Entre picapes e caçambas existe uma adoração sem sentido

O consumidor brasileiro se enveredou pelas picapes, mesmo que ele não tenha menor necessidade de usar sua caçamba

Bandidos levaram 6 Dodge Challenger Hellcats em 40 segundos picapes
Depois da febre do SUV, chegou a variante da picape (Foto: Internet | Reprodução)
Por Boris Feldman
Publicado em 02/07/2023 às 15h03

Eu para te falar a verdade cada vez entendo menos as opções do nosso motorista. Porque eu já cansei de falar aqui ser contra o SUV, o utilitário esportivo. Eu não abro mão do meu sedã ou do hatch, da perua, mas o hatch e a perua sumiram, né. Mas o sedã muitas vezes tem mais porta-malas que o SUV, mais estável, mais leve, menos consumo, melhor desempenho.

Tudo melhor que o SUV. “Mas eu levo as crianças e ele é mais alto aqui para as estradas brasileiras”. Tá bom, tem alguns argumentos a favor do SUV. Mas agora a onda de picape. Picape é muito pior, na minha opinião, que o SUV.

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Ok, a picape cabine dupla, então tem o mesmo conforto de automóvel, banco dianteiro e traseiro, tá bom. Mas a caçamba, você realmente precisa de levar uma girafa lá atrás que o sedã não resolva, que o SUV não resolva?

“Não, mas é porque a caçamba é maior, eu posso querer levar alguma coisa para fazenda, não sei o que”. Será que a picape resolve mesmo melhor o problema do que um SUV? “Ah, porque agora a caçamba de lona fecha”! Fecha mas entra água. Fecha mas entra poeira. Então SUV, vá lá.

Eu gostaria que alguém me explicasse por quê preferir uma picape a um SUV. Aliás, isso me faz lembrar a história das picapes vendidas lá nos Estados Unidos. Campeã de vendas, é uma picape só com o banco dianteiro, não tem cabine dupla.

Ai o cara tem família, mulher e dois, três filhos e o cara compra uma picape que só cabe ele e mais dois, porque é um banco inteiriço na frente. Cada vez mais difícil de explicar a preferência do consumidor, não é mesmo?

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21 Comentários
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DANILO CAPELA 15 de setembro de 2023

Experimenta colocar 20 sacos de sal mineral, ou um câmbio cheio de óleo no porta malas de um SUV.

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Heberton 7 de agosto de 2023

S[o fala bobagens. Voce precisa se aposentar.

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Victor Hugo Mascarenhas 6 de julho de 2023

Ninguém chegou a falar de motorização mas eu a pouco tempo atrás comprei uma caminhonete a Diesel, a manutenção é mais robusta e fora o gasto com pneus acredito que dê menos manutenção que um sedan, se houvesse no mercado uma perua a Diesel como na Europa com certeza eu não estaria nesse seguimento. Lembrando que a esposa tem um Hatch e moro no interior do estado, mas se tivesse na capital não acredito que seria a melhor opção. As pessoas falam sobre ego mas as vezes quem tem esse tipo de veículo não está nem aí para a vida alheia.

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Pedro Carlos de Faria Pinto 5 de julho de 2023

Olá, Boris! Em 1956, quando JK assumiu, começou um longo processo de construção incentivada de fábricas automotivas. A primeira foi a ROMI. Depois a VEMAG, GM, VW, MERCEDES, WILLYS, FORD, INTERNATIONAL, TOYOTA, SCANIA e FNM. O incentivo inicial era para produzir caminhões e ônibus. Deoois que vieram os automóveis designados como de passeio. Essa prioridade criou um sentimento de valorização desses veículos principalmente os caminhões maiores mas também os menores, apelidados de caminhonetes. Picape ou Pick Up herdamos dos gringos. Tivemos inicialmente as F 100, 300 e 600. As Chevrolet 3100 e 6100. O Scania Jacaré. Os Mercedes 321 e 1113 e outros. Mas foi com o lançamento da C 14, em 1964, que a preferência nacional por picapes começou. Inicialmente, entre os frotistas. Deoois, entre a turma do campo ou da floresta. Não tenho dúvida da utilidade desses veículos e também de suas derivações, os famosos SUV. Recentemente comprei um Ford Explorer 1994 para restaurar. O ex dono quase mata o bichinho. Trata-se de automóvel criado com base na Ranger lançado em 1990 e fabricado até hoje. Um grande abraço.

