Gran Turismo 7: Inflação do carro chegou aos games
Valores cobrados por carros raros em Gran Turismo 7 superam o preço do próprio jogo, mostrando que a inflação do carro deixou de ser um drama da vida real
Valores cobrados por carros raros em Gran Turismo 7 superam o preço do próprio jogo, mostrando que a inflação do carro deixou de ser um drama da vida real
A inflação do carro tem assustado. Hoje não há automóvel novo por menos R$ 65 mil. E no setor de usados, aquele carrinho que tinha preço modesto também viu sua valorização disparar. E se o leitor(a) acha que a escalada de preços acontece só no mundo real, saiba que no universo dos games, comprar carrinhos virtuais pode custar uma fortuna de verdade.
Recentemente a Polyphony Digital atualizou “Gran Turismo 7”. A grande novidade foi a inclusão do monoposto McLaren MP4/4 de Fórmula 1. Considerado com um dos carros mais icônicos do automobilismo, esse bólido foi responsável pela temporada perfeita da escuderia britânica de 1988 e de quebra deu o primeiro título da categoria a Ayrton Senna.
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O MP4/4 foi o segundo F1 de Senna adicionado na franquia. Antes dele, foi adicionado o Lotus 97T integrou “Gran Turismo 6”, em 2013, junto como o primeiro kart do tricampeão e seu carro da F3 inglesa.
Mas o que diferencia o MP4/4 dos demais carros de Senna é a inflação. O Macca custa nada menos que 8 milhões de créditos. Levantar essa grana jogando não é fácil.
Os preços dos carros são desproporcionais com os valores das premiações. Se em “GT6”, “GT5” e “GT4” o jogador tinha a sua disposição competições que pagavam alto e ainda brindavam o jogador com carros raros que poderiam ser vendidos por uma boa grana, em “GT7” o bolso é raso.
Até mesmo em “GT Sport” a lojinha é menos gananciosa. O game conta com carros que podem ser comprados por R$ 15. Pessoalmente acho um disparate comprar esses carrinhos, mas confesso que recentemente comprei um pacote Porsche de “Project CARS 2” só para adicionar o 911 Carrera RS na coleção.
Mas por que mudou? A razão é simples: a Polyphony Digital descobriu que o negócio é faturar com a venda de créditos. São as nefastas microtransações, que são a verdadeira mina de ouro da indústria. E nada mais tentador que um carro icônico como MP4/4 para te fazer gastar uma pequena fortuna em nome da coleção.
Isso porque a forma mais fácil de adquirir esse carro é por meio da “casa de câmbio” do game. Por cerca de R$ 105, o jogador pode comprar 2 milhões de créditos.
Ou seja, o MP4/4 custa R$ 420. A edição básica do game custa R$ 300 na PS Store, o que torna o carro mais cara que jogo inteiro.
Mas o F1 de Senna está longe de ser o bólido mais caro do game. O McLaren F1 custa absurdos 18,5 milhões de créditos. Em reais, são mais de R$ 950.
Um Alfa Romeo C8 2900B, assim como o Shelby Daytona, custa assombrosos R$ 1 mil. Segundo o site GT Planet, completar toda lista do jogo pode custar 400 milhões de créditos. Em reais essa dinheirama corresponde a R$ 21 mil. Grana que dá para comprar um carro de verdade, mesmo com inflação dos usados.
E não acredite que você poderá receber uma raridade dessas naqueles bilhetes de roleta. As premiações dessa “loteria” sempre pendem param os ganhos mais modestos, justamente para te induzir a comprar os créditos.
No YouTube há diversos vídeos com fórmulas milagrosas para faturar muita grana com pouco esforço. Dá até para fazer uma grana e comprar um usado legal como um Nissan Skyline GT-R R33, mas não a ponto de garimpar os mais valiosos.
Mas fato é que a Sony e produtora japonesa descobriram o caminho das pedras. Um negócio lucrativo que teve início há mais de 15 anos, ganhou força nos jogos de celulares e hoje fazem parte de qualquer game. Para se ter uma ideia, a Electronic Arts adicionou em “F1 2022” uma loja de quinquilharias para a casa do piloto.
Como não é possível comprar monopostos para disputar a temporada, a EA teve a sagaz ideia de vender itens cosméticos para o personagem. Assim, o piloto criado pelo jogador pode mobiliar seu apartamento e comprar carros esportivos, obras de arte e outras tralhas que não afetam em nada a performance na pista.
Bobo, sou eu!
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