RAM 2500, de novo

"Vai e volta, a picape Ram 2500 retorna. Vem do México com isenção tributária facilitada por acordo comercial, ocupa lugar de destaque"

Ram 2500 é uma exceção entres as picapes, e exige habilitação C para ser conduzida
Por Roberto Nasser
Publicado em 25/05/2018 às 19h41

Vai e volta, a picape Ram 2500 retorna. Vem do México com isenção tributária facilitada por acordo comercial, ocupa lugar de destaque. A julgar pelo volume e torque, do maior destaque.

Ram deixou o prefixo Dodge e passou a marca própria. Mantém o poderoso arcabouço mecânico liderado por motor diesel Cummins, seis cilindros, 6,7 litros, 330 cv de potência e torque de 104 kgfm. Pela potência específica – a relação entre cilindrada e cavalagem -, nota-se não ser projeto para picape, mas para caminhão. É coerente: seu porte, a falta de refinamento mecânico notável pelo eixo rígido frontal, o motor, deslocam-no da concorrência com picapes para posição superior. Não é exatamente o carro para “agroboy”, o motorista com a boa renda da primária atividade agrícola. Afinal agroboy consome, e o picape por suas dimensões, incluindo a configuração da cabine dupla, é de difícil entrada na maioria das garagens de shoppings e, se o fizer, tomará quatro vagas.

FCA foca com precisão sua clientela, e nela inclui a atividade rural jogo duro, os praticantes e adeptos da doma animal. Outro item separador é a exigência de carteira de habilitação C.

Como

Nos EUA, seu maior mercado, a Ram 2500 se destaca pela superior capacidade de reboque, muito apreciada para trailers e lanchas. Aqui tal demanda é irrisória, e a escolha foca a clientela da produção rural. Nova marca é identificada por grade refeita, impositiva, com o emblema Ram, e do deslocamento do emblema com cabrito montês para a tampa traseira. Na complementação, aplicou-se ao conforto da interconectividade, com central Uconnect em tela de pouco mais de 20 cm, e evolução dos sistemas Android Auto e Apple Car Play.

Mecânica emprega eixo dianteiro rígido – dependente, como dizem os puristas nas firulas da linguagem técnica -, sistema resistente ao trabalho e desconfortável ao uso. Motor diesel Cummins, 6,7 litros, atracado a transmissão automática de seis velocidades. E tração nas quatro rodas e marcha reduzida. Tratamento refinado a partir do interior revestido em couro, dianteiros com regulagens elétricas. Na segurança, seis bolsas de ar, controle de estabilidade, de tração, monitoramento eletrônico da rolagem da carroceria, de balanço do reboque. Por R$ 265 mil.

RAM, ex Dodge, 2500. Não chega, causa.
RAM, ex Dodge, 2500. Não chega, causa.

Picape Mercedes Classe X by Brabus

Preparadora de automóveis Mercedes-Benz – vende-os transformados no Brasil ou os kits -, a alemã Brabus aplicou-se a modificar o recém-apresentado picape Mercedes Classe X. Chamou-o PowerXtra. Aparentemente baseou-se em suposta negativa da AMG, a associada da Mercedes na preparação de seus automóveis, e surfou na novidade.

Talvez tenha sido o último projeto de seu fundador, Bodo Buschmann, ido mês passado, como lembra o argentino Autoblog. Quando lançado ao mercado sul americano, o Mercedes Classe X advirá de transformação industrial sobre o também picape Nissan Frontier, atualmente em montagem na Argentina.

O rótulo Brabus se aplica sobre a versão intermediária 250d. Motor diesel, L4, 2,3 litros, propelido de 190 cv a 211 cv, e torque de 45,9 kgfm a 510 52 kgfm. Com a limitação no desenvolvimento mecânico, a Brabus atacou a decoração. Adotou rodas de liga leve e 20”de altura, mudou grade, faróis e para choques dianteiro, e adotou os must atuais: quádrupla saída de escape e duas baterias em luzes de LEDs.

Representante brasileiro, paulistana Strasse trará os kits de desenvolvimento e decoração, mas vendas só após lançamento, previsto para o fim de 2019.

O Classe X Brabus

A caminho da economia

Nos EUA, na grande briga pela rentável faixa de mercado dos picapes, General Motors aderiu aos esforços tecnológicos para baixar peso, consumo, emissões. Dobrou opção de motores disponíveis para seus novos picapes Chevrolet Silverado e GMC Sierra 1500. Passo importante, incluiu novo propulsor com quatro cilindros, capaz de desligar dois quando não há demanda no serviço. Será o primeiro picape no mercado apto a tal proeza mecânica. O motor é de ciclo Otto, para “gasálcool”, L4, 2,7 litros, turbo, 310 cv de potência e 157,9 kgfm em torque.

