T-Cross ultrapassa Renegade e vira o SUV mais vendido do país

Os SUVs compactos (sem incluir derivações aventureiras dos hatches) atingiram pela primeira vez 24% (de participação no mercado)

volkswagen t cross 2021 visto de frente em movimento na rua
Volkswagen T-Cross foi o SUV mais vendido do Brasil em 2020 (foto: Volkswagen | Divulgação)
Por Fernando Calmon
Publicado em 29/01/2021 às 08h45

Em ano atípico de recuo de 26% nas vendas em relação a 2019, o ranking dos modelos líderes em 2020 mostrou poucas surpresas. Os modelos mais caros, nacionais e importados, sofreram menos. A única mudança entre os 16 segmentos foi a liderança do T-Cross. No segundo ano de mercado o modelo da VW ultrapassou o Renegade por apenas 1 ponto percentual e se tornou o SUV mais vendido.

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A queda entre os segmentos foi desigual. Os SUVs compactos (sem incluir derivações aventureiras dos hatches) atingiram pela primeira vez 24%. Ainda distantes da soma de subcompactos e compactos (hatches e sedã) que representam 57% do total.

Só os carros esporte e de topo tiveram crescimento de surpreendentes 51% e 35%, respectivamente. Porém, como as vendas são muito baixas, um avanço bastante forte – no caso da Porsche, 32% – distorce as estatísticas.

BMW e Chevrolet lideraram três segmentos, cada. O Série 7 atingiu o maior percentual de participação deste levantamento: 77%. Foi seguido por dois modelos da FCA: Compass e Strada, ambos com 65% do mercado. A picape da Fiat e o SUV da Jeep alcançaram sua melhor posição histórica.

O ranking tem critérios próprios e técnicos com classificação por silhuetas. Referência principal é distância entre eixos, além de outros parâmetros. O enquadramento às vezes implica dúvidas e a escolha, em pouquíssimos casos, torna-se subjetiva. Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam).

Citados apenas os modelos mais representativos (mínimo de três) e em função da importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.

Hatch subcompacto: Kwid, 48%; Mobi, 45%; up!, 7%. Líder sob ameaça.

Hatch compacto: Onix+Joy, 23%; HB20/X, 15%; Gol, 12%; Ka, 11,6%; Argo, 11,3%; Polo, 7%; Sandero/R.S./Stepway, 5%; Uno, 3,9%; Yaris, 3,8%; Fox, 3,5%; Etios, 1,5%. Onix mantém desempenho.

Sedã compacto: Onix Plus+Joy, 32%; Virtus, 11%; Ka, 9,3%; Voyage, 8,8%; HB20S, 8,7%; Cronos, 5,9%; Yaris, 5,8%; Logan, 5,%; Versa/V-Drive, 4,4%; Grand Siena, 4%; City, 2,6%; Etios, 2%. Mais folga na liderança.

Sedã médio-compacto: Corolla, 49%; Civic, 24%; Cruze, 10%. Nenhum incomoda o Corolla.

Sedã médio-grande: BMW Série 3/4, 59%; Mercedes Classe C, 24%; Volvo S6, 9%. BMW ampliou vantagem.

Sedã grande: BMW Série 5/6, 25%; Panamera, 21%; Mercedes Classe E/CLS, 20%. Luta equilibrada.

Sedã de topo: BMW Série 7, 77%; Mercedes Classe S, 16%; Jaguar XJ, 6%. Participação inigualável.

Cupê esportivo: Mustang, 55%; Camaro, 18%; BMW M2, 14%. Mustang bem firme.

Cupê esporte: 911, 49%; 718 Boxster/Cayman, 27%; BMW Z4, 13%. 911 à vontade.

SUV compacto: T-Cross, 16%; Renegade, 15%; Tracker, 13%; Creta, 12%; Kicks, 9%; HR-V, 8%; EcoSport, 6%; Duster, 5%; Nivus, 4%; Captur, 3%; C4 Cactus, 2,5%. Novo líder é o VW T-Cross.

SUV médio-compacto: Compass, 65%; ix35/Tucson, 6%; RAV4, 4%. Compass continua a mandar.

SUV médio-grande: SW4, 25%; Tiguan, 23%; Equinox, 13%. Luta apertada.

