Salão de Munique de 2021: carros elétricos dão o tom
O Salão de Munique é o primeiro grande salão realizado presencialmente desde o início da pandemia do Covid-19; o centro das atenções foram os elétricos
O Salão de Munique é o primeiro grande salão realizado presencialmente desde o início da pandemia do Covid-19; o centro das atenções foram os elétricos
IAA é o nome do principal salão do automóvel da Alemanha, que por anos foi realizado em Frankfurt. O evento foi suspenso em 2020 devido à pandemia do Covid-19 e retornou agora em 2021, sendo realizado em Munique.
Esse é o primeiro salão europeu realizado presencialmente desde o início da pandemia e abriu para o público nesta segunda (7) e seguirá o até o dia 15 de setembro.
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Começando pela startup alemã ACM, que apresentou um carro de produção projetado para ser utilizado em frotas ou de forma compartilhada. O City One é um carrinho elétrico urbano desenvolvido com o auxílio da Magna.
O que chamou nossa atenção nesse carrinho foi o projeto inteligente: a carroceria é modular e pode ser transformada em uma van, o carro pesa apenas 950 kg e os módulos da bateria podem ser substituídos com facilidade e carregados fora do carro.
Esses módulos de baterias tem o formato e o tamanho de uma valise. Quando o carro está descarregado é só trocar as baterias por outras carregadas em um processo que leva 3 minutos. Uma carga completa leva 5 horas em um carregador especializado e 8 horas em uma tomada doméstica.
A autonomia do carro é de 240 km e pode ser estendida para 360 km com a caixa de baterias no teto, que é opcional. Na cabine desse carro de 3,60 m cabem cinco adultos e o porta-malas possui 400 litros de capacidade. O ACM City One chega às lojas europeias para concorrer com o Dacia Spring, o Kwid elétrico.
Diferente de suas rivais, a Audi não apresentou carros de produção no salão de Munique. O seu destaque foi o conceito Grandsphere, que adianta o futuro do seu topo de linha A8. Mas não espere que o A8 fique assim num futuro próximo, esse conceito mira mais longe.
O Grandsphere é um conceito à moda antiga, com soluções bastante futuristas e um interior minimalista. O carro é pensado para ser autônomo e esconde o volante e os pedais quando está dirigindo sozinho.
O interior vira uma ampla sala de estar e o destaque passa a ser os passageiros da dianteira, não os da traseira como é costume nos carros de luxo. No console central existe uma geladeira com capacidade para uma garrafa. Onde ficaria, o painel existe um painel de madeira onde as informações são projetadas
A BMW utilizou o salão para apresentar a versão atualizada do SUV elétrico iX3. As mudanças acompanham a linha 2022 do X3 com motor à combustão, com faróis e lanternas novos, grade (falsa) maior e a nova central multimídia com tela maior. Mecânica e baterias não foram alterados.
Outra novidade de produção da BMW foi o iX5 Hydrogen, uma versão com célula de combustível de hidrogênio do SUV X5. Essa versão se diferencia visualmente pelos diversos detalhes em azul. Movendo esse SUV grande está o motor do elétrico iX, produzindo 374 cv.
Mas no lugar do conjunto de baterias do iX está a pilha de combustível e o tanque de hidrogênio. A vantagem dessa tecnologia em relação aos elétricos por bateria é poder ser abastecido rapidamente como um carro à gasolina. A desvantagem fica por conta da rede de postos de hidrogênio, que é pequena até na Europa.
A divisão esportiva da espanhola Seat virou uma divisão de elétricos. No salão de Munique foi mostrado o Cupra UrbanRebel, um conceito esportivo inspirado nos carros de time attack e subida de montanha.
Por baixo desse conceito está uma prévia de um hatch de produção da Cupra, que deverá ser lançado em 2025. O carro será montado na plataforma MEB, a arquitetura modular específica para elétricos que estreou na linha ID da Volkswagen.
O conceito UrbanRebel faz jus a sua aparência com um powertrain elétrico que produz 339 cv e pode gerar picos de 435 cv por curtos períodos, como em um overboost dos motores turbo. Será que isso poderia ser chamado de overclock?
