Quando carro e emblema não casam: 7 apostas muito erradas das montadoras
Marcas que tentaram entrar com carros em segmentos onde não tinham experiência amargaram fracassos e muitos clientes ainda estão casados com eles
Marcas que tentaram entrar com carros em segmentos onde não tinham experiência amargaram fracassos e muitos clientes ainda estão casados com eles
Ter uma história centenária ou de longos anos nem sempre é certeza de sucesso. Ainda mais quando as montadoras investem em segmentos nos quais não têm experiência, que acabam tornando-se apostas erradas.
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O que não faltam na indústria automotiva são esses casos de apostas erradas de montadoras. Fabricantes que tentaram entrar em categorias do setor ou mesmo nichos do mercado e que se deram mal. Relembre 7 apostas muito erradas das montadoras.
A Peugeot até tinha tido uma boa experiência com a 504 produzida na Argentina (aquela diesel, com capacidade de carga de 1,3 tonelada). Acontece que no segmento de picapinhas o buraco é mais embaixo e a montadora francesa sentiu isso na lata com uma aposta muito errada chamada Hoggar.
A base da compacta não ajudava. Em vez de aproveitar as boas vendas do 206 e fazer um 207 igual ao europeu, a Peugeot não quis investir muito e optou por usar a mesma base do veterano hatch e meter uma casca do modelo lá de fora. Aí, foi gastar grana com a Hoggar, derivada desta mesma plataforma.
Produzida em Porto Real (RJ) e lançada em 2010, a primeira picape leve da Peugeot usava os motores 1.4 8V e 1.6 16V, os mesmos da linha 207 (ou 206,5) apresentada dois anos antes. O modelo também teve versão Escapade, com proposta aventureira, tal qual a fabricante já fazia com a perua 207 SW.
A projeção da Peugeot para a Hoggar apontava vendas mensais de 1.200 unidades. Só esqueceram de combinar com os russos. Ou melhor, com o segmento, com concorrentes brabos, como Fiat Strada, Chevrolet Montana e Volkswagen Saveiro.
Obviamente, a Hoggar se revelou uma aposta errada da montadora. A picape da Peugeot deixou de ser produzida em 2014. Em quatro anos, foram apenas 11 mil unidades vendidas.
A marca alemã passou a fazer carros com números pares para definir carrocerias diferentes, em especial cupês. Só que com a Gran Tourer a BMW resolveu apostar no segmento de minivans compactas de luxo, meio que para rivalizar com a então Mercedes-Benz Classe B.
Versão minivan da station wagon Série 2 Active Tourer, essa minivan foi lançada em 2014. Tinha portas traseiras maiores, teto elevado e sete lugares. Mas foi uma aposta errada da montadora bávara em um segmento que já desidratada em favor dos SUVs. A Gran Tourer teve a produção encerrada em 2019.
Em 2017 a Mercedes-Benz fez um estardalhaço para apresentar globalmente a Classe X. A primeira picape média da marca alemã era fruto de uma parceria com a aliança global formada por Nissan, Renault e Mitsubishi, mas se mostrou uma aposta muito errada da montadora de luxo alemã.
O modelo foi até anunciado para ser feito em Córdoba, Argentina, junto com a nova Frontier e a misteriosa Alaskan. As duas são produzidas lá, mas a Classe X nunca deu as caras.
A picape da Mercedes só foi produzida em Barcelona, na Espanha, até 2020. Teve apenas 8 mil unidades fabricadas.
A Volkswagen nasceu como carro do povo e alguém do board acreditou realmente que era uma boa ideia fazer um sedã de super luxo. Uma tremenda aposta errada de uma montadora que já tem suas marcas de bacana, como Audi, Porsche e Bentley.
Enfim, em 2002 foi apresentado o Phaeton. O três-volumes grande tinha a pretensão de encarar Audi A7 (do Grupo VW), BMW Série 7 e Mercedes-Benz Classe S. Trazia muito luxo, equipamentos e motor 6.0 W12.
A meta era vender 50 mil unidades por ano do Phaeton. Porém, em quase 14 anos de mercado, o modelo totalizou cerca de 84 mil unidades, aproximadamente 7 mil unidades anuais.
A ideia da Renault foi excelente, porém mal executada. A marca francesa inaugurou o mercado das picapes médio-compactas com a Oroch, mas todo mundo acha que quem inventou o segmento foi a Fiat Toro.
Isso porque a montadora fez uma aposta errada ao fazer uma picape derivada diretamente do Duster. Com desenho controverso e pouco inspirador, poucos meses depois a Oroch foi ofuscada pela rival, que se tornou líder dominante da categoria.
O Stinger foi uma grata surpresa da Kia. Afinal, a marca sul-coreana trouxe, em 2018, um sedã esportivo com desenho ousado e jeitão de cupê quatro portas. Com motor 3.3 V6 biturbo e tração traseira, tinha tudo para ser um sucesso.
O problema foi o posicionamento. A montadora coreana fez uma aposta errada ao colocar o Stinger para comprar briga com modelos como Audi A5 e BMW Série 4. Já no segundo ano de vida as vendas despencaram mais de 20%. Chegou ao fim em 2023.
Sedã grande de luxo com jeito de limusine, o Equus tinha até frigobar a bordo e motor 4.6 V8 de 366 cv para ninguém botar defeito. Mas a aposta da montadora sul-coreana foi errada. Afinal, era um carro de uma marca “comum” para brigar com Audi A8, BMW Série 7 é Mercedes Classe S – mesma questão do VW Phaeton já citado.
Essa geração do Equus durou de 2010 a 2017, quando o carro perdeu ainda mais o sentido com a emancipação da Genesis como marca de luxo do grupo automotivo. Detalhe que o sedã chegou a ter uma passagem relâmpago no Brasil de 2012 a 2013.
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Em relação a Oroch, não vejo como uma aposta errada da Renault. Dentro da realidade de vendas da empresa no Brasil, a Oroch tem um bom volume comercializado. Até porque a Renault nunca foi líder de vendas em nenhum seguimento em nosso país, até onde sei.
O 206 coitado mal aguenta ser o carro do dia dia, teimaram em por ele pra trabalhar ainda…