Volkswagen Logus era bonito, mas só isso não bastava

Lançado em 1993, Volkswagen Logus tinha estilo arrebatador, mas pecava por problemas de projeto do conjunto mecânico, suspensão e estrutura

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O Logus tinha estilo sofisticado que contrastavam com as formas quadradas dos VW da época (Fotos: VW | Divulgação)
Por Douglas Mendonça
Publicado em 18/10/2025 às 13h00

A Autolatina, fruto da parceria entre a Ford e a Volkswagen que durou de 1987 até 1996, trabalhava a plena potência e os novos produtos iam surgindo. Em 1993, mais precisamente no mês de março, chegava ao mercado um novo sedã para substituir o fracassado Apollo: o novo VW Logus. Ao contrário do seu antecessor, o Logus tinha linhas fluídas, arredondadas e aparentemente bem aerodinâmicas. O Apollo era mais quadrado e sem graça.

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Além disso, o novo Logus era construído sobre a plataforma da quinta geração do Ford Escort, projeto na época recém-chegado da Europa. O sedan da VW nascia com uma pompa de carro bem moderno: além da moderna base mecânica europeia, tinha carroceria de desenho bem atraente e atual, com linhas que encantavam até os fãs dos VWs mais quadrados. Aliás, o trem de força era da marca alemã: motor AP, que poderia ser 1.6 na versão de entrada, 1.8 nas intermediarias, ou até o famoso 2.0 oriundo do Gol GTI nas configurações mais caras, como GLS ou Wolfsburg Edition.

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Versão topo de linha contava com para-choque na cor da carroceria e motor 2.0 do Gol GTI

Um fato interessante da época da Autolatina é que a tal fusão entre VW e Ford acontecia apenas na América Latina. No restante do planeta, as marcas eram ferrenhas concorrentes e nem os alemães, nem tampouco os norte-americanos, queriam dar informações precisas sobre a evolução de seus produtos. Ambos tinham medo de que suas preciosas informações e segredos construtivos caíssem nas mãos do concorrente. Por isso, as sedes mundiais começaram a restringir informações valiosas para a Autolatina.

As engenharias, tanto da Volkswagen quanto da Ford, passaram a não receber mais informações sobre novas tecnologias e novos produtos. Esse fato acarretou uma fase complicada no desenvolvimento tecnológico dos produtos da Autolatina, que demoravam mais e tornavam-se mais complicados. Ainda assim, aconteciam…

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Porta-malas com mais de 500 litros era um dos destaques do Logus

O VW Logus nasceu nesse meio de caminho, intrigado e confuso. Mesmo assim, era moderno, tinha duas portas e um bom porta-malas com mais de 500 litros de capacidade, além do DNA típico da marca alemã, em que pese sua produção nas linhas da Ford. Porém, não eram só alegrias…

Desde o seu lançamento até a paralização de sua produção em dezembro de 1996, o VW Logus foi fabricado na razão de 125 mil unidades, uma média anual de cerca de 35 mil unidades. Se não é um resultado espetacular, pelo menos dava mostras que o público consumidor gostou do carro, em que pese o fato de ele ser um Ford travestido de VW.

Ele tinha problemas crônicos de suspensões, frágeis e com calibração muito molenga, não condizendo com outros carros da fabricante alemã. Além disso, as relações de marcha eram muito curtas, fazendo com que o motor girasse alto e gritasse muito em maiores velocidades. E se não bastasse, por conta da carroceria maior e mais longa sobre a plataforma do Escort (menor), seu monobloco não era dos melhores quando o assunto era rigidez torcional ou solidez estrutural.

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8 Comentários
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Fabiano de Castro 24 de outubro de 2025

Tive um Wolfsburg que deveria ser chamado de LOGUS GTI,como o pointer GTI, um Avião e pelo motor multiponto muito econômico também

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Marcus Lima 20 de outubro de 2025

Lembro quando lançou… Lindo como até hoje é. Em comparação com os carros atuais os problemas são fáceis e baratos de resolver.

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Frotter 20 de outubro de 2025

Tive um a alcool na época, 1.8, tinha daido de uma parati 1.8
Fiquei com ele 5 ou 6 meses
Me desagradou o cambio, acabei vendendo o carro porque me sentia dirigindo um Ford

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Felipe 20 de outubro de 2025

Tive um GLS 2000 a álcool que era molenga de suspensão. Resolvi encomendando molas de Logus com calibração do Santana Robocop. Ficou espetacular e até às bieletas renderam mais

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Felipe 20 de outubro de 2025

Era um Logus GLS 2000 vermelho styllus ano 1994 com frente de Pointer e lanternas traseiras fumê. Fiquei com ele 10 anos. Bons tempos…

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Polvo 20 de outubro de 2025

Meu pai teve um Logus CL 93 1.6 CHT. O único “problema” era o fato de não ter direção hidráulica, pois era muito pesada. Buchas do estabilizador precisavam ser trocadas com frequência, no mais era um um bom carro. O trambulador não era bom como nos do VW quadrados, mas ok para a época.

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Ademir 20 de outubro de 2025

Tenho um 1995 acho um excelente carro ,ele é um tanque só quebra besteiras de pivô, bandejas e o painel que já está muito quebradiço mas cuido bem dele

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Eng MARCELO NUNES 20 de outubro de 2025

O Logus inicialmente tambem era disponivel na versao CL com o motor AE600 , o seja nada menos que o modesto Ford CHT

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