[Impressões] Ford Transit tem potencial para ‘bater’ a Mercedes Sprinter
Dirigimos a nova geração da van: principal lançamento da Ford no mercado brasileiro em 2021, modelo traz muita tecnologia embarcada
Dirigimos a nova geração da van: principal lançamento da Ford no mercado brasileiro em 2021, modelo traz muita tecnologia embarcada
Após o fechamento da unidade fabril em São Bernardo do Campo (SP), a Ford inaugurou seu setor de veículos comerciais. Para fazer a estreia desse novo setor, a montadora traz novamente a Ford Transit, que já foi ofertada no Brasil entre 2008 a 2014, e que, atualmente, é líder de vendas no mercado europeu e americano.
No Brasil, a Ford tem a difícil, mas não impossível, tarefa de bater uma das líderes de vendas no segmento de vans: a Mercedes-Benz Sprinter. Com isso, a Transit chega ao mercado com alguns aspectos interessantes.
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Embaixo do capô, a nova Transit é equipada com motor EcoBlue 2.0 turbodiesel, entregando 170 cv de potência a 3.500 rpm e 41,3 kgfm de torque entre 1.750 a 2.500 rpm. Cmo destaque, além do turbo de geometria variável, há um comando eletrônico que entrega mais potência com um lag menor.
Este motor em especial já é um Euro 6 (Proconve P8), norma que passa a valer no Brasil em 1 de janeiro de 2023. Claro que, por se tratar de um motor Euro 6, é preciso usar Arla 32, assim como já se dá com os motores Euro 5.
O interessante do motor já ser um Euro 6 é que a Ford, de modo inteligente, se adianta ao mercado brasileiro. Motores Euro 6 têm mais tecnologia agregada e, com isso, quando comparados ao motor Euro 5, a manutenção tem um custo mais elevado. Mas com essa antecipação, a Ford ganha relativamente pouco mais de dois anos para aumentar a disponibilidade de peças além de entregar um preço melhor.
Outro aspecto do motor é a sua lubrificação: de acordo com a Ford, para entregar mais disponibilidade, há injetores individuais e comando de válvulas integrado. O óleo SAE 5W30 semissintético tem troca a cada 20 mil km.
Outro diferencial da nova Transit é a conectividade. O sistema funciona de forma simples e direta. O modelo vem com um modem de série e, com isso, o cliente consegue, por exemplo, fazer o agendamento de serviços na concessionária preferida.
Além disso, por meio de um aplicativo FordPass, o cliente tem o status do carro em tempo real, como: quilometragem, nível do tanque e uma série de alertas de falha, nos quais a Ford menciona que pode chegar a mais de 3.000 mil códigos.
Como a Ford, mediante a aprovação do cliente em acordo com a Lei LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), tem acessos aos dados, em caso de falhas graves, a empresa pode entrar em contato com o cliente e agendar o serviço de reparo. Isso torna o atendimento mais rápido, já que o concessionário terá acesso às informações do veículo e também à falha e já poderá separar uma peça, por exemplo.
Outra vantagem é para o cliente frotista: ele pode acompanhar a localização do veículo em tempo real e também acompanhar outros dados, gerenciamento melhor a frota. Caso necessário, pode ainda disponibilizar treinamentos de condução econômica aos motoristas.
Parte dessa conectividade se integra à nova central multimídia, que vem de série. O sistema SYNC Move conta com conectividade Bluetooth: quando algum smartphone é sincronizado, a tela exibe um botão 0800 para ligar diretamente com a Ford de modo gratuito. A central é compatível com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay e ainda permite baixar aplicativos como o Waze e Spotify, entre outros.
Como destaque, a Ford oferece na central multimídia um botão para acionamento da câmera de ré, sem precisar engatar a marcha ré.
A Ford passa a oferecer um plano de manutenção junto à conectividade para a Transit, com o objetivo de aumentar a disponibilidade do veículo para os seus clientes, o que também é bastante comum no segmento de pesados.
A Transit ainda vem com garantia de um ano ou 100 mil km e tem revisões a cada 20 mil km, com sistema de preço fixo. O cliente também tem a opção dos contratos Ford Protect, que permitem a aquisição antecipada de revisões incluídas no financiamento.
O AutoPapo esteve em Americana (SP), na pista de testes da Goodyear, para testar e conferir os principais destaques da nova Transit e ver se ela está à altura da Mercedes-Benz Sprinter, já que a própria Ford a apontou como a principal concorrente.
A montadora deu destaque às tecnologias semiautônomas de assistência ao motorista, entre elas: piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa e assistência autônoma de frenagem com detecção de pedestres.
A van também vem de série com controles de estabilidade e tração, anticapotamento, de torque em curvas e adaptativo de carga, estabilização de vento lateral e assistência de partida em rampas. São sistemas de segurança encontrados apenas em carros de alto padrão.
Na pista, durante os testes, a Transit, surpreendentemente, apresentou dirigibilidade semelhante à de um carro: quem tem o costume de dirigir veículos grandes, como vans, ônibus e caminhões, pode até estranhar inicialmente.
