Duelo dos SUVs híbridos: GWM Haval H6 x BYD Song Plus

Quem leva a melhor no confronto virtual entre os utilitários chineses híbridos que tiram o sono de Jeep, Toyota e Honda?

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Haval H6 e Song Plus são estreantes no segmento de SUVs médios e concorrem com medalhões como Compass e Corolla Cross (Fotomontagem: Ernani Abrahão | AutoPapo)
Por Fernando Miragaya
Publicado em 12/05/2024 às 11h03

As marcas chinesas não estão para brincadeira quando o assunto é transição energética no setor automotivo. No Brasil, BYD e GWM chegaram com o pé na porta com carros eletrificados tecnológicos, de design arrojado e com custo/benefício agressivo. Em especial os SUVs híbridos.

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Não espanta que BYD Song Plus e GWM Haval H6 estejam entre os quatro híbridos mais vendidos do país. O Song teve 7.669 unidades emplacadas em 2023, seguido do H6, com 6.963. Só estão atrás do Corolla Cross e do Corolla, híbridos flex nacionais que não têm opção plug-in – e que são mais baratos.

Ou seja, os dois são os carros híbridos importados mais vendidos do Brasil. Mas qual dos dois SUVs médios chineses é o melhor? Separamos cinco quesitos para fazer um comparativo virtual entre BYD Song Plus e GWM Haval H6 e detalhar em qual cada um se sobressai.

Para tal, consideramos a versão única do BYD Song Plus, que custa R$ 229.800, e o Haval H6 PHEV, opção intermediária do modelo da GWM e a mais barata plug-in, que sai por R$ 269 mil.

Desempenho de Haval H6 e Song Plus

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Conjunto mecânico do GWM Haval H6 se mostra mais interessante que o do BYD Song Plus (Foto: GWM | Divulgação)

Os dois usam conjuntos híbridos com números bastante interessantes. Só que a frieza dos números dá a dica de quem se sai melhor no desempenho neste embate entre o BYD Song Plus e o GWM Haval H6.

Com motor 1.5 aspirado de 110 cv e 13,8 kgfm, o Song Plus tem o reforço de um motor elétrico alimentado pelas baterias Blade com 8,3 kWh de capacidade. A potência combinada chega a 235 cv e o torque alcança 40,8 kgfm.

As acelerações são firmes, mas o câmbio automático do tipo CVT pontua as acelerações do Song em uma tocada mais voltada para o conforto do que para a esportividade. Mesmo assim, e em modo Sport, o SUV híbrido da BYD faz o 0 a 100 km/h em elogiáveis 8,5 segundos.

Porém, do outro lado temos um Haval H6 com um conjunto eletrificado mais parrudo. O motor a combustão também é 1.5, mas no caso do GWM é turboalimentado e com 171 cv. Não bastasse essa vantagem, o utilitário esportivo da Great Wall é equipado com dois motores elétricos.

Aí, os números combinados ficam absurdos: 393 cv e 77,7 kgfm. O Haval responde bem a qualquer pisada no acelerador. Ainda tem o auxílio da transmissão automatizada com duas marchas e atrelada ao motor a gasolina. Ela seleciona uma marcha para baixas velocidades, e outra para altas. Nem dá para duvidar dos 4,9 segundos no 0-100 km/h informados pela fabricante.

  •  Vitória do Haval H6

Autonomia elétrica e consumo

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H6 também leva a melhor no quesito autonomia, ao combinar bateria e tanque de combustível (Foto: GWM | Divulgação)

A capacidade do conjunto também faz a diferença neste quesito. As baterias de 8,3 kWh garantem uma participação interessante do motor elétrico no Song Plus. Este, ao se dosar o pé no acelerador, atua em boa parte do tempo, ainda mais no trânsito urbano ou em velocidades médias.

Tanto é que o BYD Song Plus é um dos híbridos mais econômicos do país. Segundo o padrão do Inmetro para o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), o consumo equivalente na cidade fica em 35,6 km/l. O que garante ao SUV uma autonomia total de 1.000 km. O alcance só em modo elétrico, contudo, fica apenas em 28 km.

O Haval tem baterias de maior capacidade. São 34 kW, fora o fato de existir um motor elétrico em cada eixo. Isso garante uma autonomia em modo EV de impressionantes 113 km. Mas o que mais surpreende é que, em modo ECO, é até difícil perceber o motor de combustão entrar em ação.

