Aliança VW Ford: o que esperar da união das duas fabricantes?

Plataformas compartilhadas, desenvolvimento de tecnologias e fábricas 'emprestadas' devem fazer parte do acordo entre as duas marcas

jimhackett da ford e herbertdiess da vw se cumprimentando no salao de detroit 2019
Executivos da Ford e Volkswagen selaram acordo (Foto: Naias | Divulgação)
Por AutoPapo
Publicado em 15/01/2019 às 14h42
Atualizado em 16/06/2021 às 15h45

A Ford e a Volkswagen confirmaram nesta terça-feira (15) o início da aliança entre as duas marcas. Segundo o comunicado, a aliança VW Ford “permitirá às empresas aumentar sua competitividade e atender melhor os consumidores em uma era de rápidas mudanças na indústria”.

A aliança VW Ford foi anunciada em junho do ano passado. O presidente global da Ford, Jim Hackett, e seu par na Volkswagen, Herbert Diess confirmaram que as empresas pretendem desenvolver vans comerciais e picapes médias para os mercados globais já a partir de 2022.

A utilização da plataforma da futura nova geração Ford Ranger para a produção de uma picape média da Volkswagen (em substituição da atual Amarok) deve ser esse primeiro produto da aliança.

Além disso, a Volkswagen e a Ford assinaram um memorando de intenções para estudar a colaboração em veículos autônomos, serviços de mobilidade e veículos elétricos e iniciaram o aproveitamento de oportunidades. Ambas as empresas também afirmaram estar abertas a considerar outros programas conjuntos de veículos no futuro. Os seus times continuarão trabalhando nos detalhes da parceria nos próximos meses.

“A Volkswagen é uma companhia realmente grande em todo o mundo, uma grande fabricante de automóveis, mas não somos tão grandes em veículos comerciais pequenos”, declarou Diess ao jornal Detroit Free Press. “Assim decidimos unir forças nisto e nos tornaremos muito competitivos neste segmento, que consiste em pequenos furgões comerciais e caminhonetes pequenas e médias”, completou.

Aliança VW Ford: presidente da Ford comenta união
Presidente mundial da Ford, Jim Hackett,, no Salão de Detroit 2019

O presidente da Volkswagen também destacou, em recente entrevista ao Free Press, que as duas empresas são complementares, já que a alemã é forte na Europa e na China, mas nem tanto nos Estados Unidos. “Então, somos complementares”, disse Diess.

Mas a aliança deve ir além: elas devem cooperar no desenvolvimento de novas plataformas de veículos elétricos e autônomos, extremamente custosa. Neste caso, a Ford seria a maior beneficiada, já que a VW está mais evoluída neste quesito.

Ford à venda?

Em recente reunião de executivos de fabricantes de automóveis com o presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington (EUA), Diess, ao ser confrontado por Trump, revelou que a Volkswagen pretende usar fábricas ociosas da Ford nos EUA para produzir carros da marca.

Por outro lado, a VW já anunciou investimentos de U$ 800 milhões de dólares para a produção de veículos elétricos em sua fábrica de Chattanooga, no Estado do Tennessee, onde produz o Passat.

Durante uma entrevista à rede de televisão Bloomberg, o presidente da Ford, Jim Hackett, declarou que eles estão estudando como manter fábricas funcionando e trabalhadores empregados nos EUA, mesmo com a decisão de não produzir mais sedãs naquele mercado.

Na mesma entrevista, Hackett negou a possibilidade de a Ford deixar o mercado europeu, assim como a General Motors fez em 2017, quando vendeu as operações da  Opel e da Vauxhall para o Grupo PSA. No Velho Continente, o fabricante tem tido resultados financeiros ruins há algum tempo.

“Nós não venderemos a marca Ford. Por isso a opção de deixar a Europa nunca foi trazida à mesa”, disse Hackett.

A Volkswagen também teve um grande prejuízo recentemente graças ao escândalo do Dieselgate. A fabricante já gastou mais de 20 bilhões de dólares em multas e outras medidas para sanear a crise.

Aliança VW Ford: presidente da VW tem expectativa
Presidente mundial da VW, Herbert Diess, no Salão de Detroit 2019

Aliança VW Ford: repetição da Autolatina?

A aliança VW Ford não incluirá acordos acionários, nem fusão de nenhuma espécie, mas participações cruzadas. Ela será dirigida por um comitê conjunto. Esse comitê será liderado por Hackett e Diess e incluirá executivos senior de ambas as empresas.

Não envolve a criação de uma nova empresa, como foi no Brasil e Argentina quando ambas se juntaram sob uma única frente, a Autolatina. A joint venture foi controlada pela Volkswagen, sócia majoritária com 51% do empreendimento, entre 1987 e 1996.

Agora, Ford e Volkswagen se unem em caráter apenas colaborativo, para reduzir os custos de novas tecnologias e produtos. Fábricas da VW e da Ford na Argentina, que produzem as picapes Amarok e Ranger, poderão desenvolver plataforma e linha de montagem comum às duas marcas.

Fotos: Naias | Divulgação

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2 Comentários
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Daniel Florisbal 15 de janeiro de 2019

Mistura com a w já era não dá mais para comprar w é lixo

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Irlan 17 de janeiro de 2019

A Volks do Brasil que é um lixo, mas nos países “de primeiro mundo” ela é muito boa

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