A aceleração do conceito de zero a 100 km/h é realizada em apenas 3,2 segundos, melhor que qualquer outro hatchback de produção. Infelizmente a versão de produção será bem mais mansa e será também o carro de entrada da Cupra.
A Dacia levou ao salão uma nova variação do Logan. O Jogger é o sucessor da minivan compacta de sete lugares Lodgy. O carro novo vem sendo chamado de crossover para fugir da imagem familiar das minivans.
O estilo é mais “musculoso,” trazendo para lamas mais destacados como os do Duster e molduras pretas nas caixas de rodas, para-choques e saias laterais. O Jogger também deve suceder à perua do Logan, a MCV.
No primeiro momento essa minivan será oferecida apenas com o motor 1.0 TCe turbo de 110 cv e cambio manual de seis marcha. Uma versão híbrida está nos planos e foi alardeada como “o híbrido de sete lugares mais barato do mercado.”
Os alemães da Mercedes-Benz decidiram usar o salão de Munique para apresentar muitas novidades. Começando pelos modelos de produção temos o EQB, que é uma versão elétrica do SUV de sete lugares GLB.
Diferente de outros modelos da família EQ, o EQB não é feito em uma arquitetura dedicada a elétricos e usa uma versão modificada da plataforma do GLB. Ele será oferecido nas versões 300 e 350, ambas com tração integral e 419 km de autonomia no ciclo WLTP. O SUV vem mirando no Tesla Model Y e traz o acabamento e os sete lugares como Trunfo.
Subindo mais alguns degraus na linha de elétricos da Mercedes tem o novo EQE. Esse modelo novo seria um equivalente elétrico do Classe E e também chegará ao mercado com um Tesla na mira, dessa vez o topo de linha Model S.
Assim como ocorre no EQS, o novo EQE conta com estilo mais aerodinâmico e futurista que os sedãs tradicionais da marca. Por dentro é utilizado o conceito de tela flutuante do Classe S, com um acabamento prateado com várias estrelas de três pontas compondo o resto do painel. A gigante tela MBUX Hyperscreen do EQS será opcional.
Falando em EQS, o topo de linha dos elétricos da Mercedes ganhou uma nova versão. Se trata do primeiro AMG elétrico da linha EQ, o EQS 53 4MATIC+. A forma mais fácil de identificar o modelo é pela grade com frisos verticais.
Os motores elétricos combinados produzem um total de 658 cv na versão base e 761 com o pacote Dynamic Plus. O torque de 104 kgfm na versão mais potente nos faz lembrar dos modelos 65 AMG com motor V12 biturbo, famosos pelo alto torque.
A aceleração de zero a 100 km/h é feita em 3,4 segundos, a velocidade máxima fica limitada em 250 km/h. Quem escolher a versão AMG terá que lidar com uma autonomia mais baixa, entre 526 e 580 km no ciclo WLTP. O EQS comum podia chegar a 770 km.
O Classe S tradicional também ganhou uma nova versão de topo no salão. A novidade é a S 680 Guard 4MATIC, seguindo a tradição de oferecer uma versão blindada de fábrica para executivos e políticos se sentirem mais seguro sem perder o luxo do Classe S.
A blindagem é certificada para resistir até a explosivos, recebendo nota máxima em proteção de teto, assoalho e lateral por entidades especializadas em blindagens. Um sistema eletro-hidráulico auxilia na abertura das portas por causa do peso extra. E os vidros mais grossos contam com um sistema hidráulico de fechamento para emergências.
Caso os malfeitores tentem atacar o sedã com bombas de gás ou até mesmo com fogo, o carro possui um sistema de ar fresco de emergência para proteger os ocupantes. Para mover esse tanque de guerra está o motor V12 6.0 biturbo de 620 cv
O jipe Classe G nasceu como um veículo militar e entrou em produção para o serviço pesado. Nos anos 90 uma versão atualizada e com acabamento de luxo foi lançada enquanto o modelo de trabalho continuou como G Professional.
O G Professional saiu de linha com o lançamento da nova geração do G em 2018. O nome Professional voltou ao jipão nesse salão de Munique, para a alegria de quem queria um Classe G mas não pelo luxo.