Esse escriba aqui é testemunha viva disso. Em uma avaliação de 7 dias com o Haval H6, foram 160 km basicamente em modo elétrico – sem carregar. E foi preciso ir para a estrada e passar dos 100 km para fazer o 1.5 turbo despertar. Na tabela de consumo do PBEV, são 28,7 km/l.

  • Vitória do Haval H6

Conforto e dinâmica

Haval H6 Song Plus
Song Plus oferece melhor aproveitamento do interior que seu rival da GWM (Foto: BYD | Divulgação)

Os dois SUVs têm dimensões parecidas em quase todas as medidas. As diferenças do Song Plus e do Haval H6 não superam os 3 cm, para se ter ideia. Na cabine, porém, o BYD oferece um pouco mais de espaço para as pernas dos ocupantes do banco traseiro, com piso plano, enquanto o passageiro do banco central no GWM vai sofrer.

Além disso, os encostos da segunda fila do Song Plus reclinam, função inexistente no Haval H6. Em contrapartida, o GWM proporciona uma melhor posição de dirigir, com bancos com densidade melhor. Os acabamentos internos se equivalem, com materiais de qualidade e muitas partes emborrachadas, além do revestimento de couro.

O porta-malas do BYD leva pequena vantagem: 574 litros contra 560, do GWM. Mas a maior diferença se dá mesmo no comportamento da suspensão. O Haval H6 pede um aprimoramento do jogo de suspensão traseiro, multibraço, como no Song Plus, mas que reflete muito dos buracos na forma de sacolejos na cabine.

Isso se replica na dinâmica. Apesar da direção leve – mesmo em altas velocidades -, o Song Plus é mais firme em curvas. O Haval H6 tem aquele comportamento meio banheirão em determinadas situações.

  • Vitória do Song Plus

Equipamentos

interior painel
Haval H6 leva a melhor na oferta de equipamentos (Foto: GWM | Divulgação)

Aqui, a disputa fica equilibrada. Ambos são bem equipados, com assistentes de condução essenciais hoje em dia, como piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência e assistente de faixa.

Sem falar em itens como bancos dianteiros ventilados e com ajustes elétricos, retrovisores rebatíveis eletricamente, câmeras e sensores de estacionamento, controle eletrônico de descidas, ar automático dual zone, entre outros.

O Song Plus oferece aspectos que saltam mais aos olhos, como teto panorâmico, som premium, capô sustentado por amortecedores e banco do motorista com aquecimento, todos ausentes no Haval H6. Os espelhos externos do BYD têm aquecimento, mas os do GWW (o de dentro e os de fora) são eletrocrômicos, ao contrário do rival.

Além disso, outros itens de segurança e de assistência ao motorista do Haval H6 superam os do Song Plus. O SUV da GWM oferece equipamentos como frenagem autônoma em manobras, estacionamento semi-automático, indicador de fadiga e chamada de emergência, que o BYD não tem.

Sem falar no controle de largada e na tração integral que só o Haval dispõe neste embate virtual. Na parte de conectividade, a GWM ainda acena com o aplicativo com informações sobre o SUV e roteador wi-fi a bordo.

  • Vitória do Haval H6

Custo/benefício

traseira suv
No bolso, BYD Song Plus e GWM Haval H6 empatam tecnicamente (Foto: BYD | Divulgação)

O Song Plus é o híbrido mais barato do Brasil e isso, por si só, já é uma bela vantagem. Além disso, é R$ 40 mil mais barato que o rival. Acontece que o Haval H6 oferece desempenho muito superior, lista de equipamentos de segurança mais completa e um alcance elétrico bem melhor que o do adversário.

Ambos têm custo de manutenção parecido. As revisões são a cada 12 mil km e ficam na faixa dos R$ 3.300 para o BYD, e na dos R$ 3 mil para o GWM, nas três primeiras visitas.

  • Empate técnico entre Song Plus e Haval H6

Conclusão do duelo entre Haval H6 e Song Plus

O Haval H6 é a pedida para quem quer ter um híbrido o mais próximo de um SUV 100% elétrico. Além disso, é mais equipado em itens de segurança e tem desempenho de esportivo, com 0-100 km/h abaixo dos 5 segundos.

O que não significa que o Song Plus seja um mau negócio. Pode ser a pedida para quem quer um carro econômico e não faz questão de desempenho. Mas na real, os dois SUVs híbridos chineses já provaram que são melhores que a maioria dos rivais no segmento de utilitários médios – alguns mais caros e de marcas “tradicionais”.

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1 Comentário
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Humberto Hepp 12 de maio de 2024

Mehores opções híbridas em custo benefício no Brasil atualmente. Um pouco mais e vc leva um com desempenho absurdo…

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