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IVA GARCIA DONOSO 4 de julho de 2023

um amigo meu comprou uma Pick-Up , não tem sitio, não tem fazenda, não transporta nada, só anda na cidade e sózinho, mas comprou. É o tipo de cara que fica no minimo 3 anos com o carro antes de trocar, em 9 meses trocou por um Corolla, perguntei porque e ele falou: “Não dá para ter Pick-Up, minha mãe queria levar uma geladeira para praia, advinha para quem ela pediu ? Meu irmão foi mudar, contratou transportadora, mas para a geladeira e o fogão eu tive que levar porque eram muito novos e ficou com medo que amassasem ou arranhassem ….estava virando “a transportadora da familia e amigos”….além do mais era dificil encontrar vaga para estacionar, complicada em ruas estreitas, lgastava muito combustivel e para piorar era dura e vibrava muito….
Mas tem gente que gosta de sofrer ou procura problemas para se ocupar, cada um na sua…

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Jose 4 de julho de 2023

Mas o dinheiro não é de cada um e esse cada um gasta como, quando e com o que quiser não é mesmo? Então cada um compra e usa o que quiser, para andar, correr, comer, beber, morar, e até andar de carro. E vamos cuidar cada um da nossa vida.

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Nelson Carrico Filho 6 de julho de 2023

Caro José, um dos efeitos mais nocivos do fato do consumidor de carro 0Km é que sua escolha de agora impactará, e muito no futuro, quando as pessoas que não têm condições de comprar um novo ou seminovo será obrigado a se contentar com o RESTO que os endinheirados não querem mais. Exemplo: Se você optar por um modelo anos 60, 70, 80 ou metade dos 90, você só encontrará modelos de 2 portas, pois naquelas décadas a modinha era carros de 2 portas, mesmo que em carros de maior porte, como SANTANA, DEL REY e MONZA. O estilo e tamanho destes não combina com 2 portas; a versão de 4 portas é mais harmoniosa. Se você optar por carros 80 e 90, só terá opções de motor a etanol, pois era MAIS VANTAJOSO ter um destes (LEI DE GERSON PURA). Se você procura um sedã ou perua de 4 portas à gasolina, ficará quase opção pois nas últimas décadas só motor flex, ou seja, quem ainda prefere carros de 4 portas a gasolina, só comprando modelos muito antigos. LAMENTÁVEL!

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jose 7 de julho de 2023

Lamentável é o seu comentário. Cada um faz que quer da sua vida, desde que seja de forma honesta e sem prejudicar alguem deliberadamente. Então voce acha que um cidadão que trabalhou, pagou impostos, etc, vai comprar um carro agora, pensando em quem será o dono daqui umas décadas para frente? Em que mundo voce vive?

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Ary Augusto Rodrigues Da Silva 4 de julho de 2023

A preferência por picapes se justifica pela falta de rebocadores com CMT suficiente para suprir as necessidades de um simples reboque com moto, jetski ou trailer. Onde um condutor adquire um veículo sem as mínimas informações técnicas ou leitura do manual, aliada ao oportunismo dos fabricantes que “nomeiam” SUV, um simples HRV ou Tracker, entre outros, que são proibidos de rebocar, assim como a nova Montana. O resultado é o absurdo de ver em nossas estradas uma infinidade de veículos rebocando, sem as mínimas condições, a opção é uma picape grande para andar dentro da Lei.

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Marcell 4 de julho de 2023

Concordo com o comentário do Soasso Gueiro (guarda uma costela daquelas pra eu assar rsrsrsr). Cada um gasta o que tem (e as vezes o que não tem) para satisfazer o ego.

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Edward Botelho Fernandes 4 de julho de 2023

Eu entendo que cada um toma a sua decisão, desde que seja por sua conta, eu tenho um HB 20 Hatch, estou satisfeito, hoje é só eu e a mulher, os filhos todos casados. Mas mesmo qdo eles eram crianças, não havia a legislação de hoje, iam uns dois no chiqueirinho do fusca rsrsrsrsrsrsrs

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Mildred 4 de julho de 2023

As pessoas compensam sua pequenez de alma (e outras coisas) com veículos grandes. Quer uma pessoa mais bem resolvida que o proprietário de um Ka (1.a geração) que se sente o máximo naquele ovo ???

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Nelson Carrico Filho 6 de julho de 2023

Imagine a autoestima de alguém que tenha um SMART FOR TWO, ou um MINI-COOPER?

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Alain 3 de julho de 2023

Foi uma das minhas surpresa quando eu cheguei no Brasil. A “minha” Renault demorou para ter uma pick-up mas concorrência forte. Pouco tempo atrás eu foi para Três Lagoas MS. Se você não tem uma pick-up o pessoal não fala com você rsrs Tudo mundo com pick-up mesmo quem não tem fazenda ? A contrário, nunca entendi porque são tão poucas pick-up na minha ???

