Quando Senna e Mansell duelaram nos videogames
Ayrton Senna, Nigel Mansell, Aguri Suzuki e até Satoru Nakajima assinaram games de Fórmula 1, numa moda que teve início em 1992
Ayrton Senna, Nigel Mansell, Aguri Suzuki e até Satoru Nakajima assinaram games de Fórmula 1, numa moda que teve início em 1992
Na última coluna, falamos sobre as homenagens feitas a pilotos como Ayrton Senna, Ken Block, Colin McRae e Michael Schumacher nos games. E puxar a memória voltei ao ano de 1992, quando foram lançados vários games sobre a Fórmula 1, cada um assinado por um piloto.
Bem diferente dos games da F1 atuais, que contam com as escuderias, pilotos, traçados e patrocinadores atualizados, naquela época era tudo um tanto mambembe. Isso porque o licenciamentos e direitos de imagem ainda estavam engatinhando.
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Assim, os games da Fórmula 1 daquela época tinham um piloto para estampar a capa e aparecer em algumas das artes internas. O interesse pelos jogos de corrida tinham relação direta com a popularidade de Ayrton Senna, principalmente entre os japoneses.
Beco era (e continua sendo) idolatrado por lá. E não era para menos, entre 1988 e 1991, Senna e Prost protagonizaram duelos que valeram títulos no GP do Japão, em Suzuka.
E a indústria de games viu que poderia aproveitar o interesse pela categoria, mas ao invés de games genéricos, levar um pouco da Fórmula 1 para a sala de TV, com os astros assinando os jogos. Confira alguns desses games.
Depois de conquistar dois campeonatos consecutivos, o tricampeão Ayrton Senna era a cara da Fórmula 1. Adorado pelos japoneses, a Sega viu a oportunidade de faturar com a imagem do piloto.
A fabricante de consoles e produtora de jogos queria a todo custo provar que o Mega Drive poderia competir contra o Super Nintendo. E precisava de um nome forte. Senna era perfeito, pois era amado no Japão, um verdadeiro herói.
Ela convidou o piloto para assinar a continuação de “Super Monaco GP”, game que nasceu nos fliperamas, mas ganhou popularidade no Mega Drive. Em 17 de julho de 1992, a Sega lançava “Ayrton Senna’s Super Mônaco GP II”.
O game reproduzia o campeonato de 1991, com traçados muito próximos dos circuitos do calendário. O jogo ainda trazia diferentes modos de desafio e as aparições de Senna se resumiam a fotos do piloto e breves animações.
O game foi uma grande jogada de marketing e ajudou a criar um vínculo com a Sega com a competição. Sonic se tornou um garoto propaganda na categoria, com direito ao troféu do GP da Europa de 1993, vencido por Senna, e até sua imagem estampada na carenagem da Williams de Nigel Mansell.
Se Senna era o piloto do Mega Drive, Nigel Mansell se tornou o corredor do Super Nintendo. Em 1992, a Gremlin Graphics lançou “Nigel Mansell’s World Championship Racing” para Amiga e Super NES.
O game também reproduzia o circo da Fórmula 1, como em “Super Monaco”. Inclusive trazia visão do cockpit. O jogo tinha um quê de carbono do game da Sega, mas primava pela ótima qualidade visual. O game ainda trazia pilotos e circuitos da temporada.
Mas o que elevou a moral do game não foram seus quesitos técnicos, mas o que o Leão fez nas pistas. Mansell venceu o mundial daquele ano. O inglês fez uma temporada impecável, com seu Williams equipado com a famosa suspensão ativa.
A carreira do japonês Aguri Suzuki, na Fórmula 1, se resumiu a um único e singelo pódio, num total de 65 largadas. Mas nem por isso, ele teve sua história jogada numa poça de óleo dos boxes.
Em 14 julho de 1992, a Genki finalizou “Aguri Suzuki F-1 Super Driving”, com edições para Super Nintendo e Game Boy. Ao contrário dos jogos de Senna e Mansell, a visão era externa, como nos jogos de corrida dos anos 1980.
O game trazia carros com as cores dos monopostos da época e chamava a atenção pela dificuldade. Manter o carro na pista e segurar nas curvas demandava muito treino.
Além de Senna e Mansell, outro corredor japonês que também não conseguiu sucesso na Fórmula 1, mas ganhou seus game foi Satoru Nakajima. Publicado em 1992, “Nakajima Satoru Kanshū: Super F1 Hero” foi lançado para Super Nintendo.
Esse game buscava elementos realistas, com ajustes dos carros (que eram inspirados nos fórmulas da época), uma série de opções e recursos que prometiam um game sofisticado.
Mas o jogo pecava bizinhamente na hora da largada. O game tinha comandos imprecisos e visual rudimentar. Manter o controle do carro também era algo pouco prático. Elementos que faziam dele um game inferior aos demais de sua geração.
Se “F1 Super Hero” era ruim, pior foi “Nakajima Satoru Kanshū F1 Super License”, publicado para Mega Drive, em dezembro daquele ano. Com visão tipo Top View, era um game abaixo da crítica.
A cada corrida, o jogador recebia instruções “valiosas” do velho Naka. Isso explica muita coisa, afinal de que adianta os conselhos de quem nunca viu um pódio depois de 65 largadas? Antes fossem dicas de Ayrton Senna ou do Leão!
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