SUV grande: Trailblazer, 33%; XC90, 10%; BMW X5/X6, 9%. Trailblazer tranquilo.

Monovolume: Fit/WR-V, 59%; Spin, 39%; C3 Aircross, 2%. Fit sempre à frente.

Picape pequena: Strada, 65%; Saveiro, 25%; Montana, 5%. Strada avançou mais.

Picape média: Toro, 33%; Hilux, 20%; S10, 16%. Nenhuma ameaça ao líder.

Pandemia em alta afeta previsões

Está difícil mesmo olhar através da “neblina” em que este ano, mal começou, se transformou. Tudo dependerá da velocidade da vacinação, regressão da pandemia e consequente ritmo de recuperação da economia. Em relação a 2020, um ano de recessão, sem dúvida haverá crescimento em especial da indústria automobilística.

As previsões no primeiro mês são díspares para a aceleração de vendas totais (veículos leves e pesados): Anfavea, mais 15%; Fenabrave, 16%; GM, 25% (ou mais) e, agora, a VW, 10% a 12%.

O ano de 2021, com encolhimento da Ford, mudanças de estratégias de participação de mercado como a da Renault e as primeiras sinergias da fusão FCA e PSA que deu origem a Stellantis, deverá reacomodar as marcas.

Segmento mais rentável continuará sendo o de SUVs. O alvo da vez é o Compass que detém 65% (ver acima) na sua categoria. O modelo da Jeep terá motor turboflex, como resposta ao inteiramente novo VW Taos. O modelo, já fabricado no México, entrará em produção dentro de dois meses na Argentina com lançamento simultâneo no Brasil, no segundo trimestre.

jeep compass trailhawk
Jeep Compass detém 65% das vendas do segmento: VW terá o Taos,  posicionado entre o T-Cross e o Tiguan, como concorrente

O Taos partilha sua base mecânica com o Jetta (entre-eixos praticamente o mesmo) e terá apenas tração 4×2 (o que o torna mais leve), além de um abrangente sistema de assistência eletrônica de segurança. Chegada às concessionárias será em junho.

Planos de assinatura tendem a crescer

A Renault é a sétima marca a oferecer uma opção de uso do veículo com todas as despesas incluídas. Este sistema traz praticidade aos seus usuários.

A marca francesa optou por digitalização total do processo de assinatura pelo celular. Cliente com histórico positivo de crédito contrata o serviço em 10 minutos, segundo a empresa. Plano para um Kwid sai por R$ 879,00, em 24 parcelas mensais, tudo incluído.

Essa forma de comercialização não se trata de novidade. Locadoras e companhias de seguro já o ofereciam. Conhecido no exterior por leasing privado ficou atraente, a ponto de envolver as próprias fabricantes, por ser possível agora calcular com mais precisão a taxa de desvalorização do veículo.

Nos EUA, o leasing convencional responde por cerca de 80% das vendas. No Brasil, no começo da década passada, chegou a 4%, mas por problemas com clientes inadimplentes encolheu para 1%. Os planos de assinatura têm potencial de chegar a 4% ou mais. Em alguns países europeus, como a França, 20%.

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5 Comentários
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CASSIO VERCESI 11 de fevereiro de 2021

Quem sabe agora a Jeep – Fiat acorda e tira o jurássico motor sem torque 1.8 e coloca o moderno 1.3 turbo em toda a linha. Vamos ver se até 2.022 ela consegue se mexer.

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Hardman 5 de fevereiro de 2021

T-cross não segurar essa posição, podem guardar isso, com a chegada de novos modelos no meio do ano. São vendas diretas e principalmente PCD quem alavanca o T-cross, é a falta de opções do mercado, e nao o gosto do mercado pós-pandemia.

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Patrícia 30 de janeiro de 2021

Só não estão entregando os carros no prazo.
Falam um prazo de 60 dias e lá se vai mais de 100 dias e não dão nenhuma satisfação. Um triste descaso!

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Sergio 29 de janeiro de 2021

Tá atrasado, hein?

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Mendel Bernardes 29 de janeiro de 2021

Devagar os Tupiniquis vão aprendendo a comprar carro.

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