Em curvas de alta, a van tem boa estabilidade e em curvas mais fechadas, ela não tem um “tombamento” tão acentuado como pode ser sentido na concorrente, o que gera mais conforto para os passageiros, principalmente os que estão mais ao fundo da van.
A aceleração é outro destaque, graças ao turbo de geometria variável, e as trocas de marchas são precisas. O conforto também se destaca, principalmente pelo isolamento do ruído interno. Ainda no posto de direção, todos os comandos são de fácil acesso, facilitados pelo volante multifuncional. A ergonomia na direção também é um destaque.
Os sistemas de direção semiautônoma, como o piloto automático adaptativo, têm o funcionamento simples, e a possibilidade de configurar uma velocidade padrão diretamente no volante deixa-o mais assertivo.
A assistência autônoma de frenagem com detecção de pedestres funciona em velocidades de até 40 km/h, o que o torna mais apropriado para centros urbanos, principalmente em engarrafamentos: pode evitar pequenas colisões ou os temidos engavetamentos. O assistente de partida em rampas é um facilitador no dia-a-dia, principalmente no segmento escolar.
De modo geral, a Ford Transit surpreende pelo o que oferece. A conectividade, por exemplo, agrega bastante valor e praticidade, principalmente para o frotista. Os itens de série também são um grande diferencial, seja a central multimídia ou os sistemas de segurança semiautônomas.
Já o conforto, seja para motorista ou passageiros, também tem destaque. O motor tem rápidas respostas e é fácil passar dos 100 km/h nela, ainda que veículos desse segmento costumeiramente andem a 80 km/h, de acordo com a velocidade máxima de algumas rodovias.
Além de já ter tido uma Sprinter na família, na semana do test-drive acabei rodando bastante no interior de São Paulo em três configurações diferentes da van da Mercedes, entre elas a luxuosa 8+1, então conheço bem a concorrente.
Como mencionado, a própria Ford menciona que a principal concorrente é a Sprinter, e não é para menos: ela é líder de mercado e tem uma sólida base de clientes. Ademais, a rede de concessionários Mercedes é bem ampla e conta com mais pontos de atendimento.
A Transit tem sim os seus destaques e, no final, fica uma grande impressão que ela oferece mais por menos. É claro que, talvez, o maior problema da Ford seja a impressão que ela saiu do Brasil.
É que, com o fechamento da unidade fabril em São Bernardo do Campo (SP), muitos podem pensar que a Ford saiu de vez do país, sendo que, na verdade, ela se tornou uma importadora e essa “saída” não é algo exclusivo do Brasil, mas faz parte de uma reestruturação global.
Por que a Ford fechou todas as suas fábricas no Brasil? Boris Feldman explica em vídeo!
Outro problema é que a Transit já teve a sua passagem no Brasil (2008 a 2014), e reconquistar esses clientes, assim como angariar novos, pode ser uma tarefa difícil, mesmo com os mais de 100 pontos de atendimento da empresa.
Em suma, a Transit não deixa a desejar. Tem conforto, boa dirigibilidade, sistema de conectividade e assistências semiautônomas. Porém, a reação do mercado a tudo isso ainda é uma dúvida. A Ford pode se dar bem, caso seja esperta e saiba vender a van de maneira tão inteligente quanto a tecnologia embarcada nela.
A Ford Transit será oferecida, inicialmente, em configurações de passageiros (ou minibus), com dois comprimentos e duas alturas, que somam cinco versões: com 14+1* ou 15+1 lugares; com 17+1 ou 18+1 lugares; e a chamada versão vidrada. Há duas opções de cores: branco e prata.
*14+1. Nomenclatura para 14 passageiros + 1 motorista.
Fotos: Ford | Divulgação
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E o ar condicionado dessa van de passageiros???
Tive uma transit 2011 e rodar na bahia em.pleno verao com um sistema de ar condicionado q so favorecia os ocupantes da frente foi um problemao.
A transit nunca favoreceu com seu ar condionado os passageiros.
Sofri bastante com muita reclamacao.
A sprinter 415 apenas as primeiras tinham dois compressores de ar cond. E foram otimas. Ja as 2014 em diante elimiram um compressor e o caos se instalou…. muitos amigoa processaram a mercedes.
Ja a nova greacao 416 ja veem novame te com 2 compressores e sao otimas.
Mas voltando a transit…. vc q fez o teste o q me diz sobre o sistema de ar condicionado?
Espero q tenha feito uma avaliacao em um dia de sol…mas duvido q tenha colocado em 15 passageiros somando calor humano ao meio dia com temperatura acima dos 30 graus como acontece no verao numa praia.
Esperteza e inteligência nunca foram qualidades da Ford no Brasil, motivo que levou ao fechamento de todas as fábricas no pais, esta empresa deve ser esquecida pelos brasileiros com o tempo.
Ford nunca mais ! Não é confiável !
Espero que as empresas e autónomos comprem vans e furgões nacionais (produzidas no Brasil) !
Não será fácil convencer os frotistas a trocar uma Sprinter consolidada no mercado por uma Ford, marca que perdeu sua credibilidade ao sair do Brasil !