Castrol exagera no marketing, inventa ‘óleo para SUV’ e leva o Pinóquio de Ouro 2022
A renomada marca de óleo lançou um tipo de óleo especial para SUVs, mas ela mesma diz que só foi aprovado pela General Motors
A renomada marca de óleo lançou um tipo de óleo especial para SUVs, mas ela mesma diz que só foi aprovado pela General Motors
A Castrol tem reputação mundial, uma das mais tradicionais e respeitadas empresas de lubrificantes e tem sua marca atrelada a fábricas de automóveis e equipes de competição. Mas acaba de escorregar ao lançar um novo óleo com uma aplicação específica pouco convincente.
A Castrol tem uma excelente linha mundial de óleos, a Magnatec. Com características especiais e exclusivas para aumentar a proteção dos motores contra o desgaste provocado pelo atrito e temperatura de partes móveis. Mas está mal explicado o lançamento do Castrol Magnatec SUV, alegando ser um veículo mais pesado, capaz também de levar mais carga e, por isso, exigir mais do motor.
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Na minha opinião, os marqueteiros da Castrol falaram mais alto que seus engenheiros ao perceber esta onda de SUVs invadindo o mercado mundial. E não resistiram à tentação de entrar no vácuo deste modismo para um faturamento extra.
Consultei engenheiros do setor e nenhum encontrou uma justificativa técnica para esta nova linha de lubrificantes. Porque – dizem os especialistas – qualquer óleo de qualidade não perde sua capacidade de proteger o motor devido a um razoável excesso de peso. No caso do SUV, ele às vezes pesa o mesmo ou cerca de apenas 10% mais que um sedã. E o porta-malas tem capacidade semelhante em alguns casos, em outros, um pouco maior ou até inferior.
Pedi explicações sobre a diferença deste novo óleo à própria Castrol. Ela respondeu de forma pouco transparente e convincente. Insisti: ela disse que estes óleos recebem uma aditivação especial, mas sem revelar detalhes, deixando nas entrelinhas ser um segredo industrial…
Para obter um esclarecimento técnico mais detalhado, solicitei à sua assessoria de comunicação uma entrevista com um engenheiro da fábrica. Negada. A Castrol faz parte do grupo de empresas (acima do bem ou do mal?) que contratam uma assessoria de imprensa terceirizada especialmente para evitar contato dos jornalistas com sua equipe técnica quando o assunto é mais delicado.
Mas, vamos supor que a Castrol tenha de fato um aditivo especial para oferecer uma proteção ao motor que “sofre” com um eventual excesso de peso.
Vem então uma outra complicada questão, que pode levar a erro o dono do carro. O óleo se chama “Magnatec SUV” e a Castrol o induz a acreditar que pode utilizá-lo no motor de qualquer SUV que recomende um SAE 5W30 e API SN ou ACEA C3, suas especificações.
E não é bem assim, pois no próprio frasco a Castrol informa que sua homologação é “GM Dexos 2”. Isto significa que qualquer SUV da GM, com motor a gasolina ou diesel (é o que significa o C3) pode usá-lo sem problemas. Entretanto, não consta homologação de nenhuma outra montadora.
Então, segundo ela mesma, somente a GM testou e aprovou este óleo em seus motores. Que deveria então ser anunciado como “óleo para motores GM”. Na parte traseira do frasco, a advertência – exigida pela ANP – “O manual do carro deve ser consultado”. Mas, se você for com seu SUV no posto (ou “Troca de Óleo”) e te oferecem um óleo da famosa marca Castrol e específico para SUVs, você vai consultar o manual antes de adquiri-lo?
Outra questão: os óleos não são projetados para um tipo de veículo, mas de motor. Se o SUV merece um especial, por que não as picapes, que carregam pesos ainda maiores? E jipes off-road?
Não tenho dúvida da qualidade dos óleos da Castrol, mas neste caso, foi a vitória dos marqueteiros sobre os engenheiros.
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Olá Bóris, Feliz Ano Novo!
Deixe-me ajudar com o assunto… A Castrol não está tão errada assim e o prêmio Pinóquio não é justo com eles… vá lá, a assessoria de imprensa deles pode ser muito ruim, mas o produto não merece o título.
