[0 km x usado] Strada Adventure CD 0km x S10 LTZ 2.5 Flex 4×2 2015

Por cerca de R$ 80 mil as duas picapes sucesso de vendas podem ir para a garagem - ou para o sítio - com propostas diferentes

comparacao s10 strada
Por Fernando Miragaya
Especial para o AutoPapo
Publicado em 20/07/2018 às 16h45
Atualizado em 20/07/2018 às 18h32

Picapeiro geralmente curte modelos robustos e com visual incrementado. Tais características podem ser encontradas em diferentes tamanhos de picapes. Nas compactas, a versão Adventure da Strada apela para os apetrechos lameiros, além da altura elevada, pneus de uso misto e boa carga útil, sem abrir mão de comportamento de carro de passeio. Por isso, é a que mais tem saída dentro da linha da picape mais vendida do país. Pelo mesmo preço do exemplar 0 km da Fiat, porém, há a opção da Chevrolet S10 com motor flex. É espaçosa, encara melhor o fora de estrada e tem bom recheio em sua versão topo de linha LTZ, só que com três anos de uso.

Desempenho e prazer ao dirigir

Strada S10
2 ★★☆☆☆ 4 ★★★★☆

São dois mundos bem diferentes. A Strada topo de linha usa o motor 1.8 16V E.torQ de 132/130 cv, que vibra mais do que entrega força nas saídas de semáforo. Até parece que vai bem na primeira pisada no acelerador, mas o desempenho é prejudicado pelo câmbio manual de cinco marchas mal escalonado nas primeiras relações e com alavanca de curso esponjoso e engates ruins. Só mesmo na estrada acima de 70 km/h é que o modelo embala. Nas retomadas, é preciso reduzir pelo menos umas duas marchas para não ficar na mão na hora de ultrapassar o caminhão, pois o torque só desperta acima das 4.000 rpm.

Strada Adventure ou S10 2015, ambas na faixa de 80 mil
Fiat Strada

A linha 2015 da S10 estreou o motor 2.5 flex Ecotec com injeção direta e bastante disposição. Os 206/197 cv dão conta de transportar as mais de 2 toneladas da picape média com certa agilidade. Para isso, é preciso lidar com o câmbio manual de seis velocidades trazido das versões a diesel, só que com relações mais longas. Deve-se esticar bem as primeiras marchas, pois não se trata de um modelo leve, e ter atenção na terceira, difícil de engatar na alavanca com curso inevitavelmente longo. O mesmo acerto da transmissão garante boas retomadas, com força logo acima das 3.000 rpm.

Strada Adventure ou S10 2015, ambas na faixa de 80 mil
Chevrolet S10

Segurança

Strada S10
2 ★★☆☆☆ 4 ★★★★☆

A picape pequena da Fiat é um projeto antigo, que usa a base do primeiro Palio, de 1996. O acerto dinâmico é interessante em estradas retas, mas a direção com assistência hidráulica mantém certa leveza em altas velocidades e o modelo pede correções de trajetória. Nas curvas, com a caçamba vazia, há aquela jogada de traseira que incomoda. É bem carente em equipamentos de segurança: só tem os obrigatórios ABS e airbag duplo, além de câmera de ré e repetidores de setas nas laterais.

A S10 LTZ, por sua vez, vem – felizmente – com controles de estabilidade e tração. Apesar de essa segunda geração ter rigidez superior ao primeiro modelo, é uma picape média montada sobre chassis de longarinas de aço, o que a faz sambar leve em algumas curvas e passar sensação de oscilação em velocidades mais altas. Mesmo assim, a direção com assistência elétrica deu mais firmeza e segurança na estrada, assim como os coxins de fixação do chassi melhoraram o comportamento nos trechos de serra. Ao mesmo tempo, a versão também era equipada com controle de descida, assistente à partida em rampas, sensor de estacionamento traseiro, regulagem de altura dos faróis e repetidores de setas. Mas devia airbags além dos frontais obrigatórios e câmera de ré.

Espaço interno e conforto

Strada S10
3 ★★★☆☆ 3 ★★★☆☆

O empate se dá pelos extremos. Claro que a picape compacta da Fiat terá menos espaço. Motorista e carona ficam com pernas e ombros na medida do segmento. Os banquinhos extras são para crianças ou para acomodar bolsas. Apesar de a terceira porta facilitar o acesso, adultos de estatura mediana ficam claustrofóbicos devido ao teto baixo e à pouca largura. Em contrapartida, a suspensão trabalha bem, mesmo com a caçamba vazia, e isola os buracos, o que a credencia para aquelas escapadinhas por estradas de terra civilizadas. O isolamento acústico é apenas aceitável e o acabamento correto da Adventure traz um monte de detalhes para disfarçar o domínio do plástico rígido.

