GM vai sair do Brasil? Não! Vai se salvar pela China

Montadora norte-americana aposta em alternativa diferente e irá passar dos carros a combustão para os modelos 100% elétricos

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Wulling Bingo EV pode ser aposta da GM para o nosso mercado (Fotos: Divulgação)
Por Sergio Quintanilha
Publicado em 26/08/2023 às 11h03

Depois que a Stellantis apresentou os protótipos de quatro arquiteturas para carros híbridos e elétricos no Brasil, aumentaram as especulações sobre o futuro da GM no Brasil. Como se sabe, a Stellantis (leia-se Fiat, Citroën, Jeep, Peugeot e Ram) vai dar prioridade aos carros híbridos flex e só a partir de 2027 ou 2028 deve apresentar seu primeiro carro elétrico nacional.

A General Motors, ao contrário, não quer saber de carro híbrido no Brasil, por considerar que : 1) eles emitem CO2 e não ajudam muito na descarbonização; 2) não representam mais nenhum desafio tecnológico.

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Na prática, o compromisso de uma Chevrolet 100% elétrica no Brasil começará somente em 2035. Alté lá a GM tem tempo para ir vendendo carros elétricos de alto valor, como os Bolt EV e EUV e os prometidos Equinox EV e TrailBlazer EV. Para o futuro haverá também uma picape Silverado EV.

Até aí tudo bem, mas como a GM do Brasil vai enfrentar ops próximos desafios do Proconve? A próxima etapa será ainda mais severa do que a última. E a resposta está no turbocompressor. A GM acredita que ainda tem espaço para reduzir as emissões de CO2 de seus motores turbinados.

Chevrolet Equinox EV 2024
Equinox EV: em breve no Brasil (Chevrolet | Divulgação)

Antes, GM com motor turbo

Projetando para o futuro pré-2025 é possível que todos os motores sejam turbinados. Mas, apesar disso, a grande questão ainda não está resolvida. A GM terá condições de produzir carros elétricos no Brasil?

Para mim, a resposta é sim! Ora, se a própria Stellantis, que está focada no carro híbrido flex, pretende produzir um carro elétrico nacional antes de 2030, por que a GM não pode fazer a mesma coisa? Afinal, já está ajudando, a partir do Campo de Provas de Indaiatuba, SP, no desenvolvimento dos BEVs vendidos nos Estados Unidos.

Onde está o futuro da GM brasileira? Basta pararmos de olhar para o norte do mapa e olharmos para o leste superior, mais exatamente para a Ásia. Simples assim: a solução para os carros elétricos da GM não virá dos Estados Unidos. Para fazer volume esses carros precisam ser baratos, portanto virão da China.

GM já aposta em ‘carros chineses’

Aliás, isso nada mais é do que a continuação do que já ocorre hoje. Os carros-chefe da linha Chevrolet no Brasil foram todos desenvolvidos na China ou em parceria com os chineses. Onix, Onix Plus, Tracker e Montana. Todos usam a mesma plataforma GEM, criada na China para carros de países emergentes.

Na China, a GM tem uma forte parceria com a SAIC e com a Wulling. Na joint-venture SAIC-GM-Wulling já existem carros elétricos baratos. Uma das marcas do grupo é a chinesa Baojun, que já tem alguns modelos elétricos a bateria.

Um deles é o pequeno Baojun Kiwi EV, que mede 2,89 m de comprimento, 1,65 m de largura, 1,57 m de altura e 2,02 m de entre-eixos. Tem motor de 40 kW ou 50 kW de potência e 150 Nm de torque. A bateria tem 31,7 kWh.

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Baojun Kiwi EV

O Baojun Kiwi de 40 kW (54 cv) chega a 105 km/h e tem alcance de 305 km. O Kiwi de 50 kW (68 cv) atinge 115 km/h e roda 301 km com uma carga. É um carro pequeno demais para o mercado brasileiro atual. Mas há outro, maior, da própria Baojun, além dos modelos da Wulling, como o Bingo EV.

O Baojun Cloud EV tem um motor elétrico de 100 kW de potência e 200 Nm de torque. Com uma bateria de 37,9 kWh, é capaz de rodar 360 km com uma carga. São números bons, pois a potência equivale a 136 cv.

O Baojun Cloud EV tem o porte do Chevrolet Onix (na verdade é um pouco maior). Ele mede 4,29 m de comprimento, 1.85 m de largura, 1,65 m de altura e tem 2,70 m de distância entre-eixos (a mesma do Chevrolet Cruze do BYD Dolphin). Na China, a GM também passa a utilizar a plataforma Ultium.

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Baojun Cloud EV tem o porte do Chevrolet Onix

Pronto, aí está a receita para um futuro Chevrolet Onix elétrico. Mas, até o final da década, muitas outras novidades vão surgir. Por isso, apesar da desconfiança geral da nação e dos especialistas, eu continuo acreditando que a GM não vai fugir da raia como fez a Ford; muito pelo contrário, tem tudo para ser grande também na era dos carros elétricos.

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1 Comentário
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Lafayette 26 de agosto de 2023

Observo que o Ônix vem perdendo mercado e já deveria ter recebido uma atualização! Tinha liderança do mercado com market share 18% e hoje não passa de 14%, para mim o Good bye está próximo!

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