Estes são os motores de três cilindros mais fortes do mundo

No Brasil esse tipo de motor é sinônimo de carro popular, mas algumas marcas extraem muita potência deles para fazer esportivos

toyota gr corolla preto frente em pista
Pode parecer loucura, mas existe um Corolla de 3 cilindros e ele tem 300 cv (Foto: Toyota | Divulgação)
Por Eduardo Rodrigues
Publicado em 19/01/2025 às 09h00

Os motores de três cilindros se popularizaram no Brasil como opção de entrada. Com o fim do Fire da Fiat, todos os 1.0 em nosso mercado são nessa configuração.

Essa configuração tem a vantagem de ser mais compacta, leve e ter menos peças, resultando em maior eficiência. Esses ganhos são mais significativos quando o deslocamento volumétrico é menor, onde as perdas mecânicas são mais sentidas.

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Uma outra característica positiva dos motores de três cilindros é ter mais torque que um equivalente com quatro cilindros. O lado negativo fica por conta das vibrações geradas por ele, já que falta simetria entre os quatro tempos do ciclo de combustão.

Mas eles não são feitos apenas de economia, hoje vamos trazer aqui uma lista com os motores de três cilindros mais potentes do mundo. O foco são os carros, os motores de motocicletas ficam para outro dia

1. Koenigsegg Gemera: 598 cv

O engenheiro sueco Christian von Koenigsegg busca sempre encontrar os limites para os motores a combustão interna. Em 2020 ele apresentou o motor Tiny Friendly Giant (TFG), que significa “pequeno gigante gentil” em uma tradução livre.

Esse motor é um 2.0 de três cilindros biturbo que produz impressionantes 598 cv e 61,3 kgfm. Para chegar a esses valores foram usadas várias tecnologias inovadoras e o TFG ainda é flex, pode rodar com etanol E100.

O principal destaque nesse motor de três cilindros é usar atuadores pneumáticos para abrir e fechar as válvulas, não há os tradicionais comandos. Cada válvulas opera de forma independente e o carro pode até funcionar como em um motor dois tempos.

O TFG também possui desativação de cilindros e consegue alternar entre os ciclos Otto, Miller e Atkinson. Segundo a Koenigsegg, sem o turbo ele já seria capaz de entregar 300 cv.

No hipercarro Gemera esse motor trabalha junto de três elétricos para totalizar em 1.724 cv. Ele é capaz de acelerar de zero a 100 km/h em apenas 1,9 segundo e atinge 400 km/h de velocidade máxima.

Apesar de todas essas inovações, faltou “combinar com os russos”. Os clientes preferiram optar pelo V8 5.0, que junto do sistema híbrido entrega 2.332 cv. O TFG poderá voltar em outro carro, Christian von Koenigsegg não desistiu do projeto.

2. Toyota GR Corolla e GR Yaris: 305 cv

A Toyota pegou os entusiastas desprevenidos quando lançou o GR Yaris em 2020. A marca estava sumida do mundo dos esportivos, um hatch compacto com quase 300 cv, tração integral e feito para homologar um carro de rali era a última coisa que esperavam da marca que só falava em híbridos.

O “coração” do GR Yaris foi outra surpresa: um motor 1.6 turbo de três cilindros e 272 cv. Ele marcou a volta dos motores turbo de alto desempenho na Toyota, algo que ela fazia bem até o final dos anos 90 com o Supra e o Celica GT-Four.

As famílias de motores da Toyota são identificadas por letras, esse 1.6 turbo é o único membro da família G16E. Ele foi um motor desenvolvido do zero pensando em alta performance e peso reduzido.

O deslocamento de 1,6 litro foi escolhido para ficar em uma faixa mais baixa de tributação no Japão. A carcaça do turbocompressor é integrada ao coletor de escape, para encher mais rápido. E os componentes internos são forjados.