A S10 tem mais espaço, com até três adultos viajando bem no banco de trás. O problema ali é a inclinação do banco, apesar de ser melhor que da primeira geração, mas que ainda força bem a coluna dos ocupantes. Na frente, motorista tem bom vão para pernas e ombros, sem a necessidade de articular demais os joelhos. Vazia, a S10 sente bem as oscilações do asfalto e, dependendo dos buracos, vai sacolejar bastante o pessoal do banco traseiro. Porém, é parruda para trechos mais acidentados fora de estrada. O isolamento acústico deixa a desejar e o acabamento é só correto: merecia materiais nobres além da moldura preto brilhante que disfarça o plástico no console central do painel.

Chevrolet S10 2015

Equipamentos

Strada S10
2 ★★☆☆☆ 3 ★★★☆☆

A Adventure é a mais cara da linha Strada, mas isso não é garantia de bom recheio. Recebe ar-condicionado, trio elétrico, computador de bordo, chave tipo canivete, banco do motorista e volante revestido de couro com ajuste de altura, tapetes de borracha e janela traseira corrediça com grade. O apelo visual é mais forte, com rodas de liga leve com aros de 16”, capota marítima, proteção de caçamba, grade frontal cromada, estribos laterais e faróis de neblina. A central multimídia da Mopar é bem completinha, com GPS, câmera de ré, TV digital, USB e Bluetooth.

A S10 é algo mais generosa. A LTZ era equipada basicamente com os mesmos itens que a Strada, mas o ar é automático, o revestimento interno de couro e o banco do motorista tem ajustes elétricos. As rodas usam aros de 17”, enquanto, a central MyLink não tem TV nem câmera traseira.

Desvalorização

Strada S10
3 ★★★☆☆ 3 ★★★☆☆

As duas picapes têm boa liquidez, mas a desvalorização é acentuada. No caso da Adventure, a perda é de 10,1% após o primeiro ano de uso. Na S10 2015, a depreciação é alta para um seminovo e chega a 8,8%, já que a linha 2016 recebeu uma reestilização, o que impacta diretamente o modelo do ano anterior.

Manutenção e pós-venda

Strada S10
3 ★★★☆☆ 2 ★★☆☆☆

Para uma compacta a Strada tem revisões dispendiosas na lógica do segmento. Até os 60.000 km as visitas com preço fixo somam R$ 4.144. Nas peças, os valores são condizentes. O farol dianteiro custa R$ 556, a lanterna traseira sai por R$ 357 e o jogo com quatro amortecedores tem preço de cerca de R$ 1.100.

A S10 obviamente terá manutenção e peças mais caras, mas um aspecto a favor é que a Chevrolet tem revisão com preço fixo após a de 60.000 km. Desta forma, as seis visitas à revenda (de 30.000 km a 80.000 km) chegam a um interessante total de R$ 5.288. Os componentes, contudo, são bem salgados: R$ 3.441 pelo farol, R$ 1.030 pelo retrovisor e mais de R$ 2.000 pelos quatro amortecedores.

Consumo

Strada S10
2 ★★☆☆☆ 1 ★☆☆☆☆

Os dois modelos têm performance sofrível nesse quesito. Segundo o Inmetro, a Strada Adventure manual faz médias sofríveis com etanol de 6,7 km/l na cidade e de 7,5 km/l, na estrada. Com gasolina, chega a 9,6 km/l no ciclo urbano e a 11,0 km/l, no rodoviário, notas D na categoria e C, no geral. A picape da GM vai pedir visitas ainda mais constantes ao posto de combustível. Médias de 4,9 km/l e de 5,5 km/l com álcool e de 7,2 km/l e 8,2 km/l, com gasolina. Notas C e E.

Caçamba

Strada S10
3 ★★★☆☆ 4 ★★★★☆

Apesar de pequena e com cabine dupla, a caçamba da Strada é bem aproveitada e tem capacidade para 680 litros. Além disso, oferece boa capacidade de carga de 650 kg, números superiores a sua única rival com cabine dupla, a Saveiro Cross. A S10 tem um latifúndio de 1.570 litros, mas a carga útil é de 873 kg – tem bem mais volume que a Ranger XLT 2.5 4×2 e que a Hilux SV 2.7 4×2, mas perde feio em capacidade de carga para o exemplar da Ford (1.255 kg).

Veredicto

Strada 20 S10 24

A S10 se impõe pelo tamanho. Na comparação fria, é uma picape que oferece muito mais em espaço, desempenho e capacidade. Para quem curte esse tipo de veículo e gosta de pegar uma estrada de terra, ou que precisa de um veículo para transporte de carga, é ótima opção. Porém, cobra a conta na manutenção e no consumo, além de ser um problema para estacionar em grandes cidades. Já a Strada é apertada por dentro, mais aconselhada para solteiros ou casais sem filhos, mas não sofre do problema de achar vaga devido às dimensões enxutas. Além disso, oferece comportamento de carro de passeio, permite aquela escapada até a estrada de terra inocente e tem capacidade que, dependendo do tipo de carga, atende bem.

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1 Comentário
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Nivaldo Cardoso Gonçalves 20 de julho de 2018

Adorei a nova dpin

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