Oi, sumida: carros e marcas que estão discretos demais
Reencontre alguns modelos e fabricantes que andam muito quietos no mercado brasileiro, que você até tinha se esquecido que eles existiam
Reencontre alguns modelos e fabricantes que andam muito quietos no mercado brasileiro, que você até tinha se esquecido que eles existiam
O cantor Bruno Mars fez dois showzaços no The Town e ainda arrancou suspiros dos fãs ao soltar um “Oi, sumida” carregado de sotaque. A frase poderia chegar a alguns carros e marcas que andam meio sumidos ou quietos demais no Brasil.
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A marca francesa viu seus carros ficarem defasados da noite para o dia e as vendas minguarem. A fabricante, que chegou a ter quase 9% de participação de mercado, hoje tem menos de 6% de mix e muito graças ao Kwid, seu carro de volume, porém, de margens mais tímidas.
O problema é que o Sandero e Logan, de inovadores pelo conceito de mais espaço para o segmento de compactos, hoje vendem bem pouco – e basicamente para frotistas. O Duster, por sua vez, perdeu lugar com a avalanche de SUVs compactos e o Captur jamais emplacou de fato, assim como a Oroch.
As apostas para sair das sombras agora estão no novo ciclo de investimentos e no apelo da eletrificação. A Renault vai despejar R$ 2 bilhões em uma nova plataforma para produção do Kardian, seu novo SUV de entrada que vai chamar o Fiat Pulse para a briga e que será mostrado no dia 25 de outubro.
A renovação da Renault também inclui uma nova linha de motores turbo e híbrido-flex. Sem falar em novos modelos elétricos, como o Megane E-Tech que acabou de estrear por R$ 280 mil.
Vamos combinar que o Cruze é um carro legal e um herói da resistência, já que trata-se do único hatch médio “acessível” do mercado. E último, já que não deve ver o sol raiar em 2024. Isso porque o segmento desidratou e, no caso do sedã, além da categoria também ter esvaziado com os SUVs, ainda tem a supremacia do Toyota Corolla.
Isso se reflete nas vendas. Nas duas carrocerias, o Cruze vendeu apenas 1.041 unidades de janeiro a agosto de 2023. A sumida dos dois se dá até porque não vale nem a pena a General Motors investir nestes segmentos. O último suspiro foi a adoção das versões RS e Midnight, na linha 2022.
A marca tem carros incríveis e emblemáticos, mas há muito tempo anda sumida no Brasil e modelos como Impreza WRX, Legacy e Outback são meras lembranças. Hoje, a japonesa virou marca de dois SUVs apenas, importados pelo Grupo Caoa, representante oficial da montadora.
Pelo menos são dois utilitários esportivos de fato. O Forester e o XV têm tração integral – marca registrada da Subaru em todos seus modelos – e, desde 2022, são vendidos com o conjunto e-Boxer, um híbrido-leve que tem como astro principal os motores turbo a gasolina.
Outra fabricante japonesa que anda sumida como marca e com seus carros. Isso porque a Suzuki encolheu de uma hora para a outra no Brasil. Há menos de dois anos, a empresa, também com forte DNA no fora de estrada, vendia aqui quatro modelos: Jimny, Jimny Sierra, Vitara e S-Cross.
Nos últimos tempos, porém, deixou de importar o Vitara e o S-Cross. Recentemente, a HPE Autos, representante e licenciada para fazer carros da marca aqui, encerrou a montagem do velho Jimny em Catalão (GO). Hoje, a Suzuki só tem o Sierra, a nova geração do jipinho, para contar história.
O Mobi tem mais de 45 mil unidades emplacadas em 2023 e é um dos automóveis mais baratos do país. Mesmo assim, dava para o Bruno Mars mandar um “Oi, sumida” tranquilamente para o carro da Fiat. Para um modelo de tanto volume, a montadora faz pouco proporcionalmente.
As últimas novidades foram a adoção de um pacote de equipamentos de segurança para a linha 2023 do Mobi. Antes disso, a Fiat mexeu e estrangulou o velho e cansado motor 1.0 Fire Evo na gama 2022, mais para atender aos níveis de eficiência energética estabelecidos pelo Proconve L-7.
O Leaf já foi o elétrico mais popular do planeta e fez alarde quando chegou ao Brasil em caráter experimental para ser usado por corporações governamentais e táxi. Depois que foi lançado oficialmente, contudo, foi um dos carros que deu uma sumida e ficou à sombra de outros EVs que chegaram.
O hatch médio zero combustão da Nissan teve 168 unidades vendidas nos oito meses de 2023. Não figura nem no ranking dos 30 veículos eletrificados mais emplacados do país no ano.
O nobre leitor vai falar que a Honda lançou o novo HR-V e a nova geração do Civic, com direito à variante Type-R. Mas a marca japonesa parece dormir em berço esplêndido no Brasil. Talvez por se garantir na imagem que construiu no nosso mercado.
O fato é que os modelos da Honda já não empolgam no design. As ações de marketing e publicitárias da fabricante também carecem de ousadia e criatividade. Para completar, trazer um sedã híbrido de mais de R$ 250 mil não agrega imagem de montadora ligada na inevitável transição energética.
A linha do crossover está sumida até na prateleira da Peugeot. Só no ano passado é que a marca francesa lembrou de fazer umas mudanças na gama do compacto, com novas versões, mais equipamentos e até uma série limitada. Foi a única mexida em quase cinco anos.
No acumulado de 2023, o 2008 somou 1.219 unidades, segundo dados do Renavam. Dos nacionais, é o compacto menos vendido na categoria de utilitários esportivos. E no ranking geral dos SUVs, fica em 29º, atrás de Audi Q5, BYD Yuan Plus, Porsche Cayenne e Mitsubishi Pajero. Resta ao carro aguardar a nova geração, que será feita na Argentina.
Outro que parece se garantir na boa reputação para ficar sumido. Verdade que a Toyota deu uma atualizada no Yaris em janeiro de 2022, mas foi só. O carro basicamente mantém as mesmas versões, equipamentos e conjunto mecânico desde o lançamento, em 2018.
A questão é que vende seus 26 mil no ano (hatch e sedã). Pelo visto, o suficiente para a montadora ir cozinhando o galo até a chegada do SUV compacto baseado no Yaris Cross, entre 2024 e 2025, que deve substituir a linha atual.
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