Veja quais foram os primeiros carros de algumas marcas no Brasil
Selecionamos os carros que marcaram a estreia de montadoras que vieram para cá após o início da abertura das importações
Selecionamos os carros que marcaram a estreia de montadoras que vieram para cá após o início da abertura das importações
Em 2024 teremos o início da produção nacional de pelo menos duas marcas novas: a BYD e a GWM. Apenas a segunda bateu o martelo sobre o primeiro carro que irá fazer no Brasil, que será o Haval H6.
Carros são feitos no Brasil desde 1918, quando os primeiros Ford Modelo T. Esses primeiros automóveis eram apenas montados por aqui, vinham em kits CKD e com baixíssimo nível de componentes locais.
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A produção verdadeiramente nacional iniciou nos anos 50, graças aos incentivos do presidente Juscelino Kubitschek. Essa primeira fase da indústria brasileira estabeleceu as marcas que hoje consideramos como tradicionais, como a General Motors, Ford, Volkswagen e, mais tarde, a Fiat.
Algumas menores, como a Willys-Overland, DKW-Vemag e Chrysler foram absorvidas pelas maiores. A reabertura das importações marcou um segundo crescimento da indústria brasileira, com mais marcas se estabelecendo por aqui a partir do final dos anos 90.
Aqui vamos relembrar os primeiros carros de algumas marcas que chegaram nessa segunda fase. São histórias mais recentes, mas que abriram caminho para o cenário que vemos hoje no Brasil.
Após a chegada da Fiat ao Brasil, em 1976, nenhuma outra montadora nova fincou raízes por aqui. A abertura das importações trouxe burburinho sobre marcas novas abrindo fábrica, mas quem se instalou primeiro foi a Honda.
A japonesa tomou a decisão no final de 1995, anunciando que o Brasil seria o centro de suas operações na América Latina. A fábrica de Sumaré (SP) foi inaugurada em 1997 com a produção do Civic.
Chegaram a considerar o médio grande Accord como o primeiro carro nacional. O índice de nacionalização era baixo, apenas 47%. Componentes mecânicos como o motor, câmbio e suspensão eram importados.
Esse índice foi aumentando com o tempo. Hoje a Honda produz localmente maior parte dos componentes, incluindo os motores 1.5 e 1.5 turbo usados na gama atual. Ela já anunciou que nos próximos anos terá conjuntos híbridos flex nos carros nacionais e aumentará o volume com a chegada do SUV de entrada WR-V.
O Brasil já teve carros da Renault no passado. A dupla Deauphine e Gordini feita pela Willys-Overland eram da marca francesa. O Ford Corcel também, era para ser um compacto da Willys com plataforma do Renault 12, mas mudou de marca quando a Ford comprou a rival nos anos 60.
A Renault veio de forma oficial nos anos 90 importada pelo grupo CAOA, que obteve grande sucesso a ponto de ter sido a marca importada que mais vendeu em 1994. No ano seguinte a matriz anunciou que iria construir uma fábrica no Brasil.
Após muitas brigas por incentivos, a Renault decidiu se instalar no Paraná. Foi a primeira fábrica de automóveis na região sul do Brasil, que produzia apenas caminhões e ônibus.
O primeiro carro da Renault no Brasil foi a minivan Scenic. Ela começou a ser feita em outubro de 1998, sem ter concorrentes diretos até 2001. A fábrica cresceu em volume com a chegada do popular Clio, em 1999.
Hoje a Renault está em uma nova fase. O SUV Kardian estreou uma plataforma modular e moderna que será base para futuros lançamentos, um motor 1.0 turbo e um câmbio de dupla embreagem. A marca terá híbridos nacionais com esse conjunto e promete mudar a imagem de fazer carros simples trazendo modelos mais sofisticados.
Andamos no primeiro Renault nacional:
A Citroën foi outra francesa que iniciou sua produção no Brasil com uma minivan, a Xsara Picasso. A fábrica em Porto Real (RJ), foi inaugurada em fevereiro de 2001.
Essa planta pertencia a PSA, grupo que abrigava a Peugeot e a Citroën. Assim como a compatriota Renault, a produção começou com um carro médio de menor volume, mas havia espaço para crescer.
Essa ampliação no volume de produção veio com o Peugeot 208. Atualmente, essas marcas pertencem a Stellantis, que reorganizou as operações colocando a planta de Porto Real para fazer apenas carros da Citroën.
A Nissan se aproveitou da aliança com a Renault para estrear com segurança no Brasil. A francesa anunciou uma expansão de sua fábrica em 2000, criando uma segunda unidade onde seria feitos os veículos comerciais.
Essa unidade foi aproveitada pela Nissan, que começou a produzir no Brasil com a Frontier em 2002. Essa caminhonete média chegou com índice de nacionalização alto, 62%, graças a adoção do motor nacional MWM Sprint 2.8 turbodiesel — o mesmo usado pela Chevrolet S10.
A robustez do chassi de projeto japonês com esse motor conhecido fez uma fórmula de sucesso. A Frontier foi marcada por ser confiável. Ela ainda trazia de série equipamentos como os freios com ABS, airbag duplo e diferencial traseiro blocante.
Em 2003 veio a versão de cabine simples para ampliar o leque de ofertas e mais tarde veio o SUV X-Terra. O primeiro carro de passeio da Nissan feito no Brasil foi a minivan Livina, também produzida na planta da Renault.
A Nissan só foi ter sua própria fábrica anos mais tarde, em 2014, com a unidade de Resende (RJ). Hoje o SUV Kicks é feito por lá, com a promessa de uma geração nova vir nacional nos próximos anos feita ao lado da atual.
As fábricas brasileiras de automóveis sempre focaram mais em carros compactos e médios de alto volume ou utilitários. Os carros de luxo foram exceções, mas sempre estiveram presentes.
Willys Itamaraty, Simca Presidence, Ford Landau e Chevrolet Omega são alguns deles. O mais próximo de uma marca premium fazendo no Brasil antes da abertura das importações que tivemos foi a Alfa Romeo.
No final dos anos 90 a Volkswagen inaugurou uma moderna fábrica no Paraná para fazer o Golf de quarta geração e o Audi A3. Apesar de ser uma marca premium, o hatch médio era bem próximo às ofertas tradicionais.
A Mercedes-Benz, outra marca premium, também se instalou no Brasil com um carro mais mundano, o Classe A. A primeira marca de luxo que se instalou no por aqui com foco em produzir carro de alto padrão desde o início foi a BMW.
Sua fábrica em Araquari (SC) foi anunciada em outubro de 2012. A inauguração foi em 2014, no mesmo mês, com a produção do 328i. O motor 2.0 turbo do sedã já era flex, demonstrando uma preocupação em se adequar às condições do Brasil.
Ele foi acompanhado na linha de montagem pelo X1 e outras variações do Série 3. Atualmente a BMW produz também o X3 e o X4. O Série 1 e o Mini Countryman chegaram a ser produzidos em Araquari, mas hoje são apenas importados.
A operação nacional da BMW é responsável pelo carro mais rápido e potente feito no Brasil, o X4 M40i com motor 6 cilindros em linha biturbo de 387 cv. A marca anunciou a nacionalização do X5 híbrido plug-in ainda em 2024, que poderá ser o carro mais caro feito no Brasil.
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