Intenta superar números legais do líder Ford F 150, e seu intenso uso de alumínio, e o redesenhado Ram 1500. Entusiasmo institucional, o vê como substituto do tradicional V6 a gasolina, 305 cv e 138,3 de torque.  Bom sinal, indica compromisso com necessária mudança. Desafio, pois em tais Chevrolet e GMC para 900kg de carga, 80% dos clientes prefere V8.

Nova Silverado terá motor de entrada: L4, turbo, 310 cv

Rodado duplo

Festa – Belcar, criada como revenda VW Caminhões na saída de Goiânia para São Paulo, festeja 35 anos. Boa história, ajudou a implantar marca nova, sobreviveu às crises, virou representante da MAN.

Elétricos – Corpus Saneamento e Obras, empresa de recolhimento de lixo adquiriu 200 unidades elétricas à chinesa BYD. Receberá 21 em setembro. Empresa quer expor-se como compromissada com preservação ambiental, redutora da poluição sonora e de emissões.

Vantagens – Em testes é mais silencioso e confortável no mercado, superando concorrentes movidos por diesel, e menor CTP – custo total de propriedade.

Aqui ? – Prazo para entrega até 2023 e BYD, com fábrica de ônibus no interior paulista, aparentemente espera incentivos incluídos no programa Rota 2030 para saber se vale a pena montar operação industrial no Brasil.

Dúvida – Fechado o ano fiscal de 2017 na operação América Latina, Nissan diz ter anotado crescimento: de seu picape Frontier vendeu 5% mais em relação a 2016. Parece número negativo, ante os 20% de expansão do mercado e o comparativo entre produtos velho e novo.

Roda-a-Roda

Surpresa – Inglesa Aston Martin, andando mal das pernas, passou controle acionário a grupo de investimento e 5% à Daimler – para garantir fornecimento de motores Mercedes AMG -, surpreendentemente deu lucros no primeiro quadrimestre.

Muito – 43,7 milhões de libras antes dos impostos. Num cálculo de balanços, proporcionalmente o maior do mundo. Mudança é creditada à revivificação da marca com a criação de versões Vanquish Zagato Volante, Speedster e o DB4 GT Continuation. Aposta na mudança de produtos, como o recente Lagonda.

Números – Lucros subiram, produção caiu: apenas 963 carros no período, contra 1.203 em igual período em 2017, creditada ao processo de troca de modelos. Preço dos carros subiu médios 11%.

Futuro – Maurício Macri, presidente da Argentina foi a Córdoba, base de sua indústria automobilística, cobrar colaboração dos industriais no incentivado Plan Un Millón – visando fabricar 1 milhãi de veículos em 2023.

Cobrança – Quer 40% de conteúdo local, peças argentinas, nos veículos lá produzidos. Hoje anda em 20%. Aproveita previsto recorde de produção, uns 20% e de exportações, 40%. Mais nacionalizado é Toyota Hilux, mais de 40%.

Promessa – Utilizou linguagem sensibilizante: se a meta for atingida reverá a carga tributária sobre veículos. E prometeu melhorar o modal ferroviário para transportar autopeças e veículos prontos aos portos.V

Vem aí – Desdobramento do projeto da Volkswagen em ter brevemente cinco utilitários esportivos (SUVs) no mercado, o projeto Tarek, a ser vendido como Tharu, foi apresentado na China. É menor relativamente ao Tiguan de cinco lugares. Argentina em 2020, no espaço industrial do CrossFox. No Brasil, novidade será o T-Cross, próximo ano.

Maquiagem – Como antecipou a Coluna, novos Gol e Voyage marcam-se pelas mudanças frontais, seguindo o Gol Track, com capô mais elevado e linhas ligando os faróis redesenhados. Dentro, novo desenho para o painel frontal. Em segurança o ESS – sistema faz piscar as luzes de freio quando pedal é acionado virilmente. Motores 1,0 e 1,6 de três e quatro cilindros, transmissão cinco marchas.

Sinal – Há opções, pacotes, mas única versão. É a última mudança antes do novo modelo.

Registro – Toyota comemora meio milhão de unidade do Etios em sua usina de Sorocaba, onde já produz o Yaris. Inicialmente mal-definido, provocou intervenção branca na empresa, congelamento de carreiras, mudança de pessoal e, surpresa, correções no produto.

Coluna – Num almoço de aproximação – eu cortara relações com a empresa e seu péssimo serviço de relacionamento com a imprensa -, ao conhecer Steve St. Angelo, número 1 para a América Latina, exibiu-me a Coluna dizendo ter feito todas as mudanças nos itens apontados, exceto a saída de ar, não direcionada ao motorista. O Etios, Toyota mais vendido, provocou nova fase na empresa.

Segurança – Ford apresentou na Europa câmera de ré oferecendo visão de 180 graus, freando ao detectar obstáculos. É grande auxílio aos motoristas incapazes de estacionar de marcha-a-ré. Equipa o novo Focus – mas só virá ao Brasil caso seja importado da Europa.

Muda – BMW mudou a logomarca de sua controlada Mini. Segunda vez desde 2001 quanto reinventou o brilhante automóvel. Segundo diz, emblema espelha valores tradicionais alinhados a espírito de desenvolvimento.

Novo logo Mini

Oportunidade – Volkswagen reabriu seleção a estágio de estudantes em seu Talento Volkswagen Design. Um ano num centro de excelência. Interessado? www.volkswagen.com.br/designProjeto e memorial descritivo no tema #formfollowsfreedom a talentovwdesign@volkswagen.com.br

Solução – Respingos de tinta, graxa, cola de adesivos, coco de passarinho, tudo removível pelo Tira Grude Tapmatic. A base de aloe vera, retira-os sem danificar a pintura dos veículos. Custa uns R$ 15. Embalagem 40 ml.

Nova – Moto KTM 390 Duke ABS já à venda. Projeto inspirado nas soluções das motos de competição: chassis, distribuição de peso; suspensão frontal. Motor monocilíndrico, 373,2 cm3, 44 cv. R$ 24 mil. Montada em Manaus, pela Dafra.

Storica – Mais charmoso rallye do mundo, reeditando a Mille Miglia, uma das corridas de maior expressão até a década de 50, disputado em estradas italianas em quase 1.500 km, e admitindo apenas veículos das marcas e tipos que anteriormente nela competiram, teve resultado surpreendente.

Hermano – Persistente e preparado argentino Juan Tonconogy, tendo sua mulher Barbara Ruffini como navegadora em Alfa Romeo 6C 1500S de 1933.Terceira vitória. À frente apenas o hiperperfeccionista Giuliano Cané, italiano vencedor de 10 edições. Argentinos lá competem anualmente. Brasileiros, apenas a dupla Feldman+Nasser, edição 1999, pela equipe Mercedes.

Tonconogy, Ruffini e Alfa, vencedores da Mille Miglia Storica

Gente – Paulo Manzano, engenheiro, fotógrafo, regulagem fina. OOOO Deixou a área de comerciais da PSA e foi-se à Jaguar Land Rover. OOOO Gerente de Marketing e Produto. OOOO Gustavo Soloaga, argentino, economista, ascensão. OOOO Era vice-presidente Senior Financeiro da PSA na América Latina e será novo n° 1 do grupo na Argentina. OOOO Sucede Carlos Gomes, português, enviado a gerir empresa na China e Sudeste Asiático. OOOO Oduvaldo Viana, administrador, promoção: diretor de marketing da Bridgstone. OOOO Impulsionar vendas e posicionar marcas Bridgestone, Firestone e Bandag. OOOO José Luiz Gandini, empresário, 61, lazer. OOOO Presidente da Kia no Brasil, Uruguai, e da associação classista, novo Comodoro do Yatch Club de Ilhabela. OOOO Lapo Elkan, atração. OOOO Irmão do presidente da FCA, herdeiro da marca, praticante da porraloquice explícita, mas autor de vitoriosos projetos de lançamentos de produtos, vida atribulada e criativa, estará no Congresso da Automotive News. OOOO Dirá como se tornar fornecedor das grandes marcas. OOOO Se não for em apertado terno vermelho, um de seus registros, irá monocromático com enormes lapelas … também de sua criação. OOOO Não passa despercebido. OOOO

O bem resolvido porta malas do Fiat Cronos

Fazer porta-malas em automóvel três volumes derivado de hatch, exige artes. Razão simples. Parte mais cara do automóvel é a base, ou plataforma. E por questões de custo e de processos industriais deve-se utilizar plataforma nuclear permitindo, com pequenas alterações, gerar versões para aplicações diversas. É o caso, por exemplo, dos carros de dois volumes, usualmente terminados por uma porta traseira, atendendo a universal denominação de hatch, e os de três volumes, os sedãs.

Na prática, parece simples, e o é para veículos sem compromisso estético, quando vistos de perfil expõem visualmente parecem ter sofrido solda extensa acrescendo chapas moldadas em forma de porta malas.

Fazer três volumes sem lembrar hatch dois volumes é um tira teima.

O Fiat Cronos é particularmente feliz neste aspecto. Projetado no Brasil, vale-se apenas da parte frontal do Argo, com quem divide boa parte da plataforma. Pequeno aumento na distância entre eixos, novo teto, traços particulares em para lamas e capô, dão personalidade a seu traço.

Outro aspecto de bom resultado é a disposição e a capacidade do porta malas, cabendo a 525 litros, muito bom e capaz de absorver bagagem familiar em viagens e passeios. Para aumentá-lo, os bancos traseiros se rebatem em três partes para compor bagagens desacorçoadas e um passageiro.

Porta malas do Cronos: bom e bonito
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