Volkswagen Voyage: história desde o recomeço, em 2008, até hoje
Atual e última geração do sedan compacto chegou em 2008, após hiato de 13 anos, mas conseguiu se reestabelecer no mercado
Atual e última geração do sedan compacto chegou em 2008, após hiato de 13 anos, mas conseguiu se reestabelecer no mercado
Do ponto de vista estratégico, a paralização na produção do Voyage por longos 13 anos, de 1995 até 2008, impactou muito negativamente na vida do sedan da Volkswagen. Durante esse longo período de “jejum”, a marca alemã tentou suprir o mercado de sedans populares com produtos importados (como era o caso do Polo Classic), ou nacionais (Polo nacional).
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Porém, nenhum desses carros tinha o apelo do nome Voyage, nem tampouco o preço atraente para se tornar player do mercado. Esse fato abriu uma verdadeira avenida para a concorrência, que lançou diversos sedans pequenos e baratos, conquistando os consumidores do bom e velho Voyage. E, o que é pior, tiraram esses clientes da marca Volkswagen. Uma catástrofe!
Mas o grave erro dos anos 90, de não produzir o Voyage do Gol “bolinha”, foi corrigido em setembro de 2008, com o lançamento do novo Voyage 2009. Feito sobre a plataforma do novo Gol, que chegou meses antes, era vendido somente com carroceria de quatro portas, e só compartilhava o nome com seu antecessor.
Afinal era totalmente novo: plataforma, mecânica completa, design, dimensões (em especial o bom entre-eixos de 2,46 m e porta-malas de 480 litros), estilo e muito mais. Tudo era inédito.
Com o Novo Voyage, a Volkswagen teve que começar a remar praticamente do zero, pois 13 anos de ausência no mercado fizeram com que o consumidor, principalmente o mais jovem, se esquecesse do quão bom foi o antigo Voyage quadrado. Um carro que reunia graciosidade de linhas, equilíbrio nas dimensões e uma robustez mecânica de fazer inveja.
O novo carro era oferecido em três versões (Básica, Trend e Comfortline) e tinha destaque para a mecânica moderna: motor 1.0 8v flex de até 76 cv (etanol), ou 1.6 8v flex de até 104 cv (etanol) para as mais caras. Ambos os motores eram dispostos transversalmente e pertenciam a família VHT, trabalhando sempre com uma transmissão manual de 5 marchas.
Freios, direção e suspensões, também oriundos do então Novo Gol, faziam parte das novidades. Alguns meses depois, as opções mecânicas cresciam com a oferta da transmissão automatizada I-Motion de 5 velocidades, aliada sempre ao motor 1.6 8v.
A receita deu certo: logo o Voyaginho já estava no ranking dos sedans mais vendidos do Brasil, e assim se manteve por um bom tempo. O público consumidor percebeu que o novo popular da Volkswagen trazia a maioria dos predicados do seu antecessor, que havia se aposentado nos anos 90.
Em 2012. o Voyage já estava no quarto ano de mercado. Junto com o hatch Gol, ele passou por uma mudança visual focada na dianteira, que ficou similar à do Fox da época. Já a traseira, agora, era inspirada no irmão maior Jetta.
O interior básico foi mantido, trazendo novidades pontuais como o novo volante, enquanto a gama de motores e opções de transmissão permanecia a mesma: 1.0 8v (que mudou de nome para TEC após pequenas modificações), 1.6 8v, câmbio manual de 5 marchas ou automatizado I-Motion. Agora eram menos versões: uma básica, sem nome, e outra topo de linha, a Comfortline. As duas tinham diversos itens opcionais.
Com o passar dos anos, outras versões foram chegando, como a Trendline (nova básica), Highline (nova top de linha), Bluemotion (focada na economia de combustível), além de uma mais “premium” lançada em 2014 com o nome de Evidence, trazendo sempre motor 1.6 8v e câmbio automatizado I-Motion.
Ela tentava bater de frente com modelos mais caros da concorrência, e para isso trazia interior refinado e todos os equipamentos de série possíveis no Voyage.
Vendendo como sempre bem, o Voyage já precisava de novas mudanças. A concorrência não perdia tempo atualizando seus modelos, e o sedan da Volkswagen ficava cada vez mais obsoleto. Se o exterior modificado em 2012 ainda agradava a alguns, o interior de 2008 estava mais do que cansado: o painel mal comportava um rádio, quando as centrais multimídia já dominavam, e a cabine já tinha outros sérios problemas de ergonomia.
Por essas e outras, logo no início de 2016 a Volkswagen já promovia diversas novidades não só no Voyage, como também no Gol. Embora recebesse novos para-choques, grade, faróis, capô, rodas de liga-leve/calotas e outros detalhes externos inéditos, a reviravolta estava mesmo na parte interna.
