Novo Renault Sandero e sedã Logan têm projeto suspenso e viram dúvida
Fabricante estuda adoção de nova estratégia comercial e promove cortes de custos: no Brasil, já demitiu 747 trabalhadores
Fabricante estuda adoção de nova estratégia comercial e promove cortes de custos: no Brasil, já demitiu 747 trabalhadores
Dados como certos para o Brasil, o novo Renault Sandero, bem como o “irmão” Logan, tiveram os projetos suspensos. A fonte dessa informação é ninguém menos que Luca de Meo, o CEO da multinacional: o executivo revelou planos para os mercados sul-americanos, que estão focados no corte de despesas.
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De Meo não de referiu especificamente ao novo Sandero ou ao Logan. Porém, disse que a Renault deve alterar a estratégia comercial e se concentrar em segmentos mais lucrativos. Isso indica a prioridade serão os SUVs, atuais queridinhos do mercado, e não hatches e sedãs de entrada. As informações vieram à tona durante uma entrevista à Automotive News Europe.
O executivo mencionou ainda que a empresa deve focar nas margens de lucro, e não em manter a participação no mercado. Trata-se de uma estratégia semelhante à adotada pela Ford: a multinacional fechou as fábricas no país e deixou de produzir Ka e EcoSport, mas segue atuando no país como importador, comercializando, principalmente, SUVs e picapes.
Vale destacar que o CEO da Renault ponderou que a suspensão de investimentos é uma medida de curto-prazo, devido ao momento de instabilidade da economia. Isso indica que o novo Sandero, bem como o Logan, não foram descartados: os projetos podem ser retomados, dependendo da reação do mercado.
Por outro lado, a estratégia comercial da empresa não deve afetar o andamento de outros projetos, o do Captur reestilizado e o da nova picape Oroch. Isso porque esses modelos estão em fase mais avançada de desenvolvimento, além de estarem posicionados nos segmentos que o fabricante pretende priorizar.
Ademais, o novo Sandero e o Logan foram completamente refeitos. Para nacionalizá-los, a Renault terá que investir pesado na fábrica de São José dos Pinhais (PR): isso porque o complexo precisará produzir a nova plataforma CMF-B, compartilhada com a Nissan.
Enquanto decide se mantém ou cancela de vez os projetos do novo Sandero e do Logan, a Renault já tomou outra medida: demitiu 747 funcionários do complexo de São José dos Pinhais (PR). A extinção dos postos de trabalho ocorreu após a empresa eliminar o terceiro turno de trabalho na fábrica.
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Pelo andar da carruagem, o mercado de carros compactos e mais “acessíveis” para as massas, ficará bem mais restrito. Talvez fiquemos só com VW, Fiat e GM.
Para minha tristeza, se não estão querendo investir nos sanderos comuns, o que dirá se lembrarmos do RS, que eu estou (estava) esperando que viesse nesse novo modelo com um motor 1.3 ou 1.5 turbinado. Compraria 1 mas, pelo jeito, vou ficar na saudade…
A Renault esta perdendo a chance de vender este novo modelo,… ficou muito bonito. Não acho que será decretado o fim do carro mais barato, há sim, interesse nesses segmentos hatches e sedan compactos, são a cara do Brasil, assim como foi o fusca, SUV é moda, e vai passar. A tendência será os hatches se aperfeiçoarem e tornar-se-ão mais seguros e mais … altinhos… mas sempre existiram como opções de entrada.
Agora que o Sandero e o Logan ia ficar Top ?
Os sinais que a economia brasileira está emitindo não são nada bons. São várias as notícias de que as montadoras de automóveis vão deixar de produzir no país os modelos mais baratos. Elas preferem vender pouco, mas pra um público mais endinheirado, que compre produtos mais caros e que proporcionem um lucro maior. É o neoliberalismo piorando a passos largos a desindustrialização do país. A Ford caiu fora e a Renault demitiu 747 empregados. E não sabe se vai continuar com o segmento de carros considerados populares aqui no Brasil. Se as coisas continuarem assim, só o agronegócio não vai fechar por aqui.
O governo atual, do ponto de vista econômico, é mais liberal que o anterior. Mas não é um poço de liberalismo. Lembre-se que Bolsonaro é funcionário publico. O processo de saída da Ford, começou há muito tempo. Em 1990 eu tive um professor de economia que era funcionário da Ford e disse que a Autolatina salvaria a Ford. Não salvou. O mundo mudou. O futuro aponta para veículos maiores e elétricos. Projetar um carro pequeno e um grande tem quase o mesmo custo. O carro pequeno, sem vantagens tributárias vai deixar de ser produzido. Outra coisa, a Ford vai importar da Argentina, Uruguai e México sem imposto de importação. Para que ter três fábricas na região? O país com maior custo foi descartado. No final das contas, ninguém quer lutar para diminuir os salários e benefícios do Gilmar Mendes. As empresas vão embora. E os empregos junto.
O negócio é o seguinte: se vai todo mundo fabricar SUV, daqui um tempo vai ocorrer igual no começo dos anos 90. Vai ter que sair alguma medida para proporcionar a volta dos carros populares, pois o preço dos “SUVs” estará nas alturas e a indústria com uma imensa capacidade ociosa. Grande parte da população não tem e não terá 100 mil, 200 mil para a compra de um carro. Quem sair na frente dos compactos vai levar a melhor, vide FIAT com o uno Mille lá nos idos dos anos 90 e que proporcionou a mesma crescer vertiginosamente no Brasil. Mesmo com margem menor, custos fixos são dissolvidos com grande produção, coisa que só os compactos e com preços acessíveis proporcionam.
Que parte de quando ele disse que a montadora prefere vender poucas unidades, porém com margem de lucro alta, você não entendeu? Aqui no Brasil só a classe média alta vai ter carro novo. Classe B que compre usado. E da C pra baixo moto ou bicicleta. Se o Brasil não fosse tão inseguro, nos tornaríamos mais saudáveis, andando de bicicleta. Mas com o empobrecimento em alta os assaltos vão aumentar. A insegurança pública piorada vai prejudicar as vendas das motos e das bicicletas.