No lugar de ser um modelo separado, o Professional virou um pacote de opcionais e uma linha de acessórios que pode ser aplicado às versões não-AMG do utilitário. O pacote inclui rodas de 18 polegadas com pneus fora de estrada, para-barros, proteções para faróis e lanternas, rack de teto reforçado, escada para acessar o rack e suporte de estepe exclusivo.
Por dentro não existe mais a simplicidade do antigo G Professional, o interior luxuoso é igual ao do resto da linha. Os atributos para trilhas como o chassi do tipo escada, eixo rígido na traseira, tração 4×4 e bloqueio dos três diferenciais são comuns ao resto da linha.
Para o futuro do Classe G a Mercedes reserva o conceito EQG. Esse conceito pode ser chamado, de grosso modo, de um Classe G elétrico. Essa definição não está errada, a carroceria é idêntica e se difere apenas pelos diversos detalhes iluminados me LED e pela “mochila” quadrada no lugar do estepe.
Por baixo da carroceria está o mesmo chassi do tipo escada do Classe G, mas levando baterias entre as longarinas. As rodas de 22 polegadas possuem desenho similar a dos novos carros da AMG. A Mercedes diz que o EQG será mais rápido que o G63 AMG, que é equipado com um V8 bitrubo.
Esse conceito com toda pinta e especificações de carro de produção não tem a estreia programada para 2024.
Assim como a Audi, a Porsche apresentou no salão um conceito que mostra a rota para o futuro da marca. O Mission R é um cupê de corrida que traz a nova identidade visual da Porsche e pode dar uma amostra de como poderá ser a próxima geração do Cayman.
Movendo esse conceito está um powertrain elétrico com um motor para cada eixo. A potência combinada é de 1.088 cv em modo de qualificação e 634 cv no modo de corrida. Os dados de desempenho divulgados fora a aceleração de zero a 100 km/h em 2,5 segundos e a velocidade máxima de 300 km/h.
As baterias são projetadas para corridas, por isso recebem refrigeração a óleo e a carga dura cerca de 30 minutos de corrida. Graças a um carregador de 900 volts elas podem ser carregadas de 5% a 80% em 15 minutos.
O último conceito da Porsche a levar o nome Mission foi o Mission E, que previu o estilo do elétrico Taycan. Portanto, não se espante se em um futuro próximo a Porsche lançar um esportivo de produção com o estilo do Mission R.
Há anos que rumores de uma nova Kombi rondam as publicações automotivas. Esses rumores estão próximos de se tornarem realidade, a Volkswagen já havia confirmado a produção do conceito ID. Buzz. No salão de Munique ela levou um protótipo autônomo dessa Kombi moderna.
O protótipo foi desenvolvido em parceria com a Argo AI e utiliza tecnologia de ponta para enxergar o mundo: um radar de laser (lidar) capaz de detectar objetos a uma distância de 400m e várias câmeras para auxiliar. O lidar é capaz de detectar até um único fóton de luz, ou seja, funciona até com superfícies escuras com baixa capacidade de refletir luz.
A Volkswagen planeja colocar a Kombi elétrica e autônoma do futuro para trabalhar em um serviço de carona compartilhada em Hamburgo já em 2025. Testes em vias públicas começarão em breve de acordo com a Argo AI.
A segunda novidade da Volkswagen foi um sucessor espiritual elétrico do Fusca. O conceito ID. LIFE adianta como será o carro elétrico de entrada da marca alemã. O estilo retilíneo tem um ar retrô mas não possui uma inspiração específica.
O conceito possui um teto removível de tecido feito com garrafas PET recicladas, já o acabamento da pintura usa um verniz com lascas de madeira para dar o tom. O interior do conceito é minimalista e conta com um banco inteiriço na dianteira.
A versão de produção deverá chegar em 2025 e será feita na arquitetura MEB. O ID. LIFE deverá ser o primeiro carro de tração dianteira dessa plataforma. Esse conceito poderá também inspirar novas versões menos arredondadas da linha atual de elétricos da VW.
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