Nova mistura dos combustíveis levanta discussões sobre prejuízos, benefícios, impactos mecânicos e fiscalização suspensa
A nova política da “Gasolina do Futuro” do Governo Brasileiro passa a vigorar nesta sexta-feira, 1º de agosto. Com a medida, a gasolina comum passa a conter 30% de etanol anidro em sua composição – a chamada Gasolina E30. Já o Diesel B15, o novo diesel comercial, terá 15% de biodiesel. As mudanças, amplamente discutidas nos últimos meses, são previstas pela Lei nº 14.993/24.
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A medida foi oficializada ainda em junho, durante uma reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), no Ministério de Minas e Energia, com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre Silveira.
O governo afirma que os novos percentuais representam um passo rumo à transição energética, prometem redução de emissões e até barateamento no preço da gasolina — com estimativa de queda de até R$ 0,13 por litro.
Embora o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) tenha validado a nova gasolina, os testes apontaram dificuldades pontuais em motocicletas carburadas e veículos mais antigos, principalmente na partida a frio. Ainda assim, o instituto sustentou que os problemas estão dentro da margem de operação esperada e que a dirigibilidade geral não será afetada para a maioria da frota nacional.
Nos carros modernos e motos com injeção eletrônica, o desempenho não apresentou diferenças significativas. Mas para veículos antigos — sobretudo os que utilizam carburador e funcionam apenas a gasolina — a recomendação é buscar alternativas, como a gasolina premium, que continuará com os 25% de etanol. Essa opção pode custar até 40% mais que a gasolina comum.
No setor de transporte de cargas, o Diesel B15 também causa receio. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) já se posicionou a favor de um limite menor no combustível, de 10%. A motivação seria o aumento de falhas mecânicas em caminhões com os teores mais altos. Mesmo com resistência, o governo sustenta que o avanço é necessário para diversificar a matriz energética nacional e reduzir a dependência do petróleo importado.
O começo da nova gasolina e do novo diesel nas bombas coincidiu com a suspensão do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC), da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O motivo da medida vem do corte orçamentário imposto pelo Decreto nº 12.477, que comprometeu parte das operações da agência, reduzindo a inteligência e o planejamento das ações em campo.
Apesar disso, a ANP realizou uma força-tarefa entre os dias 21 e 25 de julho, em cinco estados brasileiros. Como resultado, 15 mil litros de combustíveis foram apreendidos e ao menos cinco postos foram interditados.
A força tarefa foi possível graças à liberação emergencial de R$ 10 milhões, que objetivava justamente manter as fiscalizações. Ainda assim, a ação não indica desbloqueio dos recursos vetados anteriormente.
Para o Governo, o Brasil tem território, clima e tecnologia suficientes para liderar a produção e o uso de biocombustíveis.
Agora, com o E30, seremos exportadores de gasolina! Impacto verdadeiro na vida da família brasileira”, disse o ministro Alexandre Silveira, durante a 2ª reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)
Na mesma ocasião o presidente Lula destacou que a prioridade é pensar no país como um todo, fortalecendo o agronegócio e a indústria nacional com a valorização de combustíveis renováveis.
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Ainda temos uma grande frota antiga à gasolina, e não é por opção ou capricho dos donos destes veiculos. O nosso País ainda possuir uma renda média relativamente baixa, enquanto os automóveis novos (flex)i são aqui vendidos a preços pornográficos desde 2020 – forçando grande parte dos consumidores a buscarem pelos “velhinhos” que ainda caibam no bolso.
No caso do diesel o drama é pior, pois nem mesmo os veiculos novos escapam dos estragos no motor. Há tempos já existe a adição de Arla aqui no Brasil, e agora também já contamos com a tecnologia Euro-6. Portanto nem os argumentos ambientais justificam que se “batize” ainda mais o nosso diesel com suco-de-soja.
quem dera fosse só frota antiga… A imensa maioria dos modelos de motos, por exemplo, são só gasolina. Flex são só as populares da Honda e Yamaha. O restante, centenas de modelos, só gasolina. Governo desgraçado
Qual é a octanagem dessa nova gasolina?
Faz o L