Disputa de sedãs: novo Civic encara Corolla e Jetta

Nova geração do Honda chega com tecnologia, porém preço salgado. Em que ele se sai melhor e pior que os rivais da Toyota e VW?

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Estilo do novo Civic é mais comportado que na geração passada (Foto: Honda/Divulgação)
Por Fernando Miragaya
Especial para AutoPapo
Publicado em 26/01/2023 às 09h03

O novo Civic chegou para abalar as estruturas do segmento de sedãs médios. A começar pelo preço de R$ 244.900, bem mais caro que os rivais do segmento. Mas a 11a geração do sedã médio da marca japonesa também chegou cheio de marra no que diz respeito à tecnologia.

Com um conjunto híbrido mais elaborado e vários itens de auxílio à condução, o novo Civic subiu a régua na categoria de sedãs médios. Ao mesmo tempo, o exemplar da Honda não fica tão à frente, em outros quesitos, de seus concorrentes Toyota Corolla e Volkswagen Jetta GLI.

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Preço do novo Civic assusta

Se você quer preço, não tem para onde correr. Produzido no Brasil, o Corolla é imbatível nesse sentido. E trazemos para essa comparação as versões híbridas do carro da Toyota, que custam R$ 180.990 na Altis Hybrid e R$ 190.590, na Altis Hybrid Premium.

Já o Jetta GLI, versão única do Volks que tem uma proposta esportiva e motor puramente a combustão, chega do México pelo preço de R$ 226.990. O novo Civic, como dito, é bem mais caro. Importado da Tailândia, custa R$ 244.900.

O Corolla ainda se sobressai no pós-venda. Sinônimo de carro que não dá problema, o sedã, em suas variantes híbridas, tem um custo total das quatro primeiras revisões (até 40 mil km) de R$ 3.523.

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Toyota Corolla é o líder do segmento de médios e é o único fabricado no Brasil (Foto: Toyota | Divulgação)

A Honda ainda não divulgou os valores de revisão do novo Civic híbrido, mas pelo passado do antigo sedã brasileiro, a tendência é de manutenções mais caras que as do rival.

Já a Volks não cobra as três primeiras revisões do Jetta, contudo, não estão cobertos os chamados “Itens de substituição necessária conforme quilometragem ou tempo”.

Desta forma, o dono do Jetta tem de desembolsar uma grana alta para troca do óleo do diferencial dianteiro, a cada dois anos, e mesmo do fluido dos freios, no mesmo intervalo de tempo. Tem ainda filtros de ar da cabine e elemento. Desta forma, são R$ 5.230 até os 40 mil km.

Tecnologia

O sistema híbrido é um capítulo à parte no novo Civic. Isso porque ele não é um híbrido convencional, onde combustão e eletricidade trabalham juntos sob demanda. No caso do Honda, o esquema e:HEV tem três modos de operação que permitem maiores alternâncias no funcionamento e, consequentemente, mais eficiência.

Para começar, o motor a combustão do novo Civic é um 2.0 aspirado de Ciclo Atkinson, com injeção direta, 143 cv e 19,1 kgfm. Aliado a ele há um motor elétrico que traciona as rodas e que gera 184 cv e 32,1 kgfm (a Honda não informa a potência combinada). Ainda há um pequeno propulsor elétrico que atua como gerador.

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Sistema híbrido do novo Civic parece complexo, mas é mais simples que os demais eletrificados (Foto: Honda | Divulgação)

Como funciona esse sistema e:HEV? São três modos de condução. No EV Drive, o novo Civic anda como um carro zero combustão, com apenas o motor elétrico tracionando as rodas.

No Hybrid Drive, apesar do nome, a unidade a combustão ainda não movimenta diretamente as rodas. Em vez disso, fornece energia para o pequeno gerador alimentar as baterias. Essas, sim, vão gerar força para o outro motor elétrico movimentar o sedã tailandês.

Só mesmo no Engine Drive é que um sistema de embreagens faz com que o motor 2.0 a combustão atue praticamente sozinho. O conjunto e:HEV é quase idêntico ao que equipava o Accord híbrido, que teve passagem relâmpago no país em 2021.

Já o Corolla Hybrid se vale de um sistema híbrido “raiz”, onde há uma alternância entre combustão e elétrico no tracionamento do carro. No Toyota, o 1.8 flex aspirado de 101 cv e 14,8 kgfm (também ciclo Atkinson) trabalha com dois motores elétricos, que proporcionam 72 cv e 16,6 kgfm – a Toyota é outra que não revela potência combinada.

O Jetta GLI, por sua vez, vai de combustão mesmo. E que combustão! No fim do ano, o sedã esportivo teve o 2.0 turbinado de quatro cilindros recalibrado. Agora, ele esbanja 231 cv e 35,7 kgfm, mas sem qualquer hibridização…

Consumo

A complexidade do sistema da Honda resulta em maior eficiência. O consumo do novo Civic híbrido é o melhor na comparação com os rivais. Confira as médias, com gasolina, de acordo com os padrões do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro.

Novo Honda Civic

  • Consumo urbano: 18,3 km/l
  • Consumo rodoviário: 15,9 km/l

Toyota Corolla Hybrid

  • Consumo urbano: 13,6 km/l
  • Consumo rodoviário: 12,2 km/l

Volkswagen Jetta GLI

  • Consumo urbano: 9,9 km/l
  • Consumo rodoviário: 12,2 km/l

Conforto e equipamentos

Em termos de conforto a bordo, os três sedãs quase têm um empate técnico. O espaço interno é bem similar entre os modelos. Civic e Corolla priorizam um rodar confortável, com ajuste mais macio da suspensão, enquanto o Jetta GLI tem calibragem firme.