Deixe-me explicar: o fato do Castrol Magnatec 5w30 SUV ser ACEA C3 indica que o índice de viscosidade HT/HS mínimo é de 3.5 cP. Já o Castrol Magnatec Start-Stop 5w30 ACEA A5/B5 indica que o HT/HS mínimo é de 2.9 cP.
Isso significa que o A5/B5 oferece uma economia melhor de combustível ao preço de um provável desgaste maior do motor – tanto que ele não pode ser usado em qualquer motor.
Já o C3 oferece uma proteção melhor ao desgaste ao custo de um provável consumo maior de combustível (o que pode nem acontecer, tal é a aditivação que esses lubrificantes têm).
Sobre o Dexos 2, significa que não só atende a norma C3 como também requisitos da GM para formação de depósitos e borra, o que torna esse lubrificante excelente para uso em motores gasolina/diesel comumente usados na cidade.
Mas realmente os caras da assessoria de impresa deles são muito ruins… Na próxima pergunta para mim! ?
A disposição para ajudar sempre que for preciso!
É igual ao “óleo original”, como muitas concessionárias insistem em dizer. Óleo original não existe, mesmo por que “original é feito uma única vez”, Poderia ser óleo indicado, seria mais sensato.
O óleo Castrol faz com que os motores durem décadas.
Basta ver os carros em Cuba, onde todos são obrigados a usar Castrol.
Perfeito, kkkkkkkkkkkkk.
Agora fiquei preocupado, tenho um SUV e segundo esta teoria da castrol vou ter que trocar o óleo quando meu carro tiver com carga máxima, mais pesado e trocar o óleo novamente, quando meu carro tiver vasio, mais leve, independente da quilometragem.
Isto sem falar na água mineral com gás e aditivo saborizado para o sistema de arrefecimento.
É cada um que me aparece.
A Castrol me fez lembrar a história daquela loira que colocou para raio no carro para evitar sequestro relâmpago.
E óleo “para motos” (com motor de 4 tempos, não de 2 em que tinha de adicionar à gasolina) tem formulação diferente dos, digamos, “veículos normais – não SUV)”?
Se entendi bem, então, a Castrol quer que haja outra classificação para os óleos e agora vai ser por faixa de massa/carga dos carros. Neste caso os caminhões, que possuem vária faixas de cargas, estão todos com óleo errado. Também veiculos vazios vão ter um tipo de óleo e quando tiverem com cargas vamos ter que trocar o óleo.
pode dar também mais um prêmio para eles: A piada do ano.
Logo vou poder comprar o óleo mais adequado para a cor do meu carro ?? Castrol, gostaram da sugestão?
Lembrei até do maldito Arcogrhaphite, óleo de motor da Atlantic que foi responsável por “trancar” motor de milhares de fusca.
Milton isso aconteceu? Ah tenho um Renault Duster óleo de sua própria marca jamais deu problema isso de óleo de suv não tem sentido só trouxa acreditar nisso
E já adianto que, se a empresa ler esta coluna, o Pinóquio de Ouro de 2023 já estará encaminhado: devem lançar Castrol Magnatec Picape e Castrol Magnatec Off-road.
Boa tacada Marcelo ! Isso mesmo.
Lorota sempre atrai lorota Se a primeira colou, não vai demorar em aparecer outra “pegando o vácuo”.
Se o atual conceito brasileiro de “SUV” já nasceu ganhando o OSCAR Pinochio, não surpreende que surjam outros espertalhões surfando no mesmo embalo.
Afinal..não falta quem pague pra embarcar na moda da vez, mesmo percebendo-se extorquido…
pinoquio de ouro e o GEPETO DE DIAMANTE tem de ir para o veteran car e o seu evento de araxa, onde as premiaçoes sao para os proprios organizadores sempre, os sempre membros e os abastados patrocinadores….é em evento fechado que deveria ser FECHADO!…
injeta em simples mortais a ideia de pertencer a um segmento, fomenta sonhos e no fim entregam o olhar fechado para o clubinho deles mesmos e os que patrocinaram a festa.
deveriam valorizar carros e historias legitimas e dignas que vao alem do clube devcs…vcs ja ganharam tudo e ja tem tudo da vida, o que mais querem?
alem de serem velhos! passem a bola! incentivem!