A engenharia brasileira montou protótipos do compacto com motores turbinados, mas um aspecto técnico atrapalhou os planos
A existência de um Gol GTI baseado na última geração do compacto é quase uma lenda urbana, mas é um fundo de verdade nisso. Até maior evidência disso era um suppoopsto protótipo que capotou em testes no Piauí, agora existem novas informações sobre ele.
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O empreendedor Luciano Jaccoud, que dá cursos para mecânicos com foco na linha Volkswagen e possui também a oficina Allvento, já trabalhou na engenharia da marca alemã. Ele comentou no podcast Vaga Reservada, apresentado por Tiago Kfouri, qual foi o real motivo do Gol não ter recebido o motor TSI.
O grupo Volkswagen é bastante exigente com sua engenharia e todos os projetos globais precisam atender a normas ditadas pela matriz alemã. A que “barrou” o projeto do Gol com motor TSI, seja o 1.0 ou o 1.4, foi relacionada ao sistema de arrefecimento.
Jaccoud conta que o carro tem que perder temperatura em um certo tempo mantendo a velocidade de cruzeiro. A engenharia brasileira não conseguiu fazer um sistema de arrefecimento que atendia a essa demanda devido a uma limitação no tamanho de radiador que cabia no Gol.
O Gol G5 usa a plataforma PQ24 simplificada, pensada apenas para motores aspirados. O suposto protótipo com motor 1.4 TSI que capotou no Piauí deveria estar fazendo testes de altas temperaturas para validar o sistema de arrefecimento.
Esse carro também contava com rodas presas por cinco parafusos, as mesmas do Golf GT e que lembravam o desenho usado pelo GTI europeu. Essa mudança nos cubos foi feita para lidar com o torque maior do 1.4 TSI.
A fala de Luciano Jaccoud acrescente um ponto que não era citado anteriormente: foi considerado também o Gol com motor 1.0 TSI. Essa configuração iria pagar IPI menor que o 1.6 e aposentaria o antigo EA111 mais cedo.
A Volkswagen expressou essa intenção de turbinar a família Gol com o conceito Saveiro Rocket. A picape exposta no Salão do Automóvel de 2010 e usava o 1.4 TSI calibrado para 160 cv.
Mas ficou apenas na fase de conceito por causa dessa limitação no sistema de arrefecimento. A Volkswagen só foi oferecer um compacto turbinado com o Up TSI, em 2015.
O Up é ainda menor que o Gol e mesmo assim foi vendido com motor 1.0 TSI. O segredo para isso está em algumas mudanças que foram feitas pela engenharia brasileira para conseguir isso.
A principal dela foi um alongamento em 4 centímetros na dianteira. O para-choque das versões com motor TSI é diferente do usado pelos modelos aspirados. Isso foi feito para ajudar no arrefecimento. A dianteira ser mais alta também contribui para isso.
A plataforma do Up também é mais moderna e foi projetada já pensando nos motores de três cilindros. A versão turbinada foi criada no Brasil, agradou tanto que o CEO da VW levou um para usar na Alemanha e pediu para criarem por lá uma versão GTI.
A Volkswagen vendeu um Gol TSi, mas foi bem antes do G5 e esses protótipos que comentamos. Em 1996 a marca alemã usou essa sigla para denominar uma versão esportiva para ficar abaixo do icônico GTi 16v.
O Gol TSi de 1996 contava com o motor AP 1.8 aspirado rendendo 90,6 cv. A sigla veio do Passat TS dos anos 70, com o “i” minúsculo adicionado em alusão a injeção eletrônica.
Na linha 1997 o Gol TSi passou a oferecer o motor AP 2.0, com 109,5 cv, para encerrar de vez a oferta do GTi 8v. No ano seguinte foi lançada a nova geração da Saveiro com a versão TSi 2.0 como topo de linha.
Com a chegada do Gol G3, o primeiro face-lift da segunda geração, as versões TSi foram aposentadas. O motor 2.0 seguiu na linha, mas em uma versão sem nome.
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