Novo Audi Q3: como anda a segunda geração do SUV?
Dirigimos o modelo em um percurso de aproximadamente 200 km: evolução é nítida, mas alguns deslizes ainda persistem
Dirigimos o modelo em um percurso de aproximadamente 200 km: evolução é nítida, mas alguns deslizes ainda persistem
Os SUVs ganharam tanta importância comercial que a Audi lançou o novo Q3 antes da gama A3. O primeiro foi apresentado na Europa no ano passado e chegou ao Brasil há cerca de seis meses; já o segundo acabou de ser totalmente reformulado e tem lançamento confirmado por aqui em 2021. Esses modelos são os responsáveis pelas maiores fatias de mercado para a marca alemã e, portanto, têm grande importância comercial.
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Enquanto o novo A3 não chega, muito do que será visto nele é antecipado pelo Audi Q3. O AutoPapo experimentou o SUV em um percurso de aproximadamente 200 km, entre Belo Horizonte e a histórica (e belíssima) Tiradentes, ambas em Minas Gerais.
O que se vê no modelo é, essencialmente, a adição de mais tecnologia a uma fórmula conhecida e consagrada.
Para começo de conversa, o motor é o mesmo 1.4 TFSI da geração anterior. Com 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque, a unidade é mais que suficiente para os 1.580 kg de peso do modelo. Na estrada, é possível fazer ultrapassagens com segurança e ganhar velocidade tranquilamente em trechos de subida.
Porém, com a disseminação de propulsores turboalimentados no mercado, o desempenho já não é mais destaque. É bom, correto, mas não empolgante. SUVs com menos pedigree, como Chevrolet Equinox, Chery Tiggo 5X e Citroën C4 Cactus THP oferecem nível parecido de performance por bem menos.
Até o T-Cross 250 TSI, uma espécie de “primo pobre” do novo Q3 (uma vez que Audi e Volkswagen integram o mesmo grupo empresarial), não deixa por menos quando o motorista pisa fundo no pedal da direita.
Então, por que alguém pagaria mais caro pelo SUV da Audi? Porque ele é superior aos demais em quesitos nos quais as marcas premium se fazem valer. O silêncio a bordo faz inveja em qualquer modelo generalista, assim como o acabamento.
Há uma abundância de materiais emborrachados no painel e nas portas, enquanto os bancos da versão Black, avaliada, são revestidos (opcionalmente) em Alcantara, uma espécie de camurça, além de proporcionarem apoio perfeito para o corpo. A impressão a bordo é de capricho nos mínimos detalhes.
Aliás, não só o acabamento, como o design e as soluções ergonômicas, tornam o interior do novo Q3 mais agradável que o do antigo. A central multimídia com tela de 8,8 polegadas, em conjunto com os instrumentos digitais em tela configurável de 10,2 polegadas, o volante esportivo e da iluminação ambiente personalizável transmitem sofisticação; o detalhe é que esse último item é opcional e vem junto com o tal revestimento em Alcântara. Por fora, o modelo também ficou mais contemporâneo, ainda que mantenha um estilo discreto, típico da Audi.
Outra impressão é que o SUV ficou maior. Nesse caso, não é apenas sensação, pois o novo Q3 realmente cresceu em relação ao antigo. São 9,7 cm a mais no comprimento e 7,7 cm extras na distância entre eixos. Consequentemente, o espaço interno também aumentou.
O banco traseiro agora corre sobre um trilho, o que permite aos ocupantes escolher entre um enorme vão para as pernas dos passageiros ou um porta-malas de até 530 litros.
Dinamicamente, o novo Audi Q3 também revela seus caprichos. A suspensão, que traz sistema independente do tipo multilink no eixo traseiro, tem calibragem invejável. Nas inúmeras curvas da BR-383, o SUV, apesar da altura elevada, demonstrou estabilidade digna de hatch. Já no calçamento de Tiradentes, não sacrificou o conforto de rodagem.