O novo painel estava maior, muito mais atraente e comportava todos os mimos requeridos pelos consumidores modernos (multimídia touchscreen, portas USB, suporte para celular no painel e mais). Volante e instrumentos também eram novidades, mas bancos e laterais de portas se mantinham inalterados.
Mas as evoluções não paravam por aí, afinal o público consumidor também pedia mudanças na mecânica. E assim foi feito: essa linha 2017 estreou o moderníssimo 1.0 12v de três cilindros (EA-211) na linha Voyage. Focado na economia de combustível eem melhor desempenho, esse novo propulsor passou a render até 82 cv quando abastecido com etanol, abandonando de vez o 1.0 TEC.
O Voyage estava mais potente, torcudo, econômico e mecanicamente moderno, sem deixar de lado suas principais armas: robustez, confiabilidade e baixo custo de manutenção.
Também vieram novas versões (Trendline, Comfortline e Highline), equipamentos de série inéditos e melhorias variadas nos sistemas de direção, freios e suspensões, mas uma coisa ainda era a mesma: o bom e velho motor 1.6 8v era a única alternativa ao moderno 1.0 de três cilindros, e também o único aliado do câmbio automatizado I-Motion.
Nessa altura do campeonato, a Volkswagen já tinha disponível o 1.6 16v, infinitamente superior, mas ele seria muito caro para equipar o Gol e o Voyage na época.
Mesmo vendendo muito bem e tendo conquistado os consumidores brasileiros que buscavam um carro espaçoso, competente e barato, a vida boa do Voyage estava para acabar. O irmão maior Virtus, sedan do Polo, prometia roubar parte do mercado de sedans do seu irmão mais velho, e assim o fez.
As consequências de se ter uma concorrência interna com um modelo maior, ainda mais espaçoso, moderno, tecnológico, seguro e potente como o Virtus logo afetaram o Voyaginho, que perdeu todas as suas versões no início de 2018. Dali em diante, existiam apenas o Voyage 1.0 e Voyage 1.6, sem nomes ou grifes.
Logo em seguida, meses depois, outra baixa na gama de versões do sedan veterano: a aposentadoria do câmbio automatizado I-Motion, que ainda era oferecido como opcional na versão 1.6. Agora, o Voyage precisava de uma nova transmissão que dispensasse o uso do pé esquerdo do condutor, e como única opção estava a competente caixa automática convencional (com conversor de torque) da Aisin, com seis velocidades.
Mas ela precisaria de um novo motor, afinal o 1.6 8v não daria conta do recado, então era chegada a hora do interessante 1.6 16V MSI brilhar também no Voyage, porém sem roubar espaço do veterano propulsor 1.6 8v (restrito ao câmbio manual).
Nascia assim, em meados de 2018, o Voyage 1.6 16V automático, que marcou duas estreias importantes na vida do sedan da Volkswagen: era a primeira vez que ele recebia tanto uma refinada caixa automática com conversor de torque quanto um motor com quatro válvulas por cilindro. Duas evoluções mecânicas importantes que serviriam para provar que o consagrado três volumes não era mais tão popular assim.
Desde então, nada mudou e ainda são apenas três versões oferecidas: 1.0 12v, 1.6 8v e 1.6 16v, sendo essa última a única com câmbio automático. As demais conservam a boa transmissão manual de 5 marchas. Como forma de a Volkswagen compensar a falta de níveis de acabamento do sedan, hoje o Voyage pode ser equipado com diversos itens opcionais e acessórios, seja para os com motor menor, motor maior ou câmbio automático.
Depois de mais de quatro décadas, o Volkswagen Voyage se mantém como um dos principais populares do mercado nacional. É sedan maduro, após mais de 40 anos de história.
Um carro robusto, que durou mais de 15 anos em sua primeira geração, foi exportado para diversos lugares do mundo, saiu de linha pela primeira vez sem deixar sucessores, fez a Volkswagen se arrepender de tê-lo tirado de linha, renasceu em 2008 e permanece firme e forte no mercado nacional até hoje.
Até quando ele fica em produção? Alguns apostam no seu fim ainda em 2022, e outros dizem que ele deve durar até 2024 ou além. Quem manda nessa decisão é o consumidor, que pode parar ou não de comprar um modelo.
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Não deixem o voyage morrer
Tenho 1 voyage 2015 top das galáxia. O melhor…
Excelente veiculo, tenho um 2017 confortline completo com 120 km rodados com apenas um rolamento traseiro trocado, do mais somente manutenção preventiva e pneus. confiabilidade mecânica, motor ainda atende bem os quesitos de torque e potencia, e economia de combustível. nao diria que tenha pontos negativos em comparação com a concorrência que tem projetos atuais, seria desleal, mas ainda assim o voyage consegue ser melhor em desempenho que alguns concorrentes…proprietário 100% satisfeito.