O GR Yaris ganhou a companhia do GR Corolla, uma opção maior e mais prática. No irmão maior veio uma versão mais forte do G16E, com 305 cv, que também foi para o carro menor. São 190 cv por litro! E você pode comprar um carro com esse motor no Brasil, é o único três cilindros da Toyota em nosso mercado.

3.BMW i8: 231 cv

bmw i8 branco frente parado
O i8 foi o carro certo na hora errada (Foto: BMW | Divulgação)

O BMW i8 nasceu para ser o carro de imagem da marca quando ela decidiu que iria fazer carros elétricos. Esse esportivo é um híbrido plug-in que combina o motor 1.5 turbo de três cilindros com um motor elétrico. O total desse conjunto podia chegar a 374 cv.

A BMW apostava no uso de fibra de carbono para manter seus carros elétricos leves e compensar o peso das baterias. No caso do i8, o peso total era de 1.539, bem menor que o de alguns carros de passeio híbridos que temos no mercado hoje.

O motor 1.5 turbo de três cilindros é o mesmo que foi usado pelo Mini Cooper e pelo BMW X1. Mas enquanto nesses modelos o motor mal chegava em 150 cv, no esportivo ele trazia um acerto mais bravo para entregar 231 cv e 32,6 kgfm.

O BMW i8 foi o carro certo na hora errada. Ele não fez sucesso quando foi lançado em 2014, quem procurava um supercarro na época queria algo mais barulhento que um híbrido. Hoje, com os carros plug-in liderando a procura por eletrificados, um esportivo como o i8 poderia ser um sucesso.

4. Nissan Rogue: 204 cv

A Nissan lançou a família K de motores a combustão em 2017 com uma grande inovação: taxa de compressão variável. A primeira versão foi um 2.0 turbo de quatro cilindros que veio para substituir o V6 em sedãs e SUVs.

Em 2021 foi lançada uma versão de três cilindros desse motor, com as mesmas medidas internas. Esse 1.5 turbo é feito em duas versões, uma de 160 cv que trabalha apenas como gerador de energia para as baterias do Qashqai e-Power e uma mais forte de 204 que traciona os SUVs X-Trail e Rogue.

A taxa de compressão variável é obtida por um mecanismo ligado ao virabrequim, que muda as posições mais baixas e altas que o pistão pode atingir. Com isso a taxa pode variar de 8:1 a 14:1.

Outra vantagem desse sistema é que ele dispensa as árvores contra rotativas, que servem para reduzir as vibrações em um três cilindros. Segundo quem já dirigiu os carros equipados com esse 1.5, a suavidade faz esquecer que são três pistões subindo e descendo no cofre do motor.

Diferente dos outros motores dessa lista, o 1.5 turbo da Nissan não possui proposta esportiva. Ele veio para substituir o quatro cilindros 2.5 aspirado nesses SUVs e trazer consumo menor.

5. Ford Fiesta ST: 200 cv

Nunca tivemos o Ford Fiesta ST no Brasil, mas na Europa ele é uma referência em hatchbacks esportivos. Na sétima geração do compacto esse modelo esportivo passou a usar o 1.5 EcoBoost de três cilindros em uma versão de 200 cv.

Esse motor é parente do 1.5 de três cilindros que foi oferecido no Ka e no EcoSport brasileiro. A versão mansa dele produz 180 cv, mas para o Fiesta ST a Ford fez um acerto com 20 cv a mais.

O Ford Fiesta ST tinha suspensão mais baixa e firme, diferencial de deslizamento limitado, bancos Recaro e oferecia alguns luxos como opcional, como o sistema de som B&O. Ele é capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 6,5 segundos e foi bastante premiado pela imprensa europeia.

A Ford parou de produzir o Fiesta em 2023, mas manteve o motor 1.5 turbo de 200 cv no SUV compacto Puma ST. Ele não é tão rápido ou tão divertido quanto o hatch, mas é o que sobrou na gama da marca.

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