No que diz respeito a acabamento, o Corolla tem um padrão mais sofisticado nesta nova geração, lançada em 2019. O Jetta, como boa parte dos VW, decepciona um pouco nesse quesito.

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O Jetta é vendido apenas na versão GLI e tem suspensão mais firme que os rivais japoneses (Foto: Marcelo Jabulas | AutoPapo)

Quando vamos para equipamentos, o novo Civic se sobressai discretamente. O sedã híbrido é importado em versão única com a última atualização do Honda Sensing, o pacote de itens de auxílio ao motorista da marca japonesa.

O “kit” inclui controle de cruzeiro adaptativo com frenagem automática de emergência, assistente ativo de permanência em faixa, farol alto automático e o sistema de alerta de ponto cego que exibe as imagens na central multimídia.

Completam o recheio do novo Civic oito airbags, controles de estabilidade e de tração, quadro de instrumentos eletrônico em display de 10”, bancos dianteiros com regulagens elétricas, multimídia com tela de 9”, carregador de celular por indução, chave presencial com partida remota do motor, ar automático bizona e teto-solar.

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Civic tenta justificar o preço mais caro com pacote farto de tecnologias e acabamento primoroso (Foto: Honda | Divulgação)

As opções híbridas do Corolla também dispõem de itens de condução semi-autônoma, como o controle de cruzeiro adaptativo com frenagem automática e farol alto automático. Só que o monitoramento de evasão de faixa emite apenas alerta.

Nos demais equipamentos, o Corolla se destaca pela central multimídia com monitor de 10″, que permite conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay. Também traz boa parte dos itens do rival, como ar bizona, teto-solar, carregador de smartphone sem fio, mas o quadro de instrumentos tem uma parte digital de 7”. No Toyota, são sete airbags.

Por fim, o Jetta chega do México com seis airbags e boa parte dos equipamentos de auxílio à condução de Civic e Corolla. A parte de itens de conforto também é similar, sendo que o Volks tem quadro de instrumentos eletrônico em tela de 10”, mas a central multimídia não é a VW Play, mas sim a antiga Discovery Media, com tela de 8″.

Desempenho do novo Civic fica aquém do Jetta

Aqui não tem para ninguém. O Jetta GLI traz aquela mecânica de respeito da engenharia alemã com o tempero esportivo. O motor TSI com injeção direta esbanja força e seus 231 cv e 35,7 kgfm garantem um 0 a 100 km/h em 6,7 segundos, além de retomadas com força de sobra em baixos giros.

Contribui para esta agilidade o câmbio DSG, automatizado, com dupla embreagem e sete marchas. Fora isso, o Jetta GLI ainda tem acerto firme da suspensão e da carroceria, e bloqueio eletrônico do diferencial dianteiro.

Honda e Toyota não informam sobre desempenho. Mas sabe-se que os clientes de Civic e Corolla são tradicionais e privilegiam o conforto. Não que os sedãs das japonesas sejam morosos, mas é outra proposta, de força só quando necessário e rodar suave.

E se alguém vai brigar diretamente com o Jetta GLI não será esse novo Civic híbrido. A Honda prepara a importação, ainda para este ano, da nova geração do Civic Type R, a icônica versão esportiva do sedã.

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11 Comentários
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Humberto 6 de fevereiro de 2023

Só quero saber de uma coisa: onde vamos parar com esses preços absurdos e abusivos? Carro zero a cada dia se torna artigo de luxo e para poucos mortais.

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Tony Pacheco 31 de janeiro de 2023

Tive um Jetta TSi de 200 HP e já era um absurdo em arrancadas e velocidade final. Nem consigo imaginar como é este GLi atual de 231 HP e 37 Kgf… Os outros dois carros, os tiozões de Tóquio, são para quem não gosta de dirigir e sim andar de navio de cruzeiro. Lentamente pelo mar afora…

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Donizeti 30 de janeiro de 2023

Não sei pq comparar c o jetta ,já nasceu morto, vendi nada.

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Georges 28 de janeiro de 2023

Deixaram de fabricar aqui para importar da Tailândia. Tamo feios na foto hein?

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HANS FISCHER 26 de janeiro de 2023

Quem deve estar feliz com o preço do CIVIC e a Toyota. O Corolla não vai ter concorrentes.

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J.Dickmam 27 de janeiro de 2023

É bem capaz da Toyota subir os preços para acompanhar… afinal… o povo gosta de pagar mais pelo mesmo só pra dizer que comprou um vovorola. Rsrsrsrs

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Santiago 27 de janeiro de 2023

Não duvido…

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Georges 28 de janeiro de 2023

E nem eu! 190 para 244 ou 226 … deixa a Toyota descobrir isso….

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Armando 26 de janeiro de 2023

Pecou feioooooooono no câmbio!!!!!!!
Cometeu um pecado quase mortal!!!!

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HAF 26 de janeiro de 2023

Onde que o DSG de ultima geração é pior que um AT com conversor de torque comum? A VW acertou em cheio! Quem gosta de cambio AT patinante para terceira idade… pode ir no Virtus AT! Abraço!

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Gustavo 26 de janeiro de 2023

Jetta GLI imbatível, desempenho e prazer de dirigir espetaculares com consumo compatível ao motor raiz à combustão, câmbio DSG e bloqueio do diferencial mecânico VAQ são a cereja do bolo. Única vantagem do Civic e:HEV sobre o Corolla Hybrid é ter o conjunto híbrido mais eficiente e potente que o fraco da Toyota, mas o preço cobrado pelas japonesas como sempre joga contra.

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