Porsche demonstra no Brasil a opção da gasolina sintética
Porsche Brasil importa 600 litros da gasolina sintética e abastece sua frota para demonstrar qualidade do produto
Porsche Brasil importa 600 litros da gasolina sintética e abastece sua frota para demonstrar qualidade do produto
O projeto começou em 2022 no Chile, na usina de Haru Oni, localizada no extremo sul do país andino. Ali continua se produzindo em escala pré-industrial a gasolina sintética, em inglês denominada e-fuel (em tradução livre, combustível pró-ambiente). A iniciativa envolve a Porsche e outros parceiros a partir de água que pode ser salgada (retirada do mar ou fonte subterrânea) e energia elétrica de fonte eólica que no local apresenta ventos bastante fortes e contínuos.
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CO2 ou dióxido de carbono, um dos gases responsáveis pelo efeito estufa que está elevando a temperatura do planeta, é capturado da atmosfera. Eletricidade gerada pelo vento separa hidrogênio do oxigênio contido na água (H2O) no processo chamado eletrólise. Então combina-se hidrogênio e CO2 para criar combustível líquido 100% neutro em carbono.
Combustível obtido ao fim do processo tem exatamente as mesmas características físico-químicas da Super E10 (mistura de 90% de gasolina e 10% de etanol), amplamente utilizada na Europa e EUA em motores a combustão interna (MCI) de ciclo Otto. O processo é complexo e caro, viável apenas em regiões de ventos fortes e constantes a exemplo da costa do Nordeste brasileiro.
A fabricante alemã tem interesse em autorizar e-fuel em seus carros com MCI. Pode depender do preço ao consumidor regulado pela carga fiscal que os governos impuserem à gasolina “ecológica” frente ao produto de origem petrolífera. Hoje a planta-piloto produz 130.000 litros por ano. No longo prazo, 550 milhões de litros/ano.
Para comprovar a viabilidade técnica do produto a Porsche Brasil importou do Chile 600 litros desta gasolina e convidou jornalistas para dirigir seis de seus modelos (do 911 ao Cayenne) abastecidos exclusivamente com este e-fuel. Entre São Paulo (SP) e Mairiporã (SP), ida e volta, foram quase 100 km, incluída subida de serra. Nenhuma hesitação ao acelerar ou qualquer mudança perceptível de desempenho neste trajeto, em impressões ao dirigir sem cronometragem ou aferição de consumo.
Numa pequena amostra fornecida do combustível, cheiro e aspecto são quase iguais aos das bombas nos postos, pois aqui o teor de etanol na gasolina varia entre 25% e 27% (gasolina Premium e comum, respectivamente).
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