Governo italiano se revolta com lançamento do Alfa Romeo Milano (e não porque é SUV)

SUV eletrificado da marca milanesa compartilha base com Peugeot 2008, Jeep Avenger é revolucionário, mas fere legislação italiana

alfa romeo milano speciale vermelho frente parado
Alfa Romeo Milano seria mais um SUV eletrificado moderno, mas cometeu um pecado inaceitável (Fotos: Alfa Romeo | Divulgação)
Por Marcelo Jabulas
Publicado em 15/04/2024 às 08h03

A Alfa Romeo feriu uma lei para colocar no mercado seu novíssimo SUV eletrificado, o Milano. Isso mesmo, a marca italiana passou por cima da legislação do país e gerou polêmica. E o problema está em seu próprio nome.

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O Milano presta homenagem à cidade sede da marca. A Alfa Romeo sempre foi orgulhosa de levar o brasão heráldico da de Milão em sua grade, com a cruz e Biscione (aquela víbora com um humano na boca).

Não há nada de errado com o carro em si. A plataforma CMP, desenvolvida pela PSA e que é empregada no Peugeot 2008, Jeep Avenger e Fiat 600e é mais que perfeita. Também não há erro com o conjunto elétrico de 240 cv ou o híbrido de 156 cv. Ele também não fere nenhuma norma de segurança.

Alfa Romeo Milano e o queijo

Mas o Milano não pode chamar Milano. Não da forma que a Alfa Romeo resolveu produzi-lo. Isso porque o para levar este nome, o modelo deveria ser feito na Itália. O problema é que o SUV é montado em uma planta da Stellantis na Polônia.

E foi aí que o caldo azedou, já que as autoridades italianas afirmam que o o Milano fere a lei do Parlamento Europeu de 24 de dezembro de 2003 (Regulamentação nacional de rotulagem de origem na Itália), que regula as denominações de origem, que segue a mesma exigência do queijo parmesão. Um queijo Parmigiano-Reggiano só pode ter esse nome se for feito nos arredores de Parma.

alfa romeo milano speciale vermelho lateral parado
Se fosse feito na Itália estaria tudo certo, mas autoridades colocaram o SUV no mesmo balaio do queijo parmesão

E a lei diz que: “tanto as mercadorias importadas como as exportadas são ilegais se apresentarem rotulagem de origem falsa ou enganosa.” E com base no texto que as autoridades italianas estão questionando o fato de o carro ter um nome que denomina a região milanesa, mas feito na Polônia, igual às receitas que copiam queijos e vinhos.

As autoridades ainda alegam que a Stellantis estaria enganando os consumidores. No entanto, as bravatas tratam mais de um descontentamento com a produção fora da Itália, que se traduz em menor arrecadação tributária.

Em defesa da decisão, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, disse que a produção do Milano na Polônia é boa para os poloneses, para os consumidores e para a economia europeia. Segundo o executivo patrício, caso o carro fosse montado na Itália, como os demais modelos da marca, seu preço final seria 25% mais caro.

O preço inicial do Milano deve girar em torno de 30 mil euros (R$ 162 mil em uma cotação direta), feito pelos polacos. Montado em Cassino, ele não custaria menos de 40 mil euros (R$ 216 mil). Mamma mia!

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