Estas 5 montadoras não terão carros populares

Setor tenta avançar com tema, mas muitas fabricantes se mostram pouco dispostas a ter um veículo de entrada e abrir mão da rentabilidade

fabrica chevrolet sao caetano do sul linha de montagem vectra corsa classic
Para algumas marcas, não vale a pena fazer carro popular (Foto: Chevrolet | Divulgação)
Por Fernando Miragaya
Especial para o AutoPapo
Publicado em 18/05/2023 às 16h03

Você tem acompanhado aqui no AutoPapo que a indústria automotiva caminha globalmente em direção à rentabilidade. Ou seja, deixa meio que de lado o volume proporcionado por veículos mais básicos em prol de modelos com o tal do valor agregado. O que explica a avalanche de SUVs e os investimentos em novas picapes.

A volta do carro popular vai justamente contra essa lógica do setor. Por isso, não estranha o discurso de algumas gigantes do mercado contra movimentos para incentivar veículos mais baratos em vez de focar no aumento do poder aquisitivo ou no acesso ao crédito. Além disso, poucas marcas estão dispostas a investir num segmento como estes.

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Veja agora cinco montadoras que não terão carros populares.

1. Chevrolet

chevrolet onix mt 2021 preto
Onix manual é o carro mais barato da Chevrolet

A General Motors já demonstrou sua má vontade para com o carro popular. Não surpreende, uma vez que a montadora conseguiu uma equação boa entre volume e rentabilidade. A fabricante garante a escala de produção com a linha Onix, que vende pacas – seja hatch ou sedã. E assegura margens generosas com a nova Montana e o Tracker.

Fazer um Onix mais peladão significaria aumentar a produção para um carro de pouca margem. Tanto que a Chevrolet se livrou, há pouco mais de um ano, do Joy, a variante antiga e mais aliviada em equipamentos do próprio Onix.

2. Toyota

toyota yaris hatchback 2023 cinza movimento
Yaris hatch automático está na faixa dos R$ 100 mil

Outra marca que tem pouco tempo deixou de vender o carro que podia ser popular, o Etios. Hoje, a fabricante japonesa tem como automóvel mais barato o Yaris hatch, que só é vendido com câmbio automático CVT e já bate nos R$ 100 mil.

A gama compacta até vai dar lugar a um novo produto, lá para 2025. O SUV baseado no Yaris Cross será fabricado no Brasil sobre a plataforma DNGA (de origem Daihatsu) e terá até opção híbrida. Não vai nem passar perto de ser um carro popular.

3. Honda

honda city 2022 sedan 26
Honda só tem modelos com preços iniciais em quase R$ 120 mil

Essa japonesa jamais vendeu carro barato e não vai ser agora que vai se render a um automóvel popular. Não custa lembrar que a marca abortou o projeto de fazer aqui o Brio, um veículo de baixo custo e de origem indiana, no início dos anos 2010.

E vamos combinar que o Fit, que era o modelo mais acessível da Honda no Brasil até 2021, jamais foi barato. Hoje a montadora já deixou claro que foca em produtos de maior valor agregado. Seu carro mais em conta no país é o Ciy sedãs, que começa em R$ 118 mil…

4. Hyundai

hyundai hb20 sense 2023 prata tres quartos
Hyundai tem operação racional no nosso mercado

A marca sul-coreana tem uma operação bastante racional no Brasil. Ganhou escala com o HB20 na fábrica de Piracicaba (SP) e oferece diferentes versões do compacto para rentabilizar a sua gama de entrada no país.

Na outra ponta, garante as tais margens melhores com o Creta, hoje o SUV compacto mais vendido do país. Um HB20 pelado para ser carro popular dificilmente estaria nos planos da Hyundai Motor Brasil.

5. Ford

ford territory titanium branco novo
Hoje, estratégia da Ford é voltada para elétricos, SUVs, picapes e esportivos

Essa tinha tudo para ter um carro popular, mas em 2021 bateu asas e deixou de fabricar qualquer parafuso no Brasil. A Ford tinha no Ka o terceiro automóvel de passeio mais vendido do país e um custo-benefício agressivo.

Mas a decisão global da fabricante de só fazer elétricos, SUVs, picapes e esportivos colocou por terra qualquer chance de a montadora voltar a ter veículos acessíveis, quiçá um carro popular. Hoje, o Territory é o Ford mais barato do país: R$ 220 mil.

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10 Comentários
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Berenaldo 25 de maio de 2023

A verdade que precisa ser dita é que essas montadoras aí, se não querem participar do processo, danem-se.

