Gasolina velha escurece e muda de cor? E outros fluidos do carro?
Frentistas muitas vezes se oferecem para substituir a gasolina do tanquinho de partida a frio, alegando que ela escureceu: isso procede?
Frentistas muitas vezes se oferecem para substituir a gasolina do tanquinho de partida a frio, alegando que ela escureceu: isso procede?
“Doutor, quer abrir o capô para eu dar uma conferida?” Essa pergunta é comum nos postos de combustíveis e, quando respondida com um “sim” pelo motorista, pode ter desdobramentos inesperados. Há frentistas que sugerem a substituição da gasolina do tanquinho de partida a frio ou de outros fluidos, pois eles teriam mudado de cor: quanto mais escuros, mais velhos. Mas isso faz sentido?
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O AutoPapo consultou especialistas: a resposta é que a gasolina, e apenas ela, tende, sim, a mudar de cor à medida que envelhece. É o que explica Eduardo Buarque de Alcazar, analista de produtos da BR Distribuidora:
Se a gasolina estiver ficando mais escura, significa que algum tipo de reação ou degradação está ocorrendo. Nesse caso, o mais seguro é trocar o combustível”.
O especialista da BR Distribuidora esclarece que as reações de degradação, que pioram a qualidade da gasolina, geralmente decorrem de processos de oxidação, resultantes do contato do combustível com o ar e com mudanças de temperatura.
O escurecimento justamente é um dos sinais de que o combustível sofreu esse tipo de alteração na composição química: se for utilizado, poderá formar depósitos no sistema de partida a frio e até causar entupimentos. Para amenizar esse problema, Alcazar recomenda a utilização de gasolina do tipo premium, como a Petrobras Podium, no tanquinho de partida a frio.
Isso porque a gasolina aditivada e a comum duram apenas 3 meses, enquanto na podium tal prazo chega a 6 meses. “(Esse combustível) tem alta octanagem e maior estabilidade química, o que é muito interessante para essas situações nas quais o produto demora muito para ser consumido”, afirma.
O engenheiro mecânico Erwin Franieck, mentor de tecnologia da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), também aconselha substituir a gasolina do tanquinho se ocorrer escurecimento. Ele adverte que:
Deixar combustível oxidado no sistema resultará na formação de muitos depósitos.”
Franieck destaca que sistemas de partida a frio com subtanques estão obsoletos: hoje, equipam poucos carros zero-quilômetro. Isso porque já existe, há alguns anos, a tecnologia de aquecimento dos bicos injetores, que dispensa o uso de gasolina no momento da primeira ignição. Esse mecanismo elimina abastecimentos e manutenções, além de ser mais amigável com o meio-ambiente.
No caso dos demais fluidos, porém, o engenheiro da SAE adverte que não é possível, a olho nu, relacionar a cor a um suposto envelhecimento. Isso porque eles integram sistema muito mais estáveis que a gasolina do tanquinho: os fluidos de freio e dos sistema de direção assistida e de arrefecimento, por exemplo, demandam substituição apenas após alguns anos ou dezenas de milhares de quilômetros.
Nesse caso, basta seguir o plano de manutenção prescrito no manual do veículo e efetuar as trocas nos intervalos determinados. O mesmo vale para o óleo do motor. Esse fluido até pode sofrer escurecimento com o uso, mas o fator determinante não é a cor: o motorista deve simplesmente fazer a substituição dentro dos prazos de quilometragem e tempo estipulados pelo fabricante.
Boris Feldman explica em vídeo as diferenças entre os tipos de gasolina: assista ao vídeo!
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Interessante! Se fosse o próprio Boris fazendo a matéria, aqui estaria cheio de respostas o chamando de gagá, desinformado, dizendo que ele está errado etc. Mas como especialistas foram consultados para prestar A MESMA INFORMAÇÃO que o Boris sempre falou, aí todo mundo se cala! Cadê os “especialistas” que tanto o alfinetam nessas horas?