O designer japonês chefiou o projeto do icônico roadster e também da última geração do RX7, ele era muito querido pela comunidade entusiasta
A crise do petróleo e as leis de emissões exigentes colocaram um fim nos esportivos acessíveis durante os anos 80. Foi graças a crítica sobre esse assunto vinda de um jornalista estadunidense que a Mazda percebeu a importância de ter um carro do tipo em sua gama, que resultou no Miata.
Quando o projeto foi definido, o desenho ficou sob a responsabilidade do estúdio da marca nos EUA. O designer que criou o Miata foi o japonês Tsutomu “Tom” Matano, que chefiava esse estúdio.
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Tom Matano, apelidado como “o pai do Miata”, faleceu no último sábado (20), aos 76 anos. A causa da morte não foi revelada pela família.
Nos últimos anos ele passou a ser mais ativo nas redes sociais e começou a frequentar encontros de Mazda Miata pela Califórnia. Segundo o jornalista Jason Cammisa, que mantinha contato com Tom Matano, o japonês era uma pessoa divertida, charmosa e apaixonada por carros.
Quando a Mazda bateu o martelo sobre fazer um esportivo acessível, que ficaria abaixo do RX-7, ela pediu para seus três estúdios criarem suas propostas. Um japonês propôs um carro de motor central, aos moldes do Toyota MR2, outro também japonês fez um com tração dianteira e o da Califórnia sugeriu o roadster de motor dianteiro e tração traseira.
O vencedor foi o roadster, por evocar os modelos britânicos dos anos 60, especialmente o Lotus Elan. Esse projeto foi assinado por Tom Matano, que morava nos EUA desde 1970 e já havia trabalhado na General Motors dos EUA, na Holden australiana, na Volvo e na BMW.
Matano era o vice-presidente de design e pesquisa na filial norte-americana da Mazda. Ele ocupou esse cargo de 1983 a 1999, quando foi promovido designer executivo do fabricante a nível global.
O Mazda Miata original tinha grandes influências do Lotus Elan no estilo, com a grade que lembrava um sorriso, os faróis retráteis e o formato das maçanetas. O carro britânico também inspirou a engenharia, que buscou fazer o roadster bem leve sem elevar os custos.
Ele usava aço e outros materiais convencionais, mas graças ao projeto inteligente acabou resultando em um peso de apenas 980 kg. O Miata também tinha tração traseira e suspensão independente do tipo duplo A nos dois eixos.
Por isso, ele já conseguia divertir o condutor mesmo usando um motor 1.6 aspirado de 115 cv. Mais tarde ele ganhou um 1.8 de 135 cv, que deixou o desempenho ainda melhor.
O visual assinado por Tom Matano foi tão bem resolvido que as gerações seguintes mantiveram elementos chaves da primeira. Apenas na quarta, e atual, que houve uma ruptura maior.
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