Hilux flex 2017 e SW4 flex: consumo é ponto fraco

Apesar de mais "beberrões", picape e SUV mantêm a confiabilidade de sempre; faltam, porém, mais itens de segurança e preços são salgados

Toyota Hilux e SW4 Flex 2017 1
Por Marcus Celestino
Publicado em 03/08/2016 às 16h32
Atualizado em 11/08/2022 às 16h05

Um grupo de crianças estava rumando para a escola e cruzou o caminho da reportagem do AutoPapo durante nosso primeiro contato com a nova Hilux flex 2017. O polido colega jornalista ao volante deu preferência aos meninos, que apontavam para a picape e teciam elogios sobre o modelo. É impressionante.

Por onde passa, a Toyota Hilux é motivo de louvação – e o incauto condutor, por sua vez, é alvo da inveja alheia. Além disso, quando falamos de Hilux, sempre lembramos da confiabilidade – intrínseca aos veículos da fabricante nipônica e preferência de quem opta pela racionalidade em detrimento da emoção na hora da compra.

Hilux flex e SW4 flex tem desempenho razoável
Foto Toyota | Divulgação

O sucesso do produto é inegável. Até julho, de acordo com dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a Hilux teve quase 20 mil unidades emplacadas. Com a chegada da Hilux flex com o conhecido propulsor 2.7 16V – que já empurrava a geração anterior – a Toyota preenche uma lacuna nas versões ofertadas da nova geração.

A transmissão da Hilux flex, da Toyota, é automática de seis velocidades e a tração varia de acordo com as configurações. Vale frisar que o SW4, utilitário derivado do veículo, ganhou o mesmo conjunto. A picape parte dos R$ 111,7 mil na configuração SR 4×2, enquanto o SUV começa em R$ 159,6 mil.

O preço salgado pode assustar, mas os modelos têm lá seus predicados. Tudo bem que não justificam tamanha falta de afabilidade das cifras, porém a gama de itens é interessante. De entrada, a Hilux flex conta com ar, direção hidráulica, trio elétrico, volante com ajuste de altura e profundidade, Isofix, chave tipo canivete e sistema multimídia Toyota Play (com tela de 7’’ de encaixe mambembe no painel e [in]sensível ao toque, Bluetooth, entradas USB e auxiliar, TV digital e leitor de DVD, CD e MP3).

Externamente na Hilux flex temos rodas de liga leve de 17’’, protetor de caçamba e faróis de neblina. Quanto à segurança, a picape tem apenas três airbags, até mesmo nas versões SRV. Outro senão é que o modelo só ganha controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas e auxílio de frenagem emergencial nas configurações de topo. Bola fora da fabricante.

Já o SW4 tem tudo isso de série e alguns outros itens que equipam as versões mais rechonchudas da Hilux bicombustível. Ar-condicionado automático com saídas traseiras (e também para a terceira fileira, no caso da derivação), regulagem elétrica do assento do condutor, estribos na cor preta, computador de bordo na tela de 4,2” e bancos de couro são os adicionais.

Hilux flex 2017: consumo é alto

Apesar de a reportagem já estar familiarizada com o motor 2.7 flex de 159/ 163 cv de potência (a 5.000 rpm) e 25 kgfm de torque (a 4.000 rpm), alguns itens do propulsor foram retrabalhados. O velho tanquinho não existe mais e a fabricante afirma que a economia foi otimizada em 7%.

De acordo com aferições de consumo do Inmetro, a Hilux flex 2017 flex fez médias de 4,8 km/l na cidade e 5,6 km/l na estrada, com etanol. Com gasolina, o consumo é de 6,9 km/l em perímetro urbano e 8,1 km/l nas rodovias quando abastecida com gasolina – conferindo a nota C na categoria de picapes médias para a Hilux 2017 flex. O consumo do SW4 ficou com 4,9 km/l e 5,9 km/l no álcool. O consumo de gasolina foi de e 7,1 km/l e 8,5 km/l, recebendo nota E dentro de seu segmento. Ou seja: consumo não é o ponto forte da Hilux flex 2017

Como esperado, em nosso teste a Hilux flex (na versão SR 4×2) o consumo foi muito alto Ela bebeu tal qual um filisteu. Em circuito que mesclou asfalto e lama, a Hilux flex 2017 teve consumo de 4,6 km/l (chegando a se embriagar com menos de 4 km/l em dado momento). É o ônus de se equipar um veículo de quase 1,9 toneladas com um motor flex.

O casamento do trem de força é, em boa parte do tempo, harmonioso. O câmbio “começa” com uma primeira marcha alongada e fecha com uma sexta bem esticada, não exigindo tanto do motor em alta velocidade. Por vezes, contudo, a caixa se mostra indecisa, fustigando e brigando um bocado com o propulsor e fazendo com que o isolamento acústico seja insuficiente para aturar a barulheira.

Para quem está guiando, a Hilux jamais deixa de apresentar firmeza. A direção não é lá tão direta, mas o volante tem boa pega e a posição de dirigir é excepcional – especialmente para um pigmeu, como o repórter. O habitáculo é agradável para motorista e passageiro da frente e, mesmo com acabamento mais rústico, típico de uma picape de trabalho, tem certo ar urbanoide. Agora, meu amigo, para quem está no banco de trás é um suplício.

Se na dianteira a suspensão independente, de braços duplos triangulares, absorve muito bem os impactos causados pelas imperfeições nas vias, a suspensão traseira de eixo rígido aliada ao banco angulado faz com que o cidadão bata mais cabeça que metaleiro em show do Iron Maiden. Apesar de querer ser urbana e ostentar na cidade grande, a Hilux é, afinal, um veículo de trabalho.

Confira os preços das novas versões da Hilux flex e da SW4 flex:

Hilux SR Aut. Cabine Dupla R$ 111.700
Hilux SRV Aut. Cabine Dupla R$ 120.800
Hilux SRV Aut. Cabine Dupla R$ 131.200
SW4 SR Aut. de cinco lugares R$ 159.600
SW4 SR Aut. de sete lugares R$ 164.900

Observação: A Toyota oferece, para venda direta, versão do SW4  flex equipado com transmissão manual por R$ 146.550.

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