Volkswagen ‘congela’ o novo Gol por causa da pandemia
Com o objetivo de manter reservas financeiras para enfrentar a crise, marca alemã suspende temporariamente investimentos em novos produtos
Com o objetivo de manter reservas financeiras para enfrentar a crise, marca alemã suspende temporariamente investimentos em novos produtos
A pandemia provocada pelo coronavírus deve afetar o desenvolvimento do novo Gol. Previsto para chegar ao mercado em aproximadamente um ano e meio, o modelo está atualmente em fase de desenvolvimento. Porém, para ser produzido em massa, precisará de grandes investimentos, que foram temporariamente congelados devido à pandemia.
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A suspensão de recursos para futuros projetos foi confirmada pelo presidente da Volkswagen na América Latina, Pablo di Si, durante uma live realizada pelo portal Automotive Business.
Embora o dirigente não tenha citado o novo Gol nem qualquer outro modelo de maneira específica, o congelamento envolve todos os investimentos a médio ou longo prazo.
Assista ao vídeo com as declarações de Pablo di Si:
O motivo é a enorme queda nas vendas de veículos causada pelo Covid-19, que derrubou as receitas do setor automobilístico.
“Nós estávamos em um processo de fechar e de comunicar um novo plano de investimentos aqui no Brasil antes da pandemia e, obviamente, tudo isso agora está congelado. Não está cancelado, está congelado”, declarou di Si durante a entrevista.
O executivo deixou claro que o congelamento deve-se, pura e simplesmente, de uma questão de caixa. É que os custos fixos da empresa se manterão ao longo dos próximos meses, enquanto a receita, segundo ele, caiu para zero.
“Em três ou quatro meses, vamos gastar, em dinheiro, um valor similar a um plano de investimento de três quatro anos”, justificou.
“Temos que ter um senso de urgência, temos que ter um senso de sobrevivência; sobreviver nos próximos três meses”, prosseguiu di Si, referindo-se à destinação dos recursos para cobrir despesas imediatas.
“O plano de investimentos, acho que julho, agosto setembro, reavaliaremos o mercado e a indústria e nossa posição”, concluiu.
Durante a entrevista, o presidente da Volkswagen na América Latina enfatizou ainda que produtos desenvolvidos com base em investimentos passados não serão afetados. Inclusive, di Si citou nominalmente o Nivus, cujo projeto já está concluído. Vale lembrar que a multinacional já confirmou o lançamento do SUV para junho.
Esse atraso de pelo menos seis meses nos investimentos para o novo Gol vai refletir na data de lançamento do modelo, inicialmente prevista para 2021. Desse modo, provavelmente, o modelo deve ficar, em um cenário favorável, para o primeiro semestre de 2022.
A maior parte dos investimentos congelados pela Volkswagen será destinada à fábrica de Taubaté (SP). O objetivo é torná-la apta a produzir veículos baseados na arquitetura MQB, cada vez mais onipresente na gama da empresa.
Atualmente, a planta paulista está longe de produzir algo novo: de lá, saem as atuais gerações de Gol e Voyage, que utilizam a plataforma PQ24, além do up!, cuja base é a PQ12.
A modernização da unidade de Taubaté trará vantagens industriais, pois possibilitará uma flexibilização no parque industrial da Volkswagen. Atualmente, a planta de São Bernardo do Campo (SP) concentra a fabricação de produtos com grande volume de vendas baseados na arquitetura MQB. Mas essa medida envolve ainda questões industriais.
No ano passado, a Volkswagen fez um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (Sindimetau) para produzir novos produtos na planta paulista, o que, consequentemente, conserva os postos de trabalho dos empregados.
Para cumpri-lo, a multinacional precisa de novo ferramental, uma vez que as plataformas PQ fabricadas naquela unidade estão desatualizadas e fadadas a sair de linha.
Já está definido que o novo Gol utilizará a arquitetura MQB. Inclusive, o código A00, pelo qual o projeto é conhecido internamente, faz referência à plataforma: trata-se de uma derivação simplificada da base do Polo, que é a MQB A0.
O desenvolvimento do novo Gol, que está a cargo das equipes de design e engenharia da América do Sul, justifica-se pela enorme aceitação do produto no mercado. Afinal, o hatch ainda é o modelo da Volkswagen mais comercializado no Brasil. Em outros países latinos, como Argentina e México, ele também tem bons números de vendas.
Para manter-se entre os mais vendidos do continente, o novo Gol continuará sendo o carro de entrada da Volkswagen. Além de naturalmente suceder a atual geração, o modelo vai substituir também up! e Fox, que não deixarão descendentes diretos.
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Curioso descontinuarem o Fox e manterem o Gol (ainda que renovado, se é que será mesmo), poderia deixar o Fox como veículo de entrada e descontinuar o Gol, uma vez que já tem o Polo, que é igualzinho ao Gol, porém maior um pouquinho…
Os carros da VW sempre foram parecidos, exceto o fusca.
Deveriam começar a diminuir o emblema que é desproporcional e deixar as lanternas e farois diferentes, já que são praticamente iguais em todos os modelos.