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Roberto 3 de julho de 2023

Boris esse modismo tem nome: “frescura”. As pessoas refletem o tamanho do seu ego nesses trambolhos e na maioria das vezes essas mesmas pessoas não moram nem em uma casa com quintal.

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Miguel Vilas boas 3 de julho de 2023

Meu caro expert em carros, sua opinião é louvável porém o cliente não manda na empresa, mas tem o poder de demitir o dono! Explico: eu uso pikp há 23 anos, tenho duas! Uma já está velha, vou te dar apenas um motivo o qual me faz usar! Em uma colisão de um carro de chassi e um de monobloco, quem está na desvantagem?! Talvez isso já basta, pikp SEMPRE!! Obrigado

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Hil 3 de julho de 2023

O problema, Boris, é que um sedan, hatch, perua e etc etc são baixos pra rodar nas ruas brasileiras. Uma poça em dias de chuva na altura do meio-fio se torna um alagamento pra um carro desses, com mais influência nos japoneses (meu caso). Já nos fins de semana viajamos para o sítio da família da patrôa que é de estrada de barro e quando chove já sabe. Existe a possibilidade de usar um Crossover da vida mas, SW e Pajero a 400k é um pouco fora da realidade da maior parte da população. Fora isso tudo, quem tem família DIY sente muita falta de um carro pra transportar bagulho. As vezes fico pensando numa CAT… Hahaha

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Achilles lobo 3 de julho de 2023

Realmente as escolhas são mais pacionais. O que mais tem rodando por aí é SUV que não é SUV, pick-up que não é pick-up… mas é daí? Se o indivíduo está feliz com o que ele.olha na garagem ou no que usa pra se deslocar, tá tudo certo.
Vejo aqui no bairro caminhonetes gigantes de meio milhão de reais com rodas e pneus de trator, guincho e até snorkell… mas fica evidente que o carro nunca viu uma rua de terra. A explicação? Estilo, o dono gosta do estilo.
Vejo a mesma razão na opção pelos “SUV”… SEDÃ pra muitas pessoas ganhou um estigma de carro de tiozão, já o SUV tem um ar ma8s descolado.

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Jorge Nicolau 3 de julho de 2023

Na reportagem fala que o veículo mais vendido nos EUA é um veículo cabine simples, sendo que a camionete Ford F 150 que é o veículo mais vendido tem desde cabine simples, estendida e dupla.

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Soasso Gueiro 3 de julho de 2023

Boris, infelizmente o consumidor tem sim a necessidade de grandes caçambas.
Como é que o feliz comprador de uma SUV ou Pick-Up de grande porte, que mora em uma Metrópole, vai poder ESFREGAR NA CARA DE TODO MUNDO, vizinhos, parentes, colegas de trabalho, amigos (E principalmente Inimigos) que está por cima, é um vencedor e tem dinheiro para este tipo de veículo com Impostos Anuais e Seguro embutidos?
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Do ponto de vista lógico, não há meio de transporte que confere mais Status do que uma enorme Pick-Up que ocupa 02 vagas no Shopping e é vista por todos…
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Geralmente o dono desse tipo de veículo se defende dizendo que as ruas são esburacadas no Brasil, daí a necessidade de pneus de 20 polegadas. Sugiro a esses consumidores andarem de Ônibus, que tem o diâmetro da roda bem maior.
Além do mais, nem sempre esse tipo de veículo era comercializado. Esses donos andavam a pé antes, porque as ruas tem irregularidades? Não compravam Santana, Tempra, Vectra, porque estavam aguardando ou o recapeamento de todo o asfalto brasileiro, ou que um dia o Mercado Automotivo produzisse uma SUV grande?
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Mas são essas as desculpas que as pessoas dão a si mesmas, talvez para justificar porquê gastou tanto dinheiro em algo desnecessário.
Pode-se na realidade resumir tudo isso em uma só palavra: Ego.

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Roberto 2 de julho de 2023

Comentando apenas na questão porta malas, um sedã pode ter maior capacidade de porta malas que um hatch ou até um SUV, mas acaba não conseguindo transportar certos objetos simplesmente pelo formato, falta altura e praticidade. Para mim é o tipo de carroceria menos útil no dia a dia, uma perua faz muito mais sentido e tem as mesmas qualidades do sedã em comparação ao SUV. Picape é para quem realmente precisa usar a caçamba para transportar objetos maiores, aí nenhum outra carroceria consegue competir.

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