabrequim de curso mais curto e pistões menores, o Escort Hobby sofria com a pouca potência e torque do seu conjunto, sempre acoplado a um câmbio de 5 marchas com relações bastante curtas para compensar a falta de força. Eram pouco mais de 50 cv de potência com 7,4 mkgf de torque, número bem contido para mover o carro. Para se ter uma ideia, o Escort “do povo” levava 20 segundos para ir de 0 a 100 km/h.
Depois de lançar a linha 1996 do Escort, a Ford logo se adiantou e trouxe outra linha 1996, mas levemente retocada. Ela ficou conhecida como “linha 96,5”, e, agora, dançava tango ao invés do samba: como as linhas de produção da Ford brasileira eram ocupadas pelo Fiesta (que, inclusive, matou o popular Hobby), o Escort passava a ser importado de Pacheco, na Argentina.
A principal novidade dessa linha “96,5” era a grade ovalada, que sofria influência do modelo europeu, que já estava a frente do nosso. Como de costume, outros pormenores também eram novos: calotas/rodas, tecidos internos e por aí vai. No restante, o mesmo carro de antes. A notícia triste é que, com a chegada dessa pequena reestilização, a versão esportiva XR3 e topo de linha Ghia deixaram de ser fabricadas, sobrando apenas GL e GLX, sempre equipadas com o motor 1.8 AP da Volkswagen.
Cerca de seis meses depois desse Escort “96,5”, a marca do Oval Azul atropelava suas próprias estratégias lançando um novo Escort, já de sétima geração. Na realidade, plataforma e principais elementos da carroceria eram os mesmos de antes, mas tudo foi aprimorado e reestilizado, transformando o modelo em um novo carro, praticamente. Oficialmente, a família Escort estava maior: tinha uma carroceria sedã e outra Station Wagon (SW), enquanto a tradicional de dois volumes e meio passava a ser sempre de quatro portas. A carroceria de duas portas vinha depois, em um paliativo do XR3 chamado RS.
O objetivo era alcançar um público ainda mais diverso: consumidores solteiros, casais, famílias, jovens, um público de meia-idade e por aí vai. A produção se mantinha na Argentina, enquanto o motor, agora único para toda a linha (com versões GL e GLX), era totalmente novo: da família Zetec, com 1.8 litro, 16 válvulas e duplo comando de válvulas, garantindo uma boa dose de força sem abrir mão da economia de gasolina. Eram 115 cv de potência e mais de 16 mkgf de torque nesse 1.8, moderno e de projeto europeu, que continuava casado com um câmbio manual de 5 marchas.
No final de 2000, chegava ao mercado nacional o Ford Focus, projeto bastante moderno e tecnológico que ainda era novidade na Europa. Por lá, inclusive, ele já chegou tomando completamente o lugar do Escort, prenunciando o que aconteceria no Brasil algum tempo depois. Logo a Ford brasileira já adequou a família Escort para a chegada da novidade Focus nas carrocerias hatch e sedan: saíam de cena o Escort Sedan e os duas portas. SW e quatro portas continuavam.
E, claro, aos poucos o Escort foi cedendo espaço para o Focus, com reduções de versões e preços. Ainda assim, na mesma época, como linha 2001, o bom e velho Escort recebia um novo coração: o motor 1.6 8v Zetec Rocam, com comando de válvulas roletado e oco para reduzir a inércia (ROller CAMshaft, daí seu nome). Com 95 cv, era mais econômico e até ágil quando comparado com o 1.8 16v, ganhando ainda no consumo de combustível com o novo cabeçote e sistema de distribuição exclusivo.
Dali em diante, nada mais mudou no Escort nacional. Assim, com o 1.6 Rocam e dois tipos de carroceria (SW e 4p), ele continuou sendo produzido na Argentina até meados de 2003, quando finalmente saiu de linha no mercado nacional após 20 anos e cerca de 1 milhão de unidades vendidas. Em que pese o sucesso do Focus no mercado nacional, o Escort se manteve entre nós por duas décadas e até conviveu com seu sucessor por algum tempo, mostrando que, mesmo defasado, era um produto bem interessante, maduro e acertado.
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Esqueceram também de dizer que no ano de 1996 o modelo esportivo XR3 não existia porém ficou seu sucessor o modelo RACER que praticamente é o mesmo carro
Só esqueceram de citar o Escort AP 1.6 gasolina inclusive tenho um ano 1995 injeção monoponto 1bico um carro muito bom
Esse carro tem uma história muito longa pra ser contada, quem viveu no passado e conheceu bem esse carro sabe os pós e contras que ele tem. Um carro com muito estilo esportivo que já tirou a vida de muita gente nas rodovias do país, me lembro que foi eleito o carro matador da Ford kkkkkk quantas almas já saiu de dentro de carro, olha. É um carro que ensina o motorista a ser um bom motorista, se você for barbeiro é melhor não pegar um Escort, principalmente numa rodovia, na primeira curva você se perde. Ande devagar que o negócio é pesado, se tiver pé igual um tijolo não pegue porque é certeza que você vá parar num caixão. Também sempre revise a suspensão dianteira, a qualquer momento ela pode quebrar e te levar pro caixão. Um carro que jamais será esquecido e ficará na história. Se todos os carros fosse igual um Escort eu acredito que não teria motoristas ruins e imprudêntes!!!
Tive 2 Escorts e gostava muito deles. Um AP GLX 96 e um Zetec GL 97 e eram carros muito bons. Esse Zetec 1.8 16V era relativamente econômico pelo porte e peso e tinha um câmbio bem longo, lembro que era muito bom de estrada.
Eu que mande a pergunta sobre o Escort CHT na ultima live número 101.
Escortao vai ficar quase q eternamente,o Zetec 16v só perde em uma certa pegada contra o Rocam,o 1.8 faz10 a12 na cidade tranquilo e 16 na estrada fácil a 100…120….e na hora de acelerar Rocam tem pegada a qualquer giro antes dos 5000….já o 16v não é assim,tem q estar no momento certo,mas se pega na veia numa reduzida de 5 para 3 a 90….o bicho tem joga no banco e cola 160 que vc até dúvida dos 115 cv’s e 16 de torque rsrs…tenho um ..hoje turbo de 500cvs,meu xodó inteiramente restaurado,um carro robusto e que chama atenção por onde passa,não troco e não vendo por naaaada!!!!
Leonardo o teu da muito problema nos sensores? Esse carro é maravilhoso apesar de algumas peças serem um pouco mais caras e alguns mecânicos fazerem vista grossa a esse carrão.
Eu tenho Escort eropeu ano 93 direção hidráulica teto solar manual vidro elétrico 2.01 muito bom é um ótimo carro
Gostaria de ver a matéria do Escort 1989?
Eu tenho um escort 2001, 1.6 8v. Um carro muito bom mesmo, mecanica boa e durável, econômico. Bom mesmo.
Muito boa e interessante a reportagem do Escort vulgo Cicatriz. Possuo um GLX 97 desde zero e com 117.000 km em prefeito estado. Continue com essas reportagens. Parabéns.