Sega Rally de verdade a bordo da L200 R do Sertões 2023
Largamos o joystick e assumimos o volante de uma Mitsubishi L200 Triton Sport R, homologada para correr o Rali dos Sertões
Largamos o joystick e assumimos o volante de uma Mitsubishi L200 Triton Sport R, homologada para correr o Rali dos Sertões
Um dos grandes baratos de escrever e produzir conteúdos sobre automóveis é o fato de sempre poder guiar um veículo fora do cotidiano. Seja um caminhão pesado, um supercarro, um antigo ou até mesmo um carro de competição.
E como adoro games de carros, sempre tento relativizar essas máquinas com seus similares digitais. Recentemente tive a oportunidade de vivenciar uma experiência peculiar. Pilotei e naveguei um carro de rali.
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Eu já tinha sido passageiro em outras duas oportunidades e pude sentir como é atravessar trilhas como se um vulcão estivesse cuspindo lava atrás do carro. Mas pilotar e navegar nos tira da condição de mero observador.
Pude pilotar a Mitsubishi L200 Triton Sport R, versão de fábrica homologada pela CBA para competições de rali e que participa da categoria T2 do Rali dos Sertões. A picape, que pode ser encomendada por R$ 350 mil, utiliza o mesmo chassi e carroceria das versões convencionais, mas remove o assoalho da caçamba, assim como a tampa traseira.
O estofamento e equipamentos convencionais também foram removidos. Não há revestimento de carpete ou mantas acústicas na cabine. Tudo para reduzir peso. Por outro lado há uma robusta gaiola e dois bancos de competição.
Eles são rígidos e não contam com ajustes lombares. São aparafusados na estrutura. O ajuste é feito para a medida o piloto. O cinto de segurança é de cinco pontos. Ele mantém tronco e quadril fixos ao banco.
A instrumentação é de competição. A picape não conta com vidros elétricos ou multimídia. Mas recebeu equipamentos de navegação, rádio e pontos de áudio para os capacetes do piloto e navegador. Detalhe, o ar-condicionado foi preservado para o alívio da dupla.
O motor da L200 Sport R é o mesmo 2.4 turbodiesel das demais versões. No entanto, a o potência foi elevada para 225 cv e o torque subiu para 51,2 kgfm.
A transmissão automática de seis marchas deu lugar a uma caixa manual. A embreagem é dura. E a recomendação é nunca mover a alavanca do trambulador sem ter a certeza de que o pé esquerdo pressionou o pedal ao máximo.
Afinal, é muito torque saindo do volante do motor e a troca tem que ser certeira para não comprometer as relações. A tração é 4×4 e suspensão também recebeu componentes de competição para suportar os impactos dos obstáculos e garantir estabilidade e durabilidade em terrenos acidentados.
Ao volante, foi impossível não lembrar os incontáveis games de rali que joguei e jogo regularmente. Se na adolescência a máquina de “Sega Rally” me enfeitiçou e completar uma etapa em “Dirt Rally 2.0” é um breve momento de orgulho, me posicionar diante do volante da L200 R era bem diferente que estar esparramado no sofá.
Quando um dos mecânicos ligou o rádio do capacete e ouvi a voz do navegador, me dei conta de que o “bagulho era sério”. Partida, pedal da (pesada) embreagem no fundo, primeira e partimos sem trancos.
Primeira orientação foi do trecho de velocidade limitada, uma área segura. Paramos diante do cronômetro que marcaria minha largada. Com o cronômetro faltando menos de 10 segundos, recebi a ordem para engatar a primeira e segurar na embreagem.
No zero, partimos. Na minha primeira pilotagem a sanidade me dizia para não tentar quebrar o recorde do dono do traçado, o piloto Guiga Spinelli, que treinou com seu protótipo L200 T1 para correr o Rali dos Sertões.
Mas ao mesmo tempo não queria parecer que carregava um pudim de leite no colo. Dei motor e comecei a obedecer as instruções do navegador. Curva a direita, esquerda, fecha, lombada, pedra e com as instruções seguia o caminho sem nenhum tipo de imprevisto.
Mesmo assim, o traçado esconde surpresas, irregularidades que podem comprometer a estabilidade em uma curva. Trechos de baixa aderência fazem com que a leve traseira se solte. É preciso ser rápido para corrigir, saber a hora de soltar o acelerador e dar pedal novamente.
No final deu tudo certo. Foram alguns poucos quilômetros que passaram rápido como uma ficha de “Sega Rally”. Mas foi uma das experiências mais legais que já tive. Foi como um videogame, mas com muita poeira, suor e sem o botão do “reset”.
Outro dia vou contar como foi trocar de lugar e me tornar o navegador. Mas fica para outro dia.
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