5 vezes que a legislação de outros países mudaram os nossos carros
A falta de especificação em algumas leis brasileiras fazem que os carros sejam vendidos aqui sem mudar exigências de outros países
A falta de especificação em algumas leis brasileiras fazem que os carros sejam vendidos aqui sem mudar exigências de outros países
Conhecemos muito bem como as legislações do Brasil afetam nossos carros, mas você sabia que leis de outros países são responsáveis por mudá-los também? Algumas caraterísticas bastante irritantes estão lá por conta dos estrangeiros.
Notamos mais isso em carros importados, porém muitos modelos nacionais são frutos de projetos globais e são feitos por aqui já atendendo a legislação de outros países. Listamos aqui algumas das mais comuns.
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Desligar o sistema start/stop já virou um hábito para os donos de alguns carros logo após dar a partida no motor. Nos modelos da Jeep, como o Compass, o botão que desliga essa função é de fácil acesso no painel.
O motivo do carro sempre ligar com essa função ativada é devido a legislação de emissões e consumo dos EUA. Os testes são feitos na forma que o carro está quando é dada a partida. Ou seja, se for possível mudar o modo de condução e salvá-lo, terá que ser feita uma medição nesses modos alternativos.
Por isso, toda montadora já programa o carro para ligar em um modo mais eficiente e que vai gerar resultados melhores nos testes. E para obter isso, deixam o start/stop sempre ativado.
O procedimento dos testes de consumo e emissões é similar no Brasil. Mas aqui ainda não há a necessidade de ter o start/stop para haver a homologação. Algumas montadoras, como a Chevrolet, retiraram esse sistema dos carros após críticas dos proprietários.
O nome ADAS é dado ao pacote de assistentes ativos de segurança que vem em um carro. Frenagem autônoma de emergência, assistente para manutenção e centralização na faixa de rolagem, cruise control adaptativo, alerta de tráfego cruzado e outros fazem parte dessa sigla.
Na Europa esse sistema está perto de se tornar obrigatório. Nos carros que já o possui é obrigatório ter todas as funções ativas no momento que é dada a partida.
No Brasil vemos os efeitos dessa legislação em carros como o Hyundai HB20 e nos modelos da Stellantis. Os japoneses trazem o pacote ADAS na maior parte dos carros vendidos por aqui, mas deixam assistentes como o de manutenção em faixa desligados como padrão, cabe ao motorista ativar.
O Fiat 500 começou a ser vendido no Brasil importado da Polônia, mas depois passou a vir do México com uma série de mudanças que foram feitas para atender às legislações dos EUA. Uma dela foi no formato dos botões do vidro elétrico.
Originalmente você pressionava na parte superior para subir e na inferior para descer. Com a mudança passou a ser do tipo que exige puxar o botão para subir e pressionar para descer.
Esse tipo de botão passou a ser obrigatório nos carros vendidos nos EUA a partir de 2009. O motivo era evitar que crianças subam no painel de porta, pisem no botão do vidro, faça-o subir e as estrangule. Sim, pensaram nessa cena horrível por causa de um botão.
A mudança afetou mais alguns carros feitos nos EUA, que reaproveitavam botões antigos. O padrão considerado mais seguro já era difundido em modelos asiáticos e europeus, sobraram apenas algumas exceções como o Fiat 500 que citamos anteriormente.
No Brasil temos o famoso IPI menor para carros 1.0, em outros países também existem taxações baseadas na cilindrada dos carros. Uma coincidência é a legislação do Japão e da China favorecer carros com motor até 1.5.
Um deslocamento comum por aqui, principalmente devido aos carros de origem europeia, era o 1.6. Hoje os 1.5 estão muito comuns devido a esses dois países asiáticos: Honda, Toyota, Caoa Chery, BYD e GWM são algumas delas.
A Nissan vende carros 1.6 por aqui, mas possui uma variação 1.5 do mesmo motor para o mercado interno japonês. Já a chinesa Caoa Chery possui seu 1.6 turbo como alternativa mais forte e que paga mais impostos em sua terra natal.
O acordo bilateral de livre comércio entre o Brasil e o México facilitou a chegada de muitos carros feitos para os EUA em nosso mercado. Para evitar que as montadoras tenham que criar uma especificação específica para exportação, nossa legislação abriu umas brechas para aceitar o padrão norte americano.
Uma delas foi sobre a luz de seta vermelha. Nos EUA é permitido usar essa cor como também usar a mesma luz do freio para indicar a direção. O Nissan Sentra de sexta geração, apelidado de “Tiozão”, a Chevrolet Silverado, a linha Ram e os Fords Fusion, Fiesta, F-150 e Maverick usam esse recurso.
Para a montadora isso é bom pois precisa usar menos lâmpadas na hora de montar o carro, isso ajuda nas planilhas de custos quando falamos em centenas de milhares de unidades. Quem fica em apuros são os motoristas que vão atrás desses carros, confundido a luz de freio com a seta, ainda mais em um país acostumado com a sinalização de direção sendo âmbar.
Porém o que mais incomoda nesses carros feitos para os EUA são os retrovisores do lado esquerdo com espelho plano. A legislação estadunidense proíbe o uso de espelho convexos nesse lado pois acreditam que isso confunde o motorista e tira o senso de distância.
O espelho plano oferece um campo de visão limitado e exige atenção redobrada durante as mudanças de faixa. O alerta de ponto cego se torna bastante útil nesses carros.
Quem comete esse “crime” em nosso mercado é a Ford com a dupla Maverick e Bronco Sport, a Honda com o ZR-V e a Chevrolet Silverado. Curiosamente, modelos como o Equinox e o Mustang possuem espelho convexo — e no SUV o campo de visão é excelente, pois a caixa do retrovisor é grande para caber um espelho plano com campo de visão maior.
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