É um processo transitório como foi dito hoje, 25/05/23, que precisa ser dado para uma indústria que está praticamente paralisada, desanimada.
E quando se pensa em automóveis, infelizmente, os ditos especialistas só pensam nas estratégias burras das montadoras (acham que apenas o rentismo vai valer de alguma coisa), não pensam em toda uma cadeia produtiva de fábricas que estão paradas e desempregando muita gente, um parque industrial completo e à moscas.
E pior, o que está chegando às montadoras brasileiras vem de fora.
A estratégia (para os parvos que não entenderam o que está se passando – e me admira bastante gente dita especializada da área não se deu conta disso, o que é um escândalo) não é apenas baratear os automóveis até R$ 120.000,00 de 1,5% a 10,8% de desconto progressivo. É estimular com isso o consumo da classe média, provocar uma concorrência pelo melhor preço ofertado, liberar a indústria para a compra direta pelo consumidor, combater o envelhecimento da frota nacional, aquecer a indústria, nacionalizar ao máximo a produção trazendo os empregos de volta que se perderam nos últimos 5 anos – não apenas por causa da automatização mas incisivamente pela política econômica destrutiva de Temer e do Jair Olho de Peixe PodreNaro. Estarão incentivando justamente as montadoras que baratearem mais os seus veículos, que tiverem menor consumo, menos poluentes, mais eficientes.
O importante é que tem sim, montadoras interessadas em participar. E será nessas que os consumidores irão apostar. Até essas, com essa politiquinha mequetrefe elitista, caírem na realidade e tentarem entrar na roda. É simples. Agora, torcem o nariz, não vão participar, coisa e tal… Mas depois se renderão ao processo naturalmente. Não digo que Honda… E a maioria nem se lembra de Ford… Ford? Isso ainda existe? Mas Toyota pode vir, Chevrolet está cambaleante, o problema dela chama-se um tal de Santiago Chamorro. Essa coisa ainda sai da GM.
Ninguém vai dar nada de graça. Mas o problema de verdade são as hienas que não ofertam solução nenhuma e danam a boicotar e rir das propostas, detonar e criticar as iniciativas e cheios de revanchismo a falar mal do que está sendo tentado a fazer.

Bom é do jeito que está a indústria automobilística no Brasil não é mesmo Miragaya?

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Paulo 25 de maio de 2023

Eu fui comprar uma tracker zero porque já tinha comprado uma 2019 por 89 mil reais, em março de 2023, o mesmo carro já estava 169mil, fui na Honda o HRV 210 mil, HYUNDAI Creta 165mil, passei na Toyota comprei um Corolla Cross por 149mil. Ou seja os preços que esses doidos praticam no mercado depende de nós consumidores é só não comprar eles põe a culpa nos juros na economia, abaixam os preços ou vão embora, os executivos que precificam os carros ou tomam decisões sob efeito de álcool ou não tem respeito pelo consumidor, aqui o cara acorda toma 3 garrafas de álcool e decide a partir de amanhã esse carro de 90 mil será de 210mil, sem nenhuma justificativa, se nós consumidores e os jornalistas não estudarem para ajudar o país os fabricantes de carros fazem o que derem nas suas cabeças.

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Tony Pacheco 26 de maio de 2023

Sou jornalista profissional e reconheço que os veículos de comunicação tradicionais (jornais, revistas, TVs e rádios abriram mão de fazer jornalismo em prol do consumidor. Os preços dos carros mais baratos do Brasil estão custando o preço de um apartamento simples aqui em Salvador. É um absurdo em termos econômicos: como é que um monte de lata que desvaloriza de 20 a até 40% no primeiro ano de vida pode custar mais caro que um imóvel que todo ano valoriza? Todos os países desenvolvidos têm linhas de carros mais populares, já o Brasil, um país de péssimos salários, não tem. Vá entender. E o silêncio da mídia é suspeitíssimo.

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Paulo henrique Guedes 23 de maio de 2023

A verdade que essas montadoras só pensa no. Lucro delas. Eu já comprei um carro zero mais numca vou comprar outro com esses preços absurdos. Nem um.usado semi novo eu não tou podendo comprar. Tenho.um voyage 1.0 2014 tou casado com.ele. infelizmente os empresários brasileiros e alta taxas de impostos que a gente tem não contribui pra vc comprar um carro zero atualmente. Só que tem um ganho maior no salário.

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Lourival Pereira da Silva 27 de maio de 2023

O brasileiro não ganha bem num país onde o governo desestimula a trabalhar. Preferem viver de esmolas com as tais de ações sociais no que o governo vê votos pra continuar no poder
Bastou a pandemia do covid para desenvolver o caos na economia do brasileiro.
Muitos montadoras estão abandonando o navio, parando de fabricar carros no brasil.
Algumas ainda teimam em ficar por aqui
Mas se o brasileiro não tem dinheiro pra comprar carros caros, também não podem comprar carros populares depenados.
Montadoras investem em países onde a população compram suvs como carros populares.
A .massa de brasileiros que seriam o grosso dos clientes compram moto biz c 24 prestações.
É esperar pra ver.

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Ricardo 20 de maio de 2023

Carro popular, acho inviável.

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Berenaldo 25 de maio de 2023

O seu umbigo é que acredita nisso.

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Marcio 19 de maio de 2023

A definicao de carro popular esta baseada no preço e não no número de itens de serie ou opcional. Portanto, não haverá carro popular no Brasil nunca.

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Tobias 18 de maio de 2023

Desculpe, nas Onix e HB20 são populares. Só o preço que não é….

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adinaldo mundim 20 de maio de 2023

É verdade, no Brasil temos ainda alguns carros populares… mas o preço não.

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