Também o câmbio mostra-se em um patamar de excelência. Automatizada com dupla embreagem e seis marchas, a transmissão trabalha de modo suave e faz trocas rapidíssimas, sempre nos momentos certos. Não faltam borboletas no volante para operar o sistema sequencialmente ou modo Sport. Por sua vez, a direção, com assistência elétrica, mostra-se igualmente afiada.
Além do mais, há cinco modos de condução, que alteram a assistência da direção e o giro das trocas de marchas, além da resposta do acelerador. O mais esportivo é o Dynamic; na outra ponta, há o Comfort, voltado para a suavidade ao rodar. Entre os dois, existem as opções Auto, Individual (programável) e Off Road, muito embora a tração seja dianteira.
O caso é que, em relação á dirigibilidade, o SUV da Audi sempre foi bom, certo? Aliás, qualquer carro de marca premium é. Pois essa é a parte da fórmula consagrada. O novo elemento é a adição de tecnologia, presente, em especial, em itens de auxílio à condução.
Antes de tomar a agradável BR-383, o trajeto começa pela movimentada BR-040. Além do grande volume de tráfego, o trânsito sofria retenções pontuais devido a obras. Sem ter como explorar a dinâmica do modelo, o momento foi propício para testar o controle de velocidade adaptativo, que mantém automaticamente uma distância predefinida do veículo à frente.
É um recurso bem útil em situações do tipo. Esse equipamento é vendido opcionalmente na versão Black, em um pacote que inclui ainda sistema de frenagem autônoma.
E o que poderia ser melhor no novo Audi Q3? Além do desempenho ser apenas satisfatório para a categoria, o 1.4 só aceita gasolina. Incoerente, já que outros modelos premium já oferecem sistema flex.
Além do mais, o consumo durante o percurso foi apenas razoável: as aferições indicaram uma média de 11 km/l. É menos que se espera de um SUV equipado com motor de baixa cilindrada, mesmo num percurso com algumas retenções.
A Audi afirmou durante o lançamento que, no futuro, poderá importar o novo Q3 nas versões equipadas com motor 2.0 TFSI. Não é de se esperar que elas tenham melhores números de consumo ou sistema flex. Porém, pelo menos, o desempenho será bem mais interessante.
Fotos: Alexandre Carneiro | AutoPapo
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Tio Bruninho, obrigado por sua explanação, gostaria de salientar e enfatizar que o decorrer do tempo e com essa mudança climática os carros importados vão se adaptar as demandas tropicais do Brasil.
Ola Conconco, mas o Uni Vivace com couro nos bancos dá couro neste Audi pois soberá até paredes na versão WAY Levantada.. o motor turbo atual deu upgrade pode comprar vai gostar
Excelente a máteria! Gostaria q comparassem a dinamica e conforto do Audi Q3 com o VW T-Cross.. a sensação que tudo da VW é mais duro e ríspido, menos refinado que um Audi… tipo a VW faz um meio de transporte, já o Audi proporciona prazer ao dirigir, mesmo com suspensão mais firme padrão alemâo, consegue ser confortável e relaxante.
Ola Conconco, mas o Uni Vivace com couro nos bancos dá couro neste Audi pois soberá até paredes na versão WAY Levantada.. o motor turbo atual deu upgrade pode comprar vai gostar
Desses novos só gosto do Bugatti mesmo pois os bancos são de Pernambuco com conchas muito ortopédicos segura melhor os corpos nas dunas a Bugatti é especialista em veículos praianos no caso Uno Way e Hammer passa um sofrência diante de um Bugatti
Tio Bruninho, realmente os carros alemães são mais rígidos em questão de suspensão, lá praticamente o ano inteiro é neve, estamos em um país tropical e eles não conseguem se adaptar o lençol freático e os asfaltos brasileiro.
Finalmente um comentário Técnico de sua parte Conconco que concordo PLENAMENTA! Não adianta estudar a Neve com os alemães, se o barro que sustenta nossas famílias brasileiras é feitas de carbono arenosos que modificam estrutudas moleculares ao passo que FIat e Bugatti são ESPECIALISTAS DE BARRO!!!