Em 1995, a Subaru colocou fim à dobradinha entre Lancia e Toyota que perdurava desde a temporada de 1987 e fez do Impreza um ícone
Em 1995, a Subaru alcançou seu primeiro título no Campeonato Mundial de Rali (WRC) com o Impreza 555. E como todo esporte, o automobilismo combina precisão, técnica e uma dose generosa de romantismo. Dois anos anos antes, a Prodrive (que preparava os carros da equipe da Subaru World Rally Team) decidiu trocar o grandalhão Legacy pelo Impreza. Menor e mais leve, o que lhe garantia melhor relação peso/potência, o modelo se mostrou mais dinâmico para a competição. A combinação do motor boxer 2.0 turbo com a tração 4×4 fez dele um carro extremamente competitivo.
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Além da consagrar a marca japonesa, a temporada de 1995 também escreveu o nome de Colin McRae na história do automobilismo. O escocês voador foi o primeiro britânico a conquistar o título de pilotos, ao somar 90 pontos, cinco a mais que seu companheiro de equipe, o bicampeão espanhol, Carlos Sainz. Era a consagração completa para McRae, que já tinha vencido dois títulos do Campeonato Britânico de Rali, pela Subaru, nos anos de 1991 e 1992.
Após a extinção do Grupo B em 1986, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) reformulou o regulamento do WRC, priorizando carros derivados de modelos de rua. Desde então, a competição foi marcada por forte competitividade entre fabricantes como Toyota, Ford, Mitsubishi e Subaru. Dentro desse contexto, o Impreza 555 surgiu como a principal aposta da marca japonesa, em parceria com a preparadora britânica Prodrive. E a partir das soluções desenvolvidas para o WRC, a Subaru traçou os parâmetros do Impreza WRX STi, que se tornou um dos carros esportivos japoneses mais cobiçados dos anos 1990.
O Subaru Impreza 555 foi desenvolvido pela Prodrive, parceira britânica da marca. Equipado com motor boxer 2.0 turbo e tração integral, o carro se destacou pela robustez e desempenho em diferentes tipos de terreno. O conjunto se beneficiava da distribuição de peso baixa e da confiabilidade mecânica, elementos decisivos para a regularidade ao longo da temporada. A unidade entregava cerca de 300 cv e 48 kgfm de torque, combinado com caixa manual de cinco marchas. A transmissão sequencial só entraria em uso na competição em 1997, com o Impreza WRC.
O espanhol venceu a primeira etapa, no Rali de Monte Carlo, enquanto o escocês precisou abandonar. Na segunda etapa, na Suécia, nenhum dos dois conseguiu finalizar, deixando a vitória para Kenneth Eriksson, que venceu em casa com seu Mitsubishi Lancer EVO II.
Em Portugal, Sainz venceu novamente e McRae conseguiu o primeiro pódio da temporada, com o terceiro lugar. Na etapa da França, o escocês terminou em quinto e colega em quarto.
A sorte mudou no Rali da Nova Zelândia, com a primeira vitória do escocês naquele ano. Sainz não correu a prova (decisão que lhe custou o título). Depois disso, McRae terminou em segundo lugar na Austrália e Espanha. Ele fechou a temporada com a vitória do Rali da Grã Bretanha, somando 90 pontos. Sainz acumulou 85, deixando escapar a chance do tricampeonato.
A conquista de 1995 consolidou o Impreza como referência no WRC e fortaleceu a imagem esportiva da Subaru globalmente. O modelo passou a ser associado ao desempenho em ralis e ganhou versões especiais de rua inspiradas no carro de competição. O Impreza STI WRX se tornou um dos grandes esportivos entre as décadas de 1990, 2000 e 2010. Três décadas depois, o título continua sendo um marco que definiu a identidade esportiva da marca japonesa.
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