Picapes sobem a régua e viram alternativa para quem procura luxo e desempenho
Lançamentos no segmento estão mais próximos de carros de luxo do que de utilitários voltados ao trabalho; montadoras têm especial interesse nessa mudança
Lançamentos no segmento estão mais próximos de carros de luxo do que de utilitários voltados ao trabalho; montadoras têm especial interesse nessa mudança
Nas últimas semanas, aconteceram dois lançamentos importantes no segmento de picapes: a Ram Rampage e a nova Ford Ranger – e as duas subiram a régua em relação às concorrentes. As duas têm como destaque o desempenho e a dirigibilidade próximas a de um carro de passeio no asfalto e uma ótima capacidade off-road.
Isto me lembra quando a Toyota Hilux estabeleceu um novo padrão entre as picapes médias, lá nos anos 2000. A picape chegou com um conforto acima da média, principalmente pelo acerto de suspensão que diminuia muito aquele balanço típico das caminhonetes que, até então, eram quase em sua totalidade voltada para o trabalho.
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A partir deste momento, a picape japonesa virou o novo paradigma da categoria e a concorrência teve que correr atrás do tempo perdido. Com o passar dos anos, pode-se dizer que todas ficaram niveladas, claro, umas se destacando mais do que as outras. Mas não é exagero dizer que este ano, com Ram e Ranger, a concorrência vai ter que se mexer.
Mas além destes dois lançamentos recentes, novos modelos chegaram ao mercado: Ram 3500, Ford F-150 e, em breve, Chevrolet Silverado. O que todas têm em comum: conforto de carro de luxo e motorzão!
Para as montadoras, essa migração do mercado para as picapes de altíssimo luxo é um excelente negócio. É aquela tecla que já batemos aqui algumas vezes: rentabilidade. Quanto mais valor agregado, mais caro elas podem cobrar por um produto sendo que o custo de produção não é elevado na mesma proporção.
Isso fica evidente na estratégia da Ford que focou, em um primeiro momento, nas duas versões top de linha para a Ranger. E não está prevista nenhuma cabine simples ou as chamadas chassi-cabine.
O Boris Feldman não vê racionalidade na compra das picapes. Mas aí eu pergunto: a compra de um veículo é movida apenas por razões práticas? Que veículo hoje, no Brasil, oferece opções de motores em V. Ou motor turbo a gasolina com mais de 270 cv de potência? Isso tudo embalado por um pacote de robustez?
E vale lembrar um “detalhe pequeno”: o dinheiro do Brasil hoje está no agronegócio, público-alvo das montadoras para essas caminhonetes.
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