Roberto Nasser: o homem do carro
"Jamais conheci um personagem tão rico em símbolos. José Roberto Nasser, figura única em nosso meio automotivo"
"Jamais conheci um personagem tão rico em símbolos. José Roberto Nasser, figura única em nosso meio automotivo"
Jamais conheci um personagem tão rico em símbolos. José Roberto Nasser, figura única em nosso meio automotivo, e que “passou” nesta madrugada enquanto dormia, em sua casa, em Brasília, poderá ser lembrado de diversos modos particulares.
1. O fundador da Federação Brasileira de Veículos Antigos.
2. O curador do Museu do Automóvel de Brasília.
3. O homem da gravata-borboleta.
4. O sujeito mais afável que havia na palavra dita.
5. O mais ferino na escrita.
6. O único texto do nosso meio a adotar mesóclises.
7. O idealizador da portaria da placa preta aos carros antigos.
8. Da que permite importar carros acima de 30 anos.
9. Ou da que isenta carros com 20 anos a pagarem IPVA.
10. O mais apaixonado, dentre milhares de mais apaixonados, por Alfa Romeo.
Tenho dezenas de passagens inusitadas com ele, as quais guardarei com carinho e saudade. Mas me permito relembrar a primeira. Estreava no setor, como estagiário da extinta Autolatina, em 1989, quando participei de meu primeiro lançamento, o Ford Verona.
Diz o Nasser, na coletiva: “Presidente, eu quero perguntar-lhe se a escolha do nome desse carro passou por alguma clínica com clientes do Planalto”. Diante da perplexidade de Luis Carlos Mello, Nasser emendou “Verona é nome de sapatão em Brasília, presidente. Isso não vai dar certo…”
Ah, esqueci.
11. Nasser subverteu a lógica usual do carro do homem. Ele definitivamente será lembrado como O HOMEM DO CARRO. Descanse em paz, amigo.
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Zé Roberto foi meu vizinho por alguns anos aqui na QI-21 no Lago Sul em Brasilia, lamento seu passamento.
A casa dele na sala não tinha moveis, tinha Ford Bigode bem no centro e uma Bomba de Combustível (das bem antigas).
Sempre que eu recebia uma visita, levava (com consentimento do Zé) para ver o carro e a bomba, e aquele papo gostoso, sobre carros antigos.
Eu tinha um Opala meio velho e pedia a ele pra entrar para o Clube, ele diz: “Valdir o clube é de carro antigo e não de velho”
Minhas condolências á sua família, em especial à sua esposa.