Homens perdem a vida no trânsito 4 vezes mais do que as mulheres

Dados mostram que o número de óbitos no trânsito aumentou nos últimos 5 anos e que as mulheres são mais prudentes na direção

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Em São Paulo, 92,7% dos condutores que morreram em acidentes de trânsito eram homens, enquanto apenas 7,3% eram do sexo feminino (Foto: Shutterstock | AutoPapo)
Por Julia Vargas
Publicado em 29/06/2024 às 13h03

A segurança no trânsito, apesar de um tema de grande importância, está sendo cada vez mais negligenciada no Brasil. É isso que mostram os dados do Ministério da Saúde, apontando que os números de mortes decorrentes de acidentes de trânsito que estavam em queda voltaram a crescer desde 2019.

Na década de 2000, os índices de óbitos por acidentes rodoviários eram muito altos, por isso uma série de medidas foram tomadas para reduzir essas dados. A partir de 2014, essa diminuição aconteceu, com uma queda expressiva nas fatalidades. Entretanto, há 5 anos a quantidade de mortes voltou a subir e, apenas em 2022, foram registradas 33.894 óbitos.

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Nessa perspectiva, o estudo Morbidade nos Transportes presentes no Ranking de Competitividade dos Municípios, divulgado pelo CLP (Centro de Liderança Pública), evidenciou que os homens são os que mais têm chances de óbito, cerca de 4 vezes mais do que as mulheres.

Os números analisados pelo estudo datam de 2012 e mostram que a população masculina está muito mais propensa a se envolver e perder a vida em sinistros de trânsito do que a feminina. A idade média dos homens que morrem nesse tipo de acidente é de cerca de 41 anos para homens e 42 anos para mulheres – e a sobrevida destes é de 36 e 40 anos, respectivamente.

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Índice de mortes masculinas no trânsito é cerca de 4 vezes maior do que o índice feminino. Foto: DataSUS | Reprodução

De acordo com o RENACH (Registro Nacional de Carteira de Habilitação), houve um aumento de 15% de condutoras do sexo feminino entre 2018 e 2022, enquanto o percentual do sexo masculino foi de apenas 10%. Dessa forma, mesmo com um maior número de mulheres habilitadas, são os homens que continuam a se envolver mais em acidentes.

O relatório do Infosiga-Sp (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo) ainda registrou que em 2022, dos 3.361 condutores que morreram em decorrência de acidentes de trânsito, 92,7% eram homens, enquanto apenas 7,3% eram do sexo feminino. Quando considerado o número total de mortes, incluindo passageiros e pedestres, esse índice é de 82,5% de homens e 17,5% de mulheres.

Já o levantamento, do aplicativo Zul+, afirma que 79% das multas pagas na plataforma são cometidas por homens. As mulheres respondem por 21% das infrações, número abaixo, proporcionalmente, da quantidade de usuárias da plataforma (37%). Todos esses dados indicam que as mulheres são mais prudentes na direção.

Mais de R$ 251 bi em vida perdidos para acidentes de trânsito

A partir de dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o estudo divulgado pelo CLP aponta que em um período de 11 anos, foram perdidos R$ 251 bilhões em termos de vidas para sinistros de trânsito. Dessa forma, em média, houve uma perda anual de R$ 21 bilhões, cerca de R$ 800 mil por indivíduo. Esse valor anual corresponde a cerca de 0,2% do PIB brasileiro em 2023 apenas por vidas perdidas.

Dentre as principais razões que levam a acidentes com mortes estão:

  • Aumento da velocidade média
  • Dirigir sob influência de álcool
  • Não utilização de capacete
  • Não utilização de cinto de segurança
  • Não utilização de cadeirinha para crianças,
  • Falta de infraestrutura e veículos com baixo grau de segurança
  • Direção desatenta
  • Cuidados inadequados após acidente
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