Dos meus Fuscas, só o de Gran Turismo minha sogra não pôs praga

Por Marcelo Jabulas
Publicado em 21/01/2024 às 19h58
Atualizado em 21/01/2024 às 20h10

Dia 20 de janeiro é o Dia Nacional do Fusca. Todo ano há manifestações no país inteiro em celebração ao simpático Volkswagen, lançado por aqui em 1959.

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O Fusca fez parte da vida de muita gente, inclusive da minha. Meu pai foi proprietário de 13 Fusquinhas, ao longo dos anos. Dois deles pararam em minhas mãos.

Gosto de dizer que tenho um terceiro Fusca, em “Gran Turismo 7”, cheio de veneno, rodas BBS e que mais parece Porsche. Adoro correr com ele. E posso dizer que esse Fusca virtual é o único que minha sogra não botou zica.

Isso porque, meu primeiro Fufu, um branquinho, ano 1980, foi o carro que eu minha namorada demos nossos primeiros passeios. Com esse Fusca eu passei alguns apertos. E tenho certeza que muitos foram por intervenção das rezas ou pragas de minha sogra no intuito de proteger sua filha de minhas más intenções.

A primeira vez foi quando iríamos dar nosso primeiro passeio. Estava tão nervoso que abasteci e esqueci a tampa do bucal no posto. Na virada do milênio, os R$ 10 que tinha para abastecer daria para ir na casa dela, dar uma passeada e voltar para a casa.

Quando cheguei senti o cheiro forte de gasolina. improvisei com uma tampa de maionese e voltei ao posto. E o primeiro passeio ficou para depois já que não daria mais para ir e voltar. Não tem como não ter tido o dedo dela.

E teve também a vez que a seta deu defeito na Praça Raul Soares. Sem conseguir sair de lá demos uns oitenta voltas até dar uma brecha e consegui pegar a Olegario Maciel com destino a Pedro II. Não era para onde eu queria ir, mas terminamos comendo pizza num shopping.

Com o segundo Fusca (o Gemada), o buraco foi mais embaixo. Ele era um 76, com para-lamas de Fafa. Era uma porcaria completa. Tudo era ruim, mas era o que tinha para poder dar minhas voltas.

fusca gran turismo2 — *Se meus Fuscas falhassem, sabia que era por causa da minha sogra*

Certa vez ele deu uma pane elétrica geral. Estava eu e minha namorada a caminho de uma festa de casamento. Ao atravessar a avenida Cristiano Machado, subindo a Jacuí, o Gemada apagou. A luz da bateria não acendia, mas ela estava com carga pq toquei um fio nos dois polos.

Nada funcionava. Liguei para o meu pai e ela para o dela. Eis que chega meu velho e levanta o capô e mexe perto da dobradiça. “Esqueci de dizer que troquei o forro de papelão, deve ter esbarrado no chicote”.

Ele mexeu nos fios e o Fusca deu partida. Mas a noite já estava perdida. Meu sogro achou mais prudente a filha dele voltar com ele para casa e não naquela porcaria de Fusca.

E o Fusca do “Gran Turismo”? Com esse minha sogra não se preocupa. Afinal, já casei, lhe dei um neto e sou apaixonado por ela. Estamos em paz. Mas tem vez que a bateria do joystick acaba e não acho o cabo. Mas isso é coisa da filha dela.