Montadoras que fizerem sucesso e hoje estão esquecidas
O sucesso do passado acabou ficando perdido para essas cinco montadoras, que hoje sobrevivem por aparelhos e correm o risco de sumir
O sucesso do passado acabou ficando perdido para essas cinco montadoras, que hoje sobrevivem por aparelhos e correm o risco de sumir
Na dança das cadeiras que é o mercado mundial de automóveis, muitas montadoras que já tiveram seus dias de sucesso acabam ficando perdidas. São absorvidas por grandes grupos e acabam tendo que entrar em segmentos novos, ou acabam sendo apenas vítimas de uma gerência mal feita.
Algumas ainda sobrevivem, apenas como um nome, pois os carros que vendem hoje lembram em nada os que fizeram história. Listamos a seguir algumas que já tiveram dias de glória e ainda estão vivas.
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Se o seu carro possui estrutura do tipo monobloco hoje, é graças a Lancia. Essa marca italiana foi muito inovadora nos primórdios do automóvel, a partir dos anos 60 começou uma sequência de sucessos nos campeonatos de rali.
Modelos como o Stratos, o Fulvia e o Delta fizeram a história da Lancia em seus dias de glória. A marca também fez carros de luxo e modelos generalistas com um tempero mais sofisticado.
Atualmente a Lancia possui apenas o Ypsilon em sua gama, que só vende na Itália. Esse compacto nasceu como um projeto da Autobianchi em 1985 e foi incorporado pela Lancia.
Em 2024 foi apresentada uma nova geração do Ypsilon, com a intenção de revitalizar a Lancia e relançar a marca pela Europa. Se não der certo, pode ser o fim definitivo dela.
A Jaguar sempre foi tradicional em oferecer esportivos e sedãs de luxo com a mesma motorização. A marca fez história em Le Mans, lançou o primeiro carro de rua capaz de ultrapassar 200 km/h e criou um carro tão belo que arrancou elogios do arrogante Enzo Ferrari — o E-Type.
Na era moderna ela primou em oferecer sedãs com tempero esportivo, mas sem apelar para um estilo agressivo. O interior bem acabado se destacava junto do ronco de seus motores V6 e V8 com supercharger.
Agora em 2024 a marca parece perdida. Quase todos os carros da gama saíram de linha, sobrou apenas o SUV F-Pace. Parece que focaram tanto no sucesso da Land Rover que esqueceram da Jaguar.
Oficialmente é dito que o futuro dela é 100% elétrico, algo que foi ensaiado com o I-Pace. O primeiro modelo que virá nessa fase da Jaguar é um grand tourer de alto luxo, na tentativa de reviver os sucessos da montadora. A ideia é louvável, mas parece que chegou tarde demais.
A Lotus está em uma fase de crescimento, com a chegada de um SUV elétrico que irá aumentar o seu volume de vendas. Como que ela veio parar nessa lista?
O que vemos hoje é algo completamente diferente do que foi criado por Colin Chapman em 1948. Esse engenheiro tinha como mantra a frase “simplifique e adicione leveza”, o peso baixo era a essência de seus carros e levou muitos pilotos ao topo do pódio.
Com os carros de rua era a mesma coisa, eram raros os modelos que faziam o ponteiro da balança passar de 1 tonelada. Nos últimos anos isso era mantido pelo Elise e pelo Exige, que usavam motores 1.8 da Toyota para rivalizar com modelos bem mais potentes graças ao peso pena.
A gama atual da Lotus ainda possui um esportivo muito competente e elogiado pela imprensa especializada, o Emira. Mas, infelizmente, ele é tratado como o último carro com motor a combustão interna da marca.
Os outros carros da marca são todos elétricos: o SUV Eletre, o sedã Emeya e o supercarro Evija. O mais leve desses pesa 1.887, mais que o dobro de um Elise. O SUV chega a 2.634 kg.
Por mais competentes que esses carros sejam, estão longe do que a marca fazia em seus dias de glória. Chega a ser estranho ver a Lotus sendo posicionada como uma marca de luxo, pois isso era a última preocupação de Colin Chapman em seus carros.
A Chrysler deu origem ao terceiro maior grupo de montadoras dos EUA. Ela ficava no segmento de semi-luxo, brigando contra a Mercury e a Buick. Em 2005 foi revitalizada com o lançamento do 300, mas parece que parou no tempo após isso.
A fusão com a Fiat, que deu origem a FCA, resultou em dois bons modelos: o sedã médio-grande 200 e a minivan Pacifica. O primeiro durou pouco e já está fora de linha.
O 300 saiu de linha em dezembro de 2023, deixando apenas a Pacifica em linha. A Chrysler inventou as minivans nos anos 80, com a Dodge Caravan e Plymouth Voyager. Seu modelo atual é bastante elogiado, mas começa a apresentar sinais de cansaço diante das concorrentes feitas pela Toyota, Honda e Kia.
Hoje, fazendo parte da Stellantis, a Chrysler parece perdida. O grupo aposta em carros elétricos e ainda não apontou uma rota para essa montadora norte-americana. Ela vai ficar como a marca de minivans ou pretende retornar aos sucessos do passado com grandes sedãs? Saberemos só em 2025.
A Mitsubishi foi uma das montadoras mais inovadoras do Japão. Ela foi pioneira em motores com cinco válvulas por cilindro, fez o primeiro motor com injeção direta de combustível, criou o primeiro cruise control adaptativo e fez as árvores contra rotativas — que deixam os motores mais suaves e já foram licenciadas pela Porsche, Saab e Fiat.
Os anos 90 foram os mais criativos para a marca: o Lancer Evolution era um carro de rali campeão, o 3000GT era um laboratório de tecnologias, ela fez um motor 1.6 V6, criou um carro de luxo que adiantou muito do que vemos hoje e ainda tinha o parrudo Pajero, que foi campeão no Paris Dakar.
Após todos esses sucessos a Mitsubishi entrou nos anos 2000 como uma montadora burocrática. Até seus esportivos, como o Eclipse, ficaram sem sal. Apenas o Lancer Evolution se destacava no mar de carros sem sal.
A linha de utilitários que tomou o protagonismo na marca, culminando na linha atual que só possui SUVs e picapes. Mas parece que até nisso está atrasada, os modelos mais recentes da Mitsubishi são derivados de